1. 1
do estudanteNúm. 32 - ANO III 1ª quinzena - Maio/2014
Folhetim do estudante é uma
publicação de cunho cultural e
educacional com artigos e textos de
Professores, alunos, membros de
comunidades das Escolas Públicas
do Estado de SP e pensadores
humanistas.
Acesse o BLOG do folhetim
http://folhetimdoestudante.blogspot.com.br
Sugestões e textos para:
vogvirtual@gmail.com
Marca d´água “A Bússola e o Mapa”
Carta ao Leitor... pág. 3
Opinião... pág. 2
Resenhas... págs. 4 e 5
EDITORIAL
Do Cavalo às
nuvens...
“No mundo antigo o cavalo
representava para os homens o
que hoje a tecnologia virtual
representa para o mundo
contemporâneo” Essas foram as
palavras do professor de Filosofia
na escola Domingos Mignoni,
trocar o cavalo pelas nuvens de
armazenamento e navegação
(termo usado pela área de
tecnologia da informação para
definir o que é a internet) não é
errado, pelo contrário, é algo bem
proveitoso. Mas tudo que vem
fácil tem seus problemas, certo? E
é deles que poucos falam e que
quero lhes mostrar.
A internet traz a facilidade de
muitas atividades que antes
exigiam muito trabalho para o ser
humano, hoje em dia o que se é
procurado é justamente aquilo que
não é nada trabalhoso, o que causa
certo sedentarismo nas pessoas. A
distância e o tempo foram
diminuídos, mas os prazeres que
são vividos no dia a dia com
novas experiências também se
tornaram mínimos, pelo
encantamento com o rápido e
pouco complexo. Atualmente, ler
um livro postado na internet é
mais proveitoso de se ler do que
pegar um monte de folhas, folhea-
las e cheira-las com prazer. É
nesta tecla que insisto em bater, a
tecnologia virtual separa até
mesmo os velhinhos da sua vida
real, que dirá os jovens que se
levam por exemplos alheios.
Somos incentivados a todo
momento a fazer o maior número
de coisas possíveis ao mesmo
tempo, se não tivéssemos um
meio com que pudéssemos contar
com as facilidades tudo seria
triplamente mais difícil, mas é
tanta vontade que temos de nos
livrarmos das tarefas que
utilizamos o recurso virtual até
para aquilo que é mais fácil de ser
resolvido do que acertar a senha
de uma das suas redes sociais.
É por isso que ocorre também o
sedentarismo, desejamos tanto
não ter que sair de nossas casas
confortáveis, que criamos uma
vida inútil focada sempre na
dependência da internet,
colocando em nossas cabeças que
é mais legal ficar em frente a uma
tela que transmite imagens do que
sentir o calor do sol.
Como o próprio ser humano, a
tecnologia virtual vem evoluindo,
aliás é o que se espera de todas as
coisas, e cada vez mais ela toma
conta da vida de cada um que tem
acesso a ela, fazendo até com que
essas pessoas se tornem servos
dela. Os benefícios que ela nos
traz podem até ser maravilhosos,
mas o próprio ser humano não
consegue controlar seu uso, o que
em excesso causa até doenças
como stress, depressão, vista
cansada, problemas psicológicos
que até podem causar, uma
espécie de vicio. Ninguém que
ficar doente por aproveitar o que
esta época tem de melhor à nos
oferecer, mas não pensamos nos
riscos quando colocamos essas
relações virtuais em primeiro
plano.
Meu caro leitor, não peço que
deixe de usar essas ferramentas
modernas mas, os prazeres da
vida não podem ser resumidos em
ficar teclando em um smartfone
com o dedo rolando para cima e
para baixo, viver ultrapassa esses
limites que o mundo digital e
virtual lhe impõe, e sentir a brisa
que bate no rosto andando pelo
rua é mais refrescante e
verdadeiro que isso. Procure saber
utilizar tudo àquilo que lhe é
oferecido, porém com moderação,
pois tudo em excesso se torna
ruim, a tecnologia não surgiu para
nos destruir e sim para nos
completar.
Fabíola Santos – 2ºB
E. E. Domingos Mignoni
Folhetim
2. 2
do estudante ano III maio/2014
OPINIÃO
A Necessidade
Humana
O homem, desde os primórdios,
tenta melhorar sua condição de
vida e o período de sua existência.
Com fome buscou alimento,
tornou-se nômade para obter
segurança, se junto em bandos,
depois viveria de maneira
sedentária além de desenvolver
uma cultura e uma civilização, para
se locomover mais rapidamente e
para o trabalho adestrou animais.
Muito tempo se passou sem
mudanças significativas, pois a
ideologia dominante, de cunho
religioso, restringia ou anulava o
progresso científico (não havia
permissão para se contestar os
dogmas da igreja), tal período foi
denominado Idade Média (alguns
historiadores chamam esse período
de Idade das trevas em referência
ao pouco avanço da época).
Predominava uma sociedade
estamental dividida em nobreza,
clero e servos. Tal período só
findou com a tomada de
Constantinopla, capital do Império
Bizantino, em 1453, pelos Turcos
Otomanos.
Inaugurou-se a Idade Moderna, o
que viria a mudar a ideologia do ser
humano; a medicina avançou no
ocidente devido ao contato cultural
com os povos do oriente, a Igreja
não era a mesma instituição
poderosa de antes, ocorreu a
difusão do conhecimento, pois o
homem passou a usar a razão.
Dentre os avanços ocorreram as
navegações e o descobrimento de
novas terras em mares distantes.
Na sequência da Modernidade teve
inicio a Idade Contemporânea que
desencadeou a Era Digital carac-
terizada pela instantaneidade e
fluidez, tanto no tráfego de
informações quanto de merca-
dorias. Essa necessidade de
acelerar fluxos advém da
Revolução Industrial que visava a
diminuição do tempo de produção,
transporte e contato entre as
pessoas, para tal foram utilizadas
novas fontes de energia (vapor,
carvão, gasolina) e invenções
(máquinas, locomotivas, embarca-
ções, veículos automotores). A Era
digital compõe a terceira fase da
Revolução Industrial com os
avanços nas áreas da tecnologia da
informação e na medicina.
Contudo, após tantos séculos, tanta
evolução e descobertas o homem
continua com o mesmo objetivo de
seus ancestrais, seja com invenções
que diminuíram distâncias e
reduziram o tempo gasto (ferrovias,
embarcações, balões, planadores,
aviões, automóveis, etc.) ou com
redes e sistemas que diminuíram a
demora na comunicação entre
longas distâncias (entregadores á
cavalo, aves de correio, código
Morse, telegrafo, telefone, internet,
etc.), o objetivo de melhorar,
estender e otimizar a sua própria
existência.
Lucas Barbosa – 2ºA
E. E. Domingos Mignoni
A Fase da Tecnologia
Estamos vivendo a terceira fase da
Revolução Industrial onde o que
está em alta é a tecnologia e a
informática. O objetivo disso tudo é
ganhar tempo, derrubar barreiras e
fazer com que haja facilidade em
tudo. A Tecnologia deixou de ser
algo bom (em partes) e passa a ser
uma necessidade para o ser
humano, ou seja, algo que pode se
tornar ruim.
De fato ela nos trouxe inúmeros
benefícios, o ser humano e a
tecnologia estão sofrendo uma série
de mudanças e, é claro, evoluindo.
Como seria se ainda estivéssemos
usando o cavalo como meio de
comunicação? Difícil é imaginar
como a população da idade
medieval usava esse meio de
comunicação e transporte já que é
bem mais fácil usar o aplicativo
whatsapp? Facilidade e tempo é o
que nós precisamos e é o que a
tecnologia nos trouxe. O problema
surge quando deixamos nossa vida
de lado e nos prendemos em um
mundo virtual, quando deixamos de
nos divertir e ficamos presos á
aparelhos e dispositivos.
Um grande problema que vemos
atualmente é a falta do contato
pessoal, onde a pessoa possa ter
amigos próximos a ela, para que
possa sair, ir ao parque ou ao
shopping. Conhecer mais lugares,
novas culturas é muito mais
positivo e produtivo do que ficar
em casa, sentado, em frente a um
computador conhecendo o mundo
através de um monitor quadrado de
17 polegadas, a vida real pode nos
oferecer muito mais que isto.
Por outro lado a quem defenda as
vantagens dessa tecnologia, pois
ela ajuda com a comunicação de
longa distância e nos trás inúmeros
conhecimentos sobre variados
assuntos. Usa-la com esse
propósito é saudável, agora se
prender ás tecnologias pode nos
trazer consequências ruins.
Viver para o mundo virtual não nos
trás fatores positivos, o mundo real
nos oferece diversos lugares e
atividades para serem explorados.
A tecnologia pode ser sim um
recurso muito bom, desde que seja
utilizada de maneira correta.
Daniele Soares – 2ºB
E. E. Domingos Mignoni
folhetim
3. 3
do estudante ano III maio/2014
CARTAAO
LEITOR
Gira Mundo
Uma das necessidades vitais do ser
humano é a comunicação, tanto
verbal como visual. É através dela
que expressamos nossas ideias e
interagimos entre nós. Ela esteve
presente desde os tempos remotos,
sofrendo alterações e evoluindo ao
longo dos tempos, e não duvido
que o modo de comunicação que
conhecemos e utilizamos
atualmente ainda vá evoluir mais e
passar por novas modificações. Os
próprios avanços tecnológicos têm
nos dado acesso a novos
horizontes, facilitado nossa
comunicação e economizado nosso
tempo, e eles continuam sendo
aprimorados desenfreadamente.
Em outras palavras, se hoje
podemos nos beneficiar de tal
praticidade proporcionada pela
tecnologia, amanhã poderemos
utilizar-nos do dobro desta
praticidade.
Entretanto, o período que antecede
a Era Digital não dispunha dos
mesmos privilégios.
Exemplificando, o homem nômade
transitava de um território para
outro á pé, pois este não tinha
sequer conhecimento de que algo
como uma facilidade de transporte
pudesse existir. Não digo
facilidade no sentido de tecnologia,
referindo-me à informática, mas
sim a todos os tipos de
mecanismos revolucionários
descobertos pelo homem.
Um marco muito importante na
história foi a invenção da roda. Ela
permitia que o homem se
deslocasse mais rápido, de um
lugar para o outro, além da facilitar
o transporte de objetos, como suas
ferramentas e os alimentos que
cultivava, pois ele não precisava
mais carregá-los nas mãos ou nas
costas, já que todo o trabalho duro
de carregar ou puxar as carroças
era da tração animal, o que
evidenciou a era do cavalo.
Hoje em dia tudo é instantâneo
graças á tecnologia. O transporte, a
produção, a troca de informações
são dinâmicos e fáceis de realizar.
Um dos fenômenos mais
extraordinários dos dias de hoje é a
democratização de basicamente
tudo, e acredito que isso seja
apenas o começo, pois a tecnologia
continua a ser cada vez mais
aprimorada, afinal são ideias novas
que colocam esse mundo pra girar.
Larissa Russo – 2ºA
E. E. Domingos Mignoni
Razão e Revolução
O termo razão expressa o
acúmulo de conhecimento que o
individuo possui sobre os
aspectos que constituem a vida
humana, propondo explicações e
formulando ideologias que,
consequentemente , podem aca-
bar provocando as chamadas
“Revoluções”.
Na atualidade, a razão é
bastante empregada no campo das
“ciências”. Isto porque o home
tendo a posse de inúmeras
informações sobre o universo,
acaba formulando teses que
visam promover melhorias ou até
mesmo explicações para tudo o
que nos rodeia. Os remédios e
tratamentos, por exemplo, surgem
através do estudo dos animais e
seres humanos com o intuito de
prolongar a vida, identificando
possíveis curas para as inúmeras
doenças existentes.
Ainda podemos citar
outros exemplos que derivam das
ciências como os aparelhos
eletrônicos desenvolvidos para
suprir as necessidades do
individuo ou até mesmo para
facilitar a vida deste,
revolucionando os meios de
comunicação e produção, as
previsões meteorológicas que
consistem em avaliar as
condições climáticas, evitando os
prejuízos causados por enchentes
ou outros desastres naturais; a
astronomia para compreender a
natureza do universo; dentre
outros benefícios propiciados
pelo conhecimento cientifico.
Assim, podemos concluir
que a razão é aplicada no
cotidiano e, é de fato, um
elemento essencial para o
desencadeamento das
transformações que caracterizam
as revoluções em um contexto
social.
Juan Marcco Lino Cruz – 2ºC
E. E. Com. Miguel Maluhy
folhetim
4. 4
do estudante ano III maio/2014
RESENHAS
Lutero
O filme Lutero retrata a trajetória
de Martinho Lutero durante sua
passagem pela Igreja Católica, suas
contradições a respeito das Leis
imposta pela Igreja e as
consequências que todos esses
fatos acarretaram.
Lutero era um homem que havia
decidido entregar sua preciosa vida
a Deus por meio do sacerdócio,
porém essa não era sua única
vontade. Martinho buscava um
Deus que o amasse
incondicionalmente, um Deus
capaz de perdoá-lo e absolvê-lo de
qualquer pecado ou influência do
demônio.
Na época de Lutero a Igreja
Católica possuía grande influência
social e começava a demonstrar
atos que demonstravam o seu
interesse no poder acarretando
grande corrupção. Por esses e
outros motivos, Lutero chegou a
criticar a Santa Sé e o Papado,
principalmente pela venda de
indulgências. Após inúmeras
criticas em relação às leis da Igreja,
o Papa Leão X o excomungou,
trazendo à tona, várias revoltas
manifestadas por Lutero. Ele
começou a pregar um cristianismo
puro, sem as intervenções
existentes entre os homes e Deus.
Com todas as manifestações
envolvendo o Lutero muitas
pessoas ser converteram ao
luteranismo, o que causou a
divisão da comunidade católica
em: católica e protestantes.
Lutero foi alguém que mudou
radicalmente a história da igreja.
Mas a crítica do filme se dá
quando o diretor propõe discutir,
através das imagens, o poder da
igreja e sua capacidade de
determinar o tempo dos fieis no
purgatório, sobre pecar em nome
de Cristo, sobre Deus ser o bem e o
mal, o que fere gravemente a figura
de Deus, que é o único a ter poder
sobre todo o universo, porém nos
dá a liberdade de escolher qual
caminho queremos trilhar em
nossa vida terrena.
Ficha técnica:
Lançamento 26/setembro/2003(112min)
Dirigido por Eric Till
Gênero Histórico , Biografia
Nacionalidade Alemanha , EUA
Grazieli Lisboa – 2ºA
E. E. Com. Miguel Maluhy
LUTERO, um outro
olhar!
Lutero, o filme, retrata da
forma mais minuciosa possível os
acontecimentos que marcaram o
século XVI, aprofundando-se em
aspectos delineados nos livros de
história, como as práticas ilegais
da Igreja Católica e a estruturação
de uma reforma protestante.
No filme, as motivações de
Martinho Lutero são enfatizadas de
forma excepcional, levando o
expectador a sentir uma empatia
por suas ideologias. Isto porque no
início do filme, vemos que o
protagonista possui plena
convicção em sua fé, o
catolicismo, porém, ao visitar
Roma, sua perspectiva sobre a fé
católica é alterada de forma
drástica presenciando a corrupção
do clero religioso.
Insatisfeito com as práticas
do clero religioso, Lutero elabora
alguns conceitos baseados no
verdadeiro ensinamento da Bíblia
e, em seguida, formula 95 teses
que vão contra as doutrinas
empregadas e difundidas pela
Igreja Católica, onde, posterior-
mente começam a ser divulgadas
em todas as partes. É a partir daí
que o filme começa a tomar um
rumo eletrizante, pois o pensa-
mento de Martinho Lutero passa a
ter inúmeras consequências na
sociedade, inclusive revoluciona-
rias, além de distorção de suas
ideias, o que acarretaria na morte
de milhares de pessoas, e as
atitudes da Igreja Católica com o
intuito de conter a propagação das
ideias e da reforma protestante.
Portanto, podemos afirmar
que a trama do filme é inteligente,
profunda e cheia de dilemas, além
de possibilitar inúmeros momentos
de reflexão ao expectador,
podendo ser utilizado até como
fonte de conhecimento. É
importante destacar que apesar de
ser um filme alemão e do ano de
2003, os cenários condizem
perfeitamente com a temática
proposta no longa metragem.
Juan Marcco Lino Cruz – 2ºC
E. E. Com. Miguel Maluhy
folhetim
5. 5
do estudante ano III maio/2014
RESENHAS
A Outra
No começo do filme já pude
estabelecer uma forma de enxergar o
inicio da modernidade, onde a mulher
ainda era vista como moeda de troca,
situação recorrente desde os tempos
remotos, e também vista como uma
maneira de enriquecer a família
através de casamentos por interesse.
Mas também, com ela, pode se trazer
desonra para o nome da família, que
poderia ficar manchada e descartada
em termos sociais. Se o casamento
com algum soberano, ou alguém da
nobreza, elite da época, ocorresse, o
pai da noiva teria poder e agregaria
status e renome à família. Enfim, o
foco principal dessa análise é
conseguir extrair elementos que me
permitam enxergar os conflitos
causados pela reforma protestante.
O Rei Henrique VIII era católico e,
sendo assim, todo o povo da
Inglaterra seguia a religião oficial do
estado, do rei e de sua rainha.
Envolvido em uma relação
extraconjugal com Ana e, ela com seu
poder de persuasão e ambição, o rei
foi manipulado e levado a separar-se
da rainha. A separação tinha como
objetivo uma nova união, o intuito era
casar-se com Ana Bolenna. Todavia,
por ser católico, e seguindo a tradição
e os sacramentos, sabia-se que aos
olhos de Deus isso não seria, pois se
você se separa, na tradição católica,
não pode de maneira alguma se casar
na Igreja outra vez a não ser que a
primeira união seja anulada ou você
fique viúvo(a).
Pois bem, a única opção que ele teria
era converter-se à outra religião que
espalhava-se rapidamente entre os
cristãos, e o rei decidiu assumir o
protestantismo e se afastar da Igreja
Católica. Por ele ser o Rei da
Inglaterra isso acabaria influenciando
toda a sociedade e assumir uma nova
prática religiosa fez com que uma
grande parcela da população também
se adequasse a essa nova ordenação
social. Isso tudo gerou uma convulsão
social, trouxe revolta, e os paradoxos
religiosos vieram á tona além de
modificar os dogmas que estavam
presentes a várias gerações. Esse
rompimento com a Igreja Católica
acabou trazendo grandes perturbações
políticas e sociais para a Inglaterra
não contando mais com o apoio de
Roma e nem de seu soberano, o Papa.
Foi uma época muito delicada para a
Inglaterra sem apoio e ainda por cima
os cidadãos se revoltando, entre si,
com essa mudança brusca de valores.
O que pude observar também é que a
religião desde o inicio dos tempos foi
importante para sustentar o poder em
uma civilização ou nação e, de certa
forma, auxiliando na obtenção de
lucros e aliados. O filme também
aborda o poder que um rei tinha
naquele período, momento no qual
predominava o regime de governo
Monárquico Absolutista.
Ficha Técnica:
Lançamento 13/ junho/ 2008 (115min)
Dirigido por Justin Chadwick
Gênero Drama , Histórico
Nacionalidade EUA , Reino Unido
Bruna Vieira – 2ºE
E. E. Com. Miguel Maluhy
A Rainha Margot
A história se passa no ano de 1572,
enfatizando de forma clara o que a
França enfrentava em termos
religiosos e de divisão da sociedade.
Inicia-se com a divulgação do acordo
de casamento de Margot (princesa e
irmã do rei católico da França) e
Henrique (príncipe e futuro rei de
Navarra). É possível ver a reação do
povo contra o casamento, ao qual o
objetivo até parecia fazer com que os
protestantes se aliassem aos católicos,
porém sabemos que não era apenas
isso. Fora o romance, que está
presente em dramas históricos ou não,
esse casamento não era por amor e
sim um jogo de interesses e poder, e é
o que vemos no decorrer da história
em que personagens ocultos de órgãos
políticos secretos vão sendo revelados
juntamente com seus interesses.
É possível ter uma noção do
massacre, da guerra, envolvendo
protestantes e católicos, a morte era
certa quando ambos habitavam uma
mesma região; porém, é possível
notar que a ignorância é deixada de
lado quando um católico salva um
protestante ferido, o que nos faz
refletir sobre se existia tanto ódio por
que não acabou com a vida daquele
homem? Seria drama de consciência?
Ainda não entendo o que leva alguém
a tirar a vida de outro, simplesmente
pelo fato de acreditarem em coisas
diferentes ou por terem pensamentos
que se contrariam...
Bom, o filme relata diversos conflitos
em suas cenas, mas no fim o povo se
divide novamente, após milhares de
mortes, e o Rei Henrique passa a
governar Navarra. Margot, apesar de
tudo, viveu em Navarra, não como
rainha, até os 68 anos, porém como
cristã protestante.
Ficha técnica:
Lançamento 13/maio/1994 (159min)
Dirigido por Patrice Chéreau
Gênero Histórico , Drama
Nacionalidade França , Alemanha , Itália
Ellen de Souza – 2ºE
E. E. Com. Miguel Maluhy
folhetim
6. 6
do estudante ano III maio/2014
OBSERVATÓRIO
Caminhos Cruzados...
Trabalho Duro e
diversão...
Em um sábado de Abril, enquanto
todos descansavam do trabalho e
dos estudos da semana, alguns
jovens estiveram na escola, não
para estudar, mas sim para um
ensaio fotográfico, estranho isso,
não? Nem tão estranho assim,
pois essa atividade era para o
projeto “Caminhos Cruzados” que
envolve um intercâmbio entre
estudantes de algumas escolas do
Brasil e do Mali, país situado no
continente Africano, nesse projeto
eles teriam que tirar fotografias
mostrando o seu jeito, como
estavam se sentido e o que
queriam passar para os jovens das
outras escolas através das
fotografias, algo que parecia bem
complicado, mas com a ajuda de
alguns profissionais tudo foi
ficando mais fácil e todo o pessoal
começou a se soltar e entrar no
clima.
O dia na escola começou bem
cedo, lá pelas nove horas, com
todo mundo reunido em um único
grupo no pátio escolar, esse foi o
momento de todos se conhecerem
e apresentarem o que imaginavam
que iria acontecer ali, alguns
pensando que seria um dia parado
e monótono, até que o fotógrafo
levantou e começou a fazer uma
brincadeira indicando que todos
os alunos eram profissionais e
tinha uma função muito clara e
definida naquela produção de
fotos que iríamos fazer. Ninguém
estava entendendo nada, achavam
que era uma brincadeira, mas ele
falava a verdade, todos tinham
uma função em uma etapa da
produção, alguns viraram
estilistas, outros maquiadores,
etc., e assim foi, alunos que iriam
posar para fotos virando
participantes de todo o processo
de produção do trabalho. Todos
entraram no clima, se separaram
em áreas para começar trabalho,
não um trabalho sério, na verdade
era sério, mas todo mundo estava
se divertindo muito, o que deixou
o dia mais agradável do que o que
todos imaginavam que seria.
Toda essa empolgação deixou o
pessoal faminto, então paramos o
serviço e começamos um belo
piquenique com as comidas que
todos levaram. Bolos, salgados,
tortas, refrigerantes, sucos e, tudo
mais foi sendo colocado nas
mesas do jardim lotando aquele
espaço onde todos comeram e,
mesmo comendo, foram se
descobrindo, se divertindo, como
se todos fossem os melhores
amigos a muitos anos e nem se
importando com nada que pudesse
atrapalhar aquele momento de
confraternização. Satisfeitos e
com mais energia recomeçamos o
trabalho, mais maquiagem, mais
roupas, mais fotos, mais alegria.
O dia foi tão bom que até passou
rápido, quando olhamos no
relógio já se aproximava das
quatro horas da tarde, então
começamos a organizar tudo,
deixar a escola como encontramos
e novamente fazermos uma
discussão sobre aquele dia de
trabalho e nossa expectativa com
o andamento do projeto.
“Bom do projeto, espero tudo de
melhor, ter mais conhecimento e
encontrar pessoas novas... agora
pra mim esse sábado foi algo
totalmente diferente do que eu
imaginei, to feliz por tudo o que
foi realizado lá, melhorou minha
autoestima, aprendi melhor
como trabalhar em equipe e a
sentir com a alma cada
momento, fora que, agora, pra
onde olho, eu vejo tudo de vários
focos”
Fabíola Santos fez esse
comentário dentre tantos outros
similares que colhi, mostrando o
que esse projeto despertou e pode,
ainda, despertar em tantos outros
estudantes como nós.
Leonardo Monteiro – 2ºB
E. E. Domingos Mignoni
folhetim
7. 7
do estudante ano III maio/2014
Álbum de Figurinhas
ensina boas lições!!!
Integração com os amigos,
comemoração por conquistas,
aprender a negociar e mais!
Por Ana Kessler 13/mai/2014
Especial para o MSN
Na minha infância, álbum de
Copa era coisa de menino. Eram
tempos bem mais sexistas, eu sei.
Nós, meninas, nos limitávamos a
figurinhas da Moranguinho, do
Bem-Me-Quer, dos Ursinhos
Carinhosos e outras em que os
desenhos remetiam a garotas em
longos vestidos florais
campestres, corações brilhantes e
bichinhos fofinhos. Já meus
irmãos e a turma de garotos
destemidos do prédio saiam pelas
redondezas a andar pelo meio-fio,
chutando entulhos, metendo a
mão em bueiros a catar
embalagens de chicletes
descartadas muitas vezes em
situação pra lá de precárias. O que
chiclete tem a ver com o assunto?
Nos anos 1980, os jogadores
vinham estampados nos
invólucros das gomas de mascar
Ping-Pong e os
cromos, disputados feito pepitas
de ouro em garimpo, brotavam
das canaletas amassados,
rasgados, enlameados, fedorentos,
um nojo só de olhar. Mas nada
impedia a meninada de sair
naquelas verdadeiras caças ao
tesouro. Quanto mais limpa e em
melhor estado a figurinha, mais os
peitos se enchiam de orgulho por,
junto com o prêmio, ganharem
também a admiração dos
adversários. Era uma catarse de
mútuos reconhecimentos, tapinhas
nas costas, cobiças.
A disputa do Mundial começava
aí, bem antes da Copa
oficialmente começar. Quase
ninguém da turma tinha dinheiro
para comprar chicletes novos e,
quando algum sortudo arranjava
um troquinho extra de mesada por
ter varrido a casa, lavado o carro,
a louça ou ajudado os pais em
alguma tarefa, lá ia a cambada
feito time de futebol, aos brados
com seus hinos, abraçados na
irmandade, rumo à vendinha do
Português.
Eu e minha turma de amigas
ficávamos sentadas na frente do
prédio só esperando-os voltar da
missão para participar: era nossa a
gloriosa tarefa de empilhar os
chicletes desembalados uns em
cima dos outros, dezenas deles,
formando uma espécie de tijolo-
troféu que em breve se dissiparia
em um campeonato de
bolotas: ploc. Ploc de Ping Pong
(quem viveu entenderá o
trocadilho).
Às vezes, quando um ou outro
cromo raro cruzava nosso
caminho, nossa ala feminina
chantageava a ala masculina na
preferência do pátio para
jogarmos caçador ou vôlei. A
hegemonia futebolística era,
então, rebaixada à segunda
divisão, ou seja, o bando de
jogadores virava torcida.
Também colecionávamos as figu-
ras da Copa para participar dos
campeonatos de bafo, que
adorávamos e dos quais nos
excluíam se não tivéssemos um
arsenal próprio. Ganhar dos
meninos era o ápice da vitória
daquela guerra dos sexos mirim e,
por isso, só por isso, amávamos o
tal álbum da Copa.
Eis que agora, mãe, me surpreendi
quando minha filha quis
colecionar o atual álbum do
mundial. “Sério, Bia? Você nem
gosta de futebol!”, exclamei
perplexa. Então lembrei de tudo o
que vivi, das alegrias
compartilhadas, das disputas e
reuniões, do aprendizado da
negociação, das irmandades
criadas, de todos os detalhes que
se camuflam atrás de um álbum
de figurinhas, e nos fascinam, e
pensei: por que não? “Pode fazer,
filha, eu te ajudo”. Que folia!
Deixo aqui, então, 5 (bons)
motivos para você entrar
na onda verde e amarela e,
junto com seu filho,
colecionar:
folhetim
8. 8
do estudante ano III maio/2014
Integração e sentimento de
pertencimento ao grupo - Ana Bia
não gosta de futebol, mas como ela
disse: “Até a minha professora está
fazendo”. A criança quer interagir,
participar, se sentir parte do todo e ser
aceita pelos amigos como igual. Ter
um álbum estimula a desinibição, o
saber se apresentar a um outro grupo
(para trocar figurinhas), o vibrar junto
quando alguém completa ou tira um
cromo raro, o jogar, trocar, brincar. Rir.
E, em tempos de Copa, também exalta
certo patriotismo. Quem não quer saber
o time do Brasil na ponta da língua?
E dos nossos adversários (que com
certeza derrotaremos!)?
Proximidade com os pais – Nós,
mães, estamos sempre às voltas com
álbuns de figurinhas de mil e um
motivos e personagens. O ano inteiro.
O da Copa é um dos únicos que os pais,
homens, vibram e colecionam com os
filhos, se empolga de verdade. É bonito
de ver. E como faz bem essa
proximidade e sintonia, não?
Educação financeira – É uma ótima
oportunidade para as
crianças entenderem o valor do
dinheiro, a ensiná-las a economizar a
mesada para comprar figurinhas, terem
foco, meta, sonhar e realizar. Para os
pequenos também ajuda a desvendar os
números, a contar e entender ordem de
numeração.
Aprender a negociar - Na troca das
repetidas, quem nunca tirou aquela
figurinha rara e cobiçada e a trocou por
mais de uma? Negociar é uma arte.
Colecionar um álbum é uma chance e
tanto de praticar.
Conhecer os países – Bandeiras
diferentes, países dos quais eles
nunca ouviram falar, biótipos diversos,
o álbum do mundial desperta a
curiosidade das crianças e os faz correr
para os mapas mundi e para a Internet.
Os professores de Geografia
agradecem.
TIRINHAS
Fonte: Beckilustras@gmail.com
Beatriz Silva e Amanda Rocha – 3ºC
E.E. Com. Miguel Maluhy
Talita dos Santos, Larissa Basso e Thainara Bispo – 3ºD
E.E. Com. Miguel Maluhy
folhetim