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A Crise de 1383-1385
A Crise de 1383–1385 foi um período de
guerra civil e anarquia na História de Portugal,
também conhecido como Interregno, uma vez
que não existia rei no poder.
A crise começou com a morte do rei
Fernando de Portugal, que não gerou herdeiros
masculinos.
Apesar de as Cortes de Coimbra terem
escolhido, em 1385, um novo rei, João I de Portugal, o rei João I
de Castela não desistiu de tentar conquistar um novo reino para si
e invadiu Portugal.
O exército castelhano era muito mais numeroso mas, mesmo
assim, foi derrotado na batalha de Aljubarrota graças à táctica
inventada naquela altura à qual deram o nome de "táctica do
quadrado".
Os exércitos portugueses foram comandados, mais uma vez,
por Nuno Álvares Pereira, nomeado por João I de
Portugal Condestável do Reino.
Em 1383, Fernando I de Portugal estava a morrer.
Do seu casamento com Leonor Teles de Menezes apenas
uma rapariga, a infanta Beatriz
de Portugal, havia sobrevivido à
infância.
O casamento dela era, por
esse motivo, uma questão
estratégica para o futuro do
reino.
Ao sabor das vicissitudes do pai nas suas guerras com
Castela (Guerras fernandinas), a infanta foi sucessivamente
prometida em casamento a dois príncipes castelhanos, a um inglês
e, de novo, a um castelhano, Fernando, filho segundo de João I de
Castela.
O casamento de Beatriz acabou por ser decidido, por
proposta de seu pai, pelo tratado de Salvaterra de Magos,
negociado em março de 1383 e posterior, portanto, ao Tratado de
Elvas (1382) que terminou a terceira guerra fernandina contra
Castela em agosto de 1382.
Pelas disposições do tratado de Salvaterra, João I de
Castela desposaria Beatriz de Portugal e o filho varão que
nascesse desse casamento herdaria o reino de Portugal, se
entretanto Fernando I morresse sem herdeiros.
O casamento foi celebrado logo em maio de 1383, mas era
uma solução mal vista pela maioria dos portugueses, uma vez que
poderia implicar, caso Beatriz falecesse antes de seu marido e sem
filhos, a união dinástica de Portugal e Castela e a consequente
perda da independência portuguesa.
Muitas personalidades quer da nobreza, quer da classe de
mercadores e comerciantes estavam contra esta opção, mas não se
encontravam unidos quanto à escolha alternativa.
Dois candidatos emergiram, ambos meios-irmãos bastardos
do rei moribundo:
Uma das medidas que o Mestre tomou foi nomear o jovem Nuno
Álvares fronteiro do Alentejo.
Entregou-lhe 1.000 homens para defender a região.
Enquanto se dirigia para lá, o fronteiro foi recrutanto mais
homens, num total de 1.200.
Uma força castelhana estava junto do Crato e Nuno Álvares
pretendia expulsá-la.
No dia 6 de Abril dá-se a batalha dos Atoleiros, a primeira
batalha ganha por D. Nuno.
De seguida vai conquistando algumas vilas para o partido do
Mestre.
É-lhe prometida a entrega de Vila Viçosa, mas era uma
armadilha onde foi morto o irmão Fernão Pereira.
Em Maio, o rei de Castela cerca Lisboa por terra e mar.
O acampamento é atacado por peste negra e só em 3 de
Setembro é levantado o cerco.
Durante o cerco, D. Nuno vai ao castelo de Palmela onde
manda fazer uma grande fogueira para ser vista em Lisboa.
O Mestre responde com outra fogueira no castelo de S.
Jorge.
Na Páscoa, chegaram a Portugal as tropas inglesas enviadas
em resposta ao pedido de ajuda feito por João de Avis.
Apesar de não serem um grande contingente, contavam-se à
volta de 600 homens, eram tropas na sua maioria veteranas
da Guerra dos Cem Anos, bem treinados nas tácticas de sucesso
da infantaria inglesa.
Entre o contingente inglês, encontrava-se uma divisão
de archeiros, que haviam provado o seu valor contra cargas de
cavalaria (ver batalha de Crecy, por exemplo).
Os partidários de João de Avis organizam uma reunião
das Cortes em Coimbra.
É aí que, a 6 de Abril, é aclamado João I, Rei de Portugal,
primeiro da Dinastia de Avis, afirmando a independência de
Portugal.
Num dos seus primeiros éditos reais, João I nomeia Nuno
Álvares Pereira, Condestável de Portugal.
Pouco depois o Condestável, com duzentos homens de
armas, parte dos quais sem montadas, e o rei partem para o
Minho, para o libertar em somente dois meses, graças ao apoio
dos povos, do domínio de Castela.
Em Castela, João I não desiste da conquista de Portugal,
enviando, pouco depois da aclamação de Coimbra, uma
expedição punitiva.
O resultado é a batalha de Trancoso em Maio, onde as tropas
de fidalgos da Beira, aliados de então de João I de Portugal,
obtêm uma importante vitória.
Com esta derrota, o rei de Castela resolve avançar com um
enorme exército, que vinho a preparando desde a derrota no cerco
de Lisboa, para pôr termo àquilo que considera uma rebelião.
Na segunda semana de Junho, a maioria do exército de
Castela, comandado pelo rei em pessoa, acompanhado por um
contingente de cavalaria francesa, entra em Portugal pelo Norte.
O poder dos números estava francamente do lado de
Castela: João I de Castela contava com cerca de 32.000 homens,
para os apenas 6.500 à disposição de João I de Portugal.
A coluna dirige-se imediatamente para Sul, na direção de
Lisboa e Santarém, as principais cidades do reino.
Entretanto, João I e o Condestável encontravam-se em
Alenquer. Depois de alguma discussão, conclui-se que os
castelhanos não podem levantar novo cerco a Lisboa, incapaz de
resistir a nova provação.
Como o conselho não se decidia, D. Nuno decide partir com
a sua hoste para Tomar, mandando dizer ao rei que lá o esperaria.
João I decide juntar-se ao condestável em Tomar e
interceptar o inimigo nas imediações de Leiria, perto da vila
de Aljubarrota.
A 14 de Agosto, o exército castelhano, bastante lento dado o
seu enorme contingente, encontra finalmente as tropas
portuguesas, reforçadas com o destacamento inglês.
O resultado deste encontro será a Batalha de Aljubarrota, travada
ao estilo das batalhas de Crecy e Azincourt, onde a táctica usada
permitia a pequenos exércitos resistir a grandes contingentes e
cargas de cavalaria.
O uso de fundibulários, lançadores de dardos, besteiros e
arqueiros nos flancos e de armadilhas na frente de combate para
impedir a progressão da cavalaria, face às quatrocentas lanças dos
portugueses, constituem os principais elementos.
O exército castelhano não só foi derrotado como praticamente
aniquilado.
As perdas da batalha de Aljubarrota foram de tal forma
graves que impediram Juan I de Castela de tentar nova invasão
nos anos seguintes.
Com esta vitória, João I afirma-se como rei de Portugal,
pondo um fim ao interregno e à anarquia da Crise de 1383-1385.
O reconhecimento de Castela chegaria apenas em 1411 com a
assinatura do tratado de Ayllón-Segovia.
A aliança Luso-Inglesa seria renovada em 1386 no Tratado
de Windsor e fortalecida com o casamento de João I com Filipa
de Lencastre (filha de João de Gaunt). O tratado, que, ainda em
vigor, vem a ser a mais antiga aliança do mundo, estabeleceu um.
Trabalho realizado por Carlos Rodrigo
Gonçalves Nº4 5ºA

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  • 1. A Crise de 1383-1385 A Crise de 1383–1385 foi um período de guerra civil e anarquia na História de Portugal, também conhecido como Interregno, uma vez que não existia rei no poder. A crise começou com a morte do rei Fernando de Portugal, que não gerou herdeiros masculinos. Apesar de as Cortes de Coimbra terem escolhido, em 1385, um novo rei, João I de Portugal, o rei João I de Castela não desistiu de tentar conquistar um novo reino para si e invadiu Portugal. O exército castelhano era muito mais numeroso mas, mesmo assim, foi derrotado na batalha de Aljubarrota graças à táctica inventada naquela altura à qual deram o nome de "táctica do quadrado". Os exércitos portugueses foram comandados, mais uma vez, por Nuno Álvares Pereira, nomeado por João I de Portugal Condestável do Reino. Em 1383, Fernando I de Portugal estava a morrer. Do seu casamento com Leonor Teles de Menezes apenas uma rapariga, a infanta Beatriz de Portugal, havia sobrevivido à infância. O casamento dela era, por esse motivo, uma questão estratégica para o futuro do reino. Ao sabor das vicissitudes do pai nas suas guerras com Castela (Guerras fernandinas), a infanta foi sucessivamente prometida em casamento a dois príncipes castelhanos, a um inglês e, de novo, a um castelhano, Fernando, filho segundo de João I de Castela. O casamento de Beatriz acabou por ser decidido, por proposta de seu pai, pelo tratado de Salvaterra de Magos, negociado em março de 1383 e posterior, portanto, ao Tratado de
  • 2. Elvas (1382) que terminou a terceira guerra fernandina contra Castela em agosto de 1382. Pelas disposições do tratado de Salvaterra, João I de Castela desposaria Beatriz de Portugal e o filho varão que nascesse desse casamento herdaria o reino de Portugal, se entretanto Fernando I morresse sem herdeiros. O casamento foi celebrado logo em maio de 1383, mas era uma solução mal vista pela maioria dos portugueses, uma vez que poderia implicar, caso Beatriz falecesse antes de seu marido e sem filhos, a união dinástica de Portugal e Castela e a consequente perda da independência portuguesa. Muitas personalidades quer da nobreza, quer da classe de mercadores e comerciantes estavam contra esta opção, mas não se encontravam unidos quanto à escolha alternativa. Dois candidatos emergiram, ambos meios-irmãos bastardos do rei moribundo: Uma das medidas que o Mestre tomou foi nomear o jovem Nuno Álvares fronteiro do Alentejo. Entregou-lhe 1.000 homens para defender a região. Enquanto se dirigia para lá, o fronteiro foi recrutanto mais homens, num total de 1.200. Uma força castelhana estava junto do Crato e Nuno Álvares pretendia expulsá-la. No dia 6 de Abril dá-se a batalha dos Atoleiros, a primeira batalha ganha por D. Nuno. De seguida vai conquistando algumas vilas para o partido do Mestre. É-lhe prometida a entrega de Vila Viçosa, mas era uma armadilha onde foi morto o irmão Fernão Pereira. Em Maio, o rei de Castela cerca Lisboa por terra e mar. O acampamento é atacado por peste negra e só em 3 de Setembro é levantado o cerco. Durante o cerco, D. Nuno vai ao castelo de Palmela onde manda fazer uma grande fogueira para ser vista em Lisboa. O Mestre responde com outra fogueira no castelo de S. Jorge. Na Páscoa, chegaram a Portugal as tropas inglesas enviadas em resposta ao pedido de ajuda feito por João de Avis.
  • 3. Apesar de não serem um grande contingente, contavam-se à volta de 600 homens, eram tropas na sua maioria veteranas da Guerra dos Cem Anos, bem treinados nas tácticas de sucesso da infantaria inglesa. Entre o contingente inglês, encontrava-se uma divisão de archeiros, que haviam provado o seu valor contra cargas de cavalaria (ver batalha de Crecy, por exemplo). Os partidários de João de Avis organizam uma reunião das Cortes em Coimbra. É aí que, a 6 de Abril, é aclamado João I, Rei de Portugal, primeiro da Dinastia de Avis, afirmando a independência de Portugal. Num dos seus primeiros éditos reais, João I nomeia Nuno Álvares Pereira, Condestável de Portugal. Pouco depois o Condestável, com duzentos homens de armas, parte dos quais sem montadas, e o rei partem para o Minho, para o libertar em somente dois meses, graças ao apoio dos povos, do domínio de Castela. Em Castela, João I não desiste da conquista de Portugal, enviando, pouco depois da aclamação de Coimbra, uma expedição punitiva. O resultado é a batalha de Trancoso em Maio, onde as tropas de fidalgos da Beira, aliados de então de João I de Portugal, obtêm uma importante vitória. Com esta derrota, o rei de Castela resolve avançar com um enorme exército, que vinho a preparando desde a derrota no cerco de Lisboa, para pôr termo àquilo que considera uma rebelião. Na segunda semana de Junho, a maioria do exército de Castela, comandado pelo rei em pessoa, acompanhado por um contingente de cavalaria francesa, entra em Portugal pelo Norte. O poder dos números estava francamente do lado de Castela: João I de Castela contava com cerca de 32.000 homens, para os apenas 6.500 à disposição de João I de Portugal. A coluna dirige-se imediatamente para Sul, na direção de Lisboa e Santarém, as principais cidades do reino. Entretanto, João I e o Condestável encontravam-se em Alenquer. Depois de alguma discussão, conclui-se que os
  • 4. castelhanos não podem levantar novo cerco a Lisboa, incapaz de resistir a nova provação. Como o conselho não se decidia, D. Nuno decide partir com a sua hoste para Tomar, mandando dizer ao rei que lá o esperaria. João I decide juntar-se ao condestável em Tomar e interceptar o inimigo nas imediações de Leiria, perto da vila de Aljubarrota. A 14 de Agosto, o exército castelhano, bastante lento dado o seu enorme contingente, encontra finalmente as tropas portuguesas, reforçadas com o destacamento inglês. O resultado deste encontro será a Batalha de Aljubarrota, travada ao estilo das batalhas de Crecy e Azincourt, onde a táctica usada permitia a pequenos exércitos resistir a grandes contingentes e cargas de cavalaria. O uso de fundibulários, lançadores de dardos, besteiros e arqueiros nos flancos e de armadilhas na frente de combate para impedir a progressão da cavalaria, face às quatrocentas lanças dos portugueses, constituem os principais elementos. O exército castelhano não só foi derrotado como praticamente aniquilado. As perdas da batalha de Aljubarrota foram de tal forma graves que impediram Juan I de Castela de tentar nova invasão nos anos seguintes. Com esta vitória, João I afirma-se como rei de Portugal, pondo um fim ao interregno e à anarquia da Crise de 1383-1385. O reconhecimento de Castela chegaria apenas em 1411 com a assinatura do tratado de Ayllón-Segovia. A aliança Luso-Inglesa seria renovada em 1386 no Tratado de Windsor e fortalecida com o casamento de João I com Filipa de Lencastre (filha de João de Gaunt). O tratado, que, ainda em vigor, vem a ser a mais antiga aliança do mundo, estabeleceu um. Trabalho realizado por Carlos Rodrigo Gonçalves Nº4 5ºA