O Hezbollah é uma organização xiita libanesa com estrutura militar e política fundada em 1982 durante a guerra civil libanesa para defender os interesses xiitas. Ele é apoiado pelo Irã e visto como grupo terrorista por alguns países, mas respeitado no mundo árabe como força de defesa contra interferências externas. Atualmente, o Hezbollah desempenha um papel político no Líbano, com assentos no parlamento, e mantém suas atividades armadas focadas principalmente em Israel.
2. Oque e:
É uma força islâmica xiita com estrutura similar à do
Exército e, ao mesmo tempo, um grupo político com sede
no Líbano. Ele nasceu em 1982, durante a Guerra Civil
Libanesa, a princípio como uma milícia, ou seja,
constituída por cidadãos libaneses portadores de armas e
de um suposto poder policial.
Esta organização paramilitar se destaca cada vez mais na
vida política do Líbano, ocupando-se de administrar os
trabalhos sociais e instituições escolares e hospitalares
xiitas, além de se responsabilizar também pelas atividades
agrícolas do país. Ela é apoiada ativamente pelos
iranianos, seja no campo doutrinário ou no financeiro.
3. Externamente ele é visto como um grupo terrorista,
principalmente nos EUA, em Israel, no Canadá, nos Países
Baixos e no Reino Unido. Enquanto isso, no mundo árabe e
muçulmano, é respeitado como uma força de defesa contra a
inferência exterior. Pode-se afirmar que sua meta principal é
construir um Estado Islâmico Libanês, além de extinguir
Israel.
O Hezbollah sobreviveu ao fim da guerra de Israel contra o
Líbano e continua a atuar no Oriente Médio, principalmente a
partir do Vale do Bekah, no sul do país. Sua fatia armada é
conhecida como Jihad Islâmica, acusada de cometer
inumeráveis atentados e assassinatos em Israel e região. Seu
poder é tão intenso, que é possível encontrar subdivisões dela
na Europa, África e Américas do Norte e Sul.
4. Seus criadores, em grande parte eclesiásticos xiitas, foram
profundamente influenciados pelos ideais do aiatolá Khomeini, e
seus membros foram formados e disciplinados por um grupo
da Guarda Revolucionária Iraniana.
Em 1985, um manifesto do Hezbollah expunha seus três objetivos
principais – eliminar toda organização de tendência colonialista,
julgar os falangistas pelos crimes cometidos e criar um estado
muçulmano no Líbano -, embora ultimamente seus adeptos não
falem mais sobre a edificação de uma nação islâmica.
O ódio principal do Hezbollah tem se voltado cada vez mais para
Israel, país considerado ‘sionista’, estruturado a partir do
arrebatamento violento das terras dos muçulmanos. Este sentimento
cresceu desde julho de 1993, quando os israelitas desencadearam
contra esta organização a ‘Operação Ajuste de Contas’, que resultou
em 86 mortos, 480 feridos, 360 mil libaneses transferidos do Sul do
Líbano para Beirute e na condenação externa de Israel.
5. Hoje o ‘Partido de Deus’, de mera organização paramilitar, converteu-
se em um grupo político, com cargos conquistados no parlamento do
Líbano, uma rádio e um canal de TV via satélite. Além disso ele
detém vários projetos de progresso social. O Hezbollah goza de um
grande prestígio entre os populares xiitas libaneses, e de algumas
manifestações de simpatia da parte de sunitas, drusos e cristãos.
Esta força xiita desenvolveu, junto a outras organizações políticas do
Líbano, os chamados protestos políticos do Líbano de 2006-2008,
contra o primeiro-ministro Fuad Siniora. Mais tarde, graças ao
Acordo de Doha, o Hezbollah conquistou o direito ao veto no
Parlamento, ao mesmo tempo em que se estruturou um governo de
unidade nacional, dentro do qual ele detém um ministro e onze das
trinta cadeiras disponíveis.
Apesar da retirada oficial dos israelenses do território libanês, este
Partido é preservado como força armada com o poder de resgatar
qualquer território invadido.
6. O Hezbollah não está livre das fissuras internas, que ganharam vigor de
1989 em diante. Em 1991 Abbas Musawi foi escolhido para liderar o grupo,
mas foi morto logo em seguida, em fevereiro de 1992, por um grupo de
Israel. Este assassinato teria possivelmente deflagrado o atentado à
embaixada de Israel em Buenos Aires, pouco tempo depois.