O documento discute diferentes abordagens históricas da alfabetização no Brasil, como a soletração e métodos sintéticos e analíticos. Também apresenta as concepções construtivistas de Emília Ferreiro, que defenderam ensinar a ler e escrever por meio da participação em práticas sociais de letramento.
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
História e evolução dos métodos de alfabetização
1.
2. OBJETIVOS
• Refletir sobre as concepções de
alfabetização no contexto histórico-
brasileiro e suas implicações
pedagógicas.
• Entender a concepção de alfabetização
na perspectiva do letramento e
perspectiva histórico-cultural.
3. HISTÓRIA ORAL DE
ALFABETIZAÇÃO
Vamos conhecer o relato da história de
alfabetização de um senhor, que retrata
um pouco da prática sedimentada pela
escola primária.
Vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=9Lt5liP31O0
4. Trata-se do método da
SOLETRAÇÃO
Foi o primeiro método empregado
universalmente na aprendizagem da
leitura, utilizado desde o ano 68 a.C, em
Roma e na Grécia antiga.
Baseado na REPETIÇÃO, tem uma grande
preocupação em ensinar, primeiramente,
os nomes das LETRAS
5. Por este processo a criança vai
soletrando as sílabas até decodificar a
palavra. Por exemplo: CASA, assim, c,
a,ca, s, a, sa, casa.
6. ABORDAGEM TRADICIONAL DE ALF.
Essa abordagem, revelada no depoimento e no
material didático foi preconizada através de dois
métodos de alfabetização:
MÉTODOS SINTÉTICOS
MÉTODOS ANALÍTICOS
7. MÉTODOS SINTÉTICOS
“Maneira de se iniciar o ensino da leitura pelas
partes das palavras, sendo que:
- No método alfabético ou da soletração, inicia-
se esse ensino com a identificação das letras do
alfabeto pelos seus nomes, formando-se depois
as sílabas e, com elas, palavras, até chegar à
leitura de sentenças ou histórias.
8. No método fônico, enfatizam-se inicialmente, as
relações entre sons e símbolos gráficos,
completando-se com a sequência anteriormente
descrita.
9. No método silábico inicia-se o ensino pelo
conhecimento das famílias silábicas, ensinando-
se a partir delas a formação de palavras.
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14. A LEITURA NO MÉTODO FÔNICO
Processo de transcrição dos sons da fala.
Fundamentado numa visão empirista-
associacionista de aprendizagem, cujos
processos básicos seriam a percepção e a
memória, pauta-se na proposta de ensinar
isoladamente as unidades fonológicas mínimas,
os fonemas, e a memorizar as letras que
representam graficamente esses fonemas.
15. MÉTODOS ANALÍTICOS
Tem seu início a partir de 1890 devido a uma
nova concepção de criança, de espaço, de
sociedade, enfim, de educação.
Maneira de se iniciar o ensino da leitura com
unidades completas de linguagem, para
posterior divisão em partes ou elementos
menores.
19. MÉTODO GLOBAL
Enfatiza-se inicialmente o imediato
reconhecimento de palavras ou sentenças
inteiras e, ocasionalmente, pode ser
identificado com os métodos da palavração,
sentenciação ou das histórias.
23. Acredita-se que pela memorização e repetição
as pessoas vão aprender a ler. Os sujeitos
conseguem memorizar letras e sílabas, mas
como memorizar não é o mesmo que aprender,
alguns não conseguem concluir o processo de
alfabetização. Assim, memorizam letras e sílabas
mas não lêem e fazem cópias sem compreender
o que está sendo copiado…
24. Podemos dizer que:
• Cerceiam a entrada de palavras, restringindo à
apresentação de palavras que tenham
determinadas famílias silábicas, aquela já
trabalhada e a que se está trabalhando.
25. Apesar de variarem a unidade de ensino (letras, fonemas,
sílabas, palavras, textos), se assemelhavam em alguns
aspectos:
Concepção de leitura e escrita como decodificação e
codificação;
Ensino transmissivo, partindo das unidades mais
fáceis para as mais difíceis;
Concepção de aluno como uma “tábua rasa”, um
papel passivo diante do conhecimento;
Sem vinculação com os usos sociais da leitura e da
escrita.
26. “PRONTIDÃO”
Ensinar a ler e a escrever com base nos métodos
analíticos ou sintéticos exigia que as crianças
apresentassem uma prontidão para o início do
processo de alfabetização.
Essa prontidão estava relacionada ao
desenvolvimento de habilidades perceptivas, de
coordenação motora e de discriminação auditiva
e visual.
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28. ABORDAGEM CONSTRUTIVISTA
No campo da alfabetização, são os trabalhos de
Emília Ferreiro e Ana Teberosky sobre a
Psicogênese da Língua Escrita que trazem novos
contornos para as práticas de alfabetização. Em
seus estudos, demonstram que a escrita
alfabética não é um código, o qual se aprende a
partir de atividades de memorização e
repetição e propõem uma concepção de língua
escrita como um sistema de notação (alfabético)
29. Assim, partindo de uma concepção linguística da
escrita como sistema de representação da fala,
buscaram explicações sobre as formas mediante
as quais as crianças aprendem a ler e a escrever,
ou seja, o processo de construção dos
conhecimentos no domínio da língua escrita.
30. Para isso, adotaram técnicas associadas ao
método da indagação, com registros de
situações em que as crianças eram levadas a
escrever o seu próprio nome, de um amigo,
familiar, e “palavras que não haviam sido
ensinadas”.
31. As análises dessas situações evidenciaram para
as pesquisadoras que o desenvolvimento da
escrita na criança ocorre por níveis sucessivos,
caracterizados por uma hipótese central e uma
série de fatores que levaram a outros tipos de
classificação.
32. EMÍLIA FERREIRO
Defendeu a importância do aprendiz ser
exposto ao mundo da escrita a partir da
participação em práticas sociais de leitura e
escrita.
Chamou a atenção para a importância do
ambiente – que deve ser alfabetizador -
33. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Alfabetizar e letrar são duas ações distintas mas
não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria
alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e
escrever no contexto das práticas sociais da
leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se
tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e
letrado (SOARES, 1998, p. 47)