2. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Curso de Saúde Mental para Equipes
Multiprofissionais da Universidade Paulista,
como requisito para obtenção do título de
Especialista.
3. Agradecimentos
Gostaria de agradecer a minha orientadora, a Profa. Ana Carolina
Schimidt, pelo seu empenho e disposição na orientação do trabalho.
Agradeço ao Prof. Dr. Hewdy Lobo, pelo apoio oferecido durante todo o
curso.
Outro agradecimento vai para a Rosineide Lima pela ajuda e paciência.
Um agradecimento especial para todos os alunos do curso pela amizade e
parceria estabelecida.
4. Introdução – A tendência antissocial
Principais manifestações: o roubo, acompanhado da mentira; a tendência
caótica; enurese; vadiagem; a destrutividade, entre outros (valor de
incômodo).
Ligada à privação: um ambiente suficientemente bom que foi vivenciado e
perdido.
Indica que há esperança na possibilidade de devolução daquilo que se perdeu
por parte do ambiente.
(WINNICOTT, 2005)
5. Introdução – A tendência antissocial
O roubo ou furto: tentativa de pegar algo de valor que lhe pertencia no
passado e que lhe foi “roubado”.
Destrutividade: agressão ao ambiente, para que ele volte ao momento
anterior à condição ou momento de privação.
Placement: modalidade clínica que dá importância ao lugar para a
constituição do self.
(WINNICOTT, 2005)
6. Introdução – Um sinal de esperança
Na esperança do reencontro com o objeto, a criança o rouba
para si.
O que ela procura não é o objeto em si, e sim a capacidade de
reencontrar com a mãe sobre quem a criança tem direitos.
Também procura a autoridade paterna que pode pôr limite ao
efeito concreto de seu comportamento impulsivo e a atuação de
ideias que lhe ocorrem quando excitado.
(WINNICOTT, 1989)
7. Introdução – A relação mãe-bebê
Mãe suficientemente boa:
Adapta-se com alto grau às necessidades individuais da criança.
Possibilita ao bebê o encontro dos seus objetos subjetivos com os da
realidade objetiva.
Sua adaptação vai diminuindo de acordo com a crescente necessidade de
experimentar reações a frustrações contribuindo para a sua consequente
diferenciação e maturação.
Inicia o bebê no uso criativo do mundo. Quando isso falha, perde o contato
com o objeto e perde-se também a capacidade de encontrar qualquer coisa
criativamente.
(WINNICOTT, 1989)
8. Justificativa
Necessidade de novos estudos.
Estudo das contribuições de Winnicott – placement.
Estudo de novas práticas no trabalho da tendência antissocial.
9. Objetivos
“Verificar contribuições dos conceitos de Winnicott para a
prevenção e tratamento da tendência antissocial, articulando
esses conceitos sobre as manifestações da tendência
antissocial com o placement”.
10. Metodologia
Revisão bibliográfica.
Palavras-chaves: “tendência antissocial” e “placement”.
Relatos de casos ou vinhetas clínicas.
Língua portuguesa.
Scielo e Pepsic - últimos oito anos.
“Privação e Delinquência”, de Winnicott.
11. Resultados
Scielo:
04 “tendência antissocial”- apenas um continha relato
de caso;
00 “placement”.
Pepsic:
06 “tendência antissocial” - três continham casos
clínicos e um relato de observação de um atendimento
coletivo;
01 “placement”.
12. Resultados
Autores Título do artigo Caso Clínico Conclusão
Pôde ser revertido
com uma única consulta
terapêutica, em que
nenhum furto ocorreu
após um ano da
Caso clínico:
O uso da consulta consulta. Na consulta,
Luana, 8 anos.
GARCIA. 2005. terapêutica na clínica da Luana pôde integrar a
Manifestava furtos na
tendência antissocial perda repentina dos
escola.
cuidados maternos, no
nascimento de sua irmã,
quando tinha três anos e
sua mãe teve
depressão.
13. Resultados
Autores Título do artigo Caso clínico Conclusão
Demanda de uma
clínica diferente e
"Crianças alternativa ao modelo
Caso clínico: Luis
'impossíveis': quem as tradicional. Frente a um
MAIA et al. 2007. (criança em situação de
quer, quem se importa ambiente faltoso, o
vulnerabilidade social)
com elas?". objetivo da terapia é
reestabelecer a
confiança da criança
nele.
14. Resultados
Autores. Ano Título do artigo Caso clínico Conclusão
O reconhecimento
Casos clínicos:
da singularidade do
Garoto de 11 anos
paciente, auxilia na
aparentava desinteresse
Placement: criação de um lugar de
e sentia-se deslocado
modelo clínico para o reencontro de si frente a
SAFRA. 2006. na escola. Garoto de 10
acompanhamento um outro, sob
anos, atormentado com
terapêutico transferência, e que
os delírios de uma mãe
possibilita inserir-se na
esquizofrênica, vida
comunidade e ter uma
caótica.
perspectiva de vida.
15. Discussão
A consulta terapêutica como alternativa viável no atendimento de
crianças antissociais em serviços públicos, em que a demanda é alta e as
famílias não podem arcar com um tratamento muito longo (GARCIA,
2005).
Placement: ofertar um lugar ético constitutivo é um exercício que deve
ser promovido pelo profissional juntamente ao auxílio no estabelecimento
das funções psíquicas (SAFRA, 2006).
16. Considerações finais
Escassa literatura sobre o tema – mais publicações devem ser realizadas
para embasar cientificamente essas práticas.
Pode-se observar a eficácia do placement e da consulta terapêutica em
casos de tendência antissocial em estudos de casos clínicos.
Tratamento para um delinquente não é a psicanálise e sim o placement
(Winnicott, 2005).
Oferecer um placement implica em proporcionar uma experiência de lar
primário, um ambiente adaptado às necessidades especiais da criança.
17. Referências
GARCIA, Roseana Moraes. O uso da consulta terapêutica na clínica da tendência anti-social. Nat.
hum., São Paulo, v. 7, n. 1, jul., 2005.
JUSTO, J. S., BUCHIANERI, L. G. C. A constituição da tendência antissocial segundo Winnicott:
desafios teóricos e clínicos. Revista de Psicologia da UNESP 9(2), 115-127, 2010.
MAIA et al. "Crianças 'impossíveis': quem as quer, quem se importa com elas?". Psicologia em
Estudo, Maringá, v. 12, n. 2, p. 335-342, maio-ago. 2007.
SAFRA, G. Placement: modelo clínico para o acompanhamento terapêutico. São Paulo: Psique.
Ano. X, n.18., p.13-20, set. 2006.
VILETE, Edna Pereira. Esperança e tendência antissocial na clínica. Nat. hum., São Paulo, v. 7, n.
2, dez. 2005.
WINNICOTT, D. W. Privação e Delinquência. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
WINNICOTT, D. W. Tudo começa em casa. São Paulo: Martins Fontes, 1989.