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Por quê o software
continua inseguro?
ViníciusOliveira Ferreira
viniciusoliveira@acmesecurity.org
Sobre o autor
• Vinícius Oliveira Ferreira.
• Pesquisador e analista no LaboratórioACME!
• Mestrando em Ciência da Computação pela UNESP –
Universidade Estadual Paulista.
• Bolsista CAPES.
Agenda
• Continua mesmo?
• Problemas, problemas, problemas ...
• O que fazer para mudar?
• Conclusões
Agenda
• Continua mesmo?
• Problemas, problemas, problemas ...
• O que fazer para mudar?
• Conclusões
Continua mesmo?
Continua mesmo?
Continua mesmo?
Continua mesmo?
Continua mesmo?
Continua mesmo?
Figura extraída de [1].
Falhas o suficiente para se construir
armas
Crescimento do mercado de
vulnerabilidades
• O mercado de vulnerabilidades zero-day encontra-se em
franca expansão;
• Motivado pelo surgimento de um novo mercado - “The
Gray Market” [2].
Crescimento do mercado de
vulnerabilidades
• White Market: Programas Bug Bounty (Google, Facebook,
VCP, ZDI e etc).
• Recompensas variam de $500 a $5,000, mais reconhecimento
pela comunidade.
• Black Market:Vulnerabilidades vendidas para organizações
criminosas.
• Ética impedia que muitos dos pesquisadores migrassem para
este mercado.
Crescimento do mercado de
vulnerabilidades
We value the researcher ecosystem, and show that in a
variety of ways, but we don’t think paying a per-vuln
bounty is the best way. Especially when across the
researcher community the motivations aren’t always
financial. It is well-known that we acknowledge
researcher’s contributions in our bulletins when a
researcher has coordinated the release of vulnerability
details with the release of a security update. Jerry Bryant –
Microsoft.
Crescimento do mercado de
vulnerabilidades
We value the researcher ecosystem, and show that in a
variety of ways, but we don’t think paying a per-vuln
bounty is the best way. Especially when across the
researcher community the motivations aren’t always
financial. It is well-known that we acknowledge
researcher’s contributions in our bulletins when a
researcher has coordinated the release of vulnerability
details with the release of a security update. Jerry Bryant –
Microsoft.
Gray Market:Vulnerabilidades vendidas a compradores
legítimos: governos, empresas de espionagem e
monitoramento e etc.
Gray Market
Gray Market
• Os preços geralmente começam em $20.000, podendo
chegar a $200.000 [2].
• Empresas atuantes:VUPEN (França), ReVuln (Malta),
Netragard, Endgame Systems e Exodus Intelligence (US).
• Grandes incentivos para os pesquisadores.
Gray Market
Gray Market
• Alguns Dados:
• Em 2013 a NSA gastou $25,000,000 com
vulnerabilidades 0-day [3].
• Com o preço médio de $20,000 a $200,000 pode se estimar
um valor de 125 a 1250 vulnerabilidades adquiridas;
• Algumas empresas vendem planos de assinaturas.
• Endgame Systems oferece 25 exploits por ano a uma
assinatura de 2.5 milhões [4].
Até o Mitnick:
Problemas na ascensão do Gray
Market
•Money talks:
• Dados vazados no ataque a
HackingTeam indicaram
negociações com países como:
Rússia, Etiópia, Barém, Egito,
Cazaquistão, Marrocos,
Sudão, Arzeibajão e outros.
Problemas na ascensão do Gray
Market
• Com maiores incentivos mais pesquisadores se envolverão
na pesquisa por vulnerabilidades
• Problema: No Gray Market as vulnerabilidades
não são corrigidas.
Agenda
• Continua mesmo?
• Problemas, problemas, problemas ...
• O que fazer para mudar?
• Conclusões
No Silver Bullet para o
desenvolvimento de SW
• O SW é inerentemente complexo [5]
• Problemas acidentais e essenciais:
1. Acidentais (menos significantes): Limitações tecnológicas ...
2. Essenciais:
1. Complexidade: Há poucos elementos repetitivos e idênticos;
2. Conformidade: O SW precisa ser adaptado a todo tipo de
instituição e sistema já existente;
3. Alterabilidade: O SW Por poder ser alterado muito facilmente,
sofrend0 pressão por constantes alterações;
4. Invisibilidade:O software não é espacialmente representável; não
existe um diagrama ou esquema lógico que o descreva.
No Silver Bullet para o
desenvolvimento de SW
• O SW é inerentemente complexo [5]
• Algumas propostas para os problemas essenciais:
1. Comprar componentes prontos;
2. Refinamento de requisitos e prototipagem rápida;
3. Desenvolvimento Incremental;
4.Usar bons projetistas/programadores.
• Tais soluções ajudam, mas não são mágicas, não há
uma bala de prata, e assim também é com segurança.
Não existe pentest salvador.
Falta de capacitação em
desenvolvimento seguro
• A maioria dos cursos deTI não abordam segurança em suas
ementas, se abordam é de uma forma bastante superficial.
• Não advogamos a criação de cursos de segurança, acreditamos que
a segurança deve estar presente em cada aspecto da tecnologia da
informação.
• A segurança não é priorizada como deveria pela engenharia de
SW.
• Há muito esforço para projetar, desenvolver e implantar, mas
pouco é feito para que haja segurança nestas etapas.
• Os grandes autores (Pressman e Sommerville) quase sempre
dedicaram pouco espaço à segurança em seus livros.
• Com exceção da última edição do livro Software Engineering - Ian
Sommerville.
Polarização do conhecimento
• A falta de interdisciplinaridade entre segurança e outros
assuntos fundamentais (e.g. desenvolvimento de SW) da
computação se refletem nos profissionais gerados.
• O que se vê hoje é uma grande polarização entre
profissionais de segurança e de desenvolvimento de SW.
Polarização do conhecimento
Polarização do conhecimento
Developers -> Security Guys
Polarização do conhecimento
Security Guys -> Developers
Indisposição para investir
• Segurança custa, para tê-la é preciso investir.
• Sem investimento não se cria nenhuma iniciativa de
segurança. Sem incentivos nada funciona.
• Segurança é um investimento preventivo
• Poucos se previnem, o urgente é sempre colocado
acima do prioritário.
Por fim, como as coisas tem sido
feitas
• Como é difícil lidar com o SW, vamos proteger seu
entorno.
A utilização de Antivírus, SO,
firewalls e outras ferramentas de
segurança se assemelha a
utilização de barreiras para a
proteção de um interior
vulnerável.
• O problema é que barreiras
são sempre transpassadas!!!
Corretude vs Segurança
• Atributos de sistemas de Software:
• Corretude: O que o sistema deve fazer;
• Segurança: O que o sistema não deve fazer.
• Grande parte dos desenvolvedores aplicam seus
esforços para alcançar corretude e não
segurança.
Corretude vs Segurança
•Sob a ótica da corretude.
• Todos os softwares possuem bugs:
• A correção de todos eles é infactível, prioriza-se
então a correção dos bugs que surgirão em situação
típicas e afetarão o maior número de usuários.
• Os bugs restantes surgem de situações atípicas, frutos
de raras interações com o sistema. Ainda quando
surgem, os usuários procuram contornar o problema.
• Quando um bug afeta muitos usuários ele então é
corrigido.
Corretude vs Segurança
•Sob a ótica da segurança.
Um atacante não é um usuário comum
• Enquanto usuários comuns evitam os bugs, um atacante tenta
reproduzi-los, entender sua causa e então manipula-los para criar
uma situação de exploração.
• Portanto, além de considerarmos típicos casos de uso, quando
falamos em segurança, precisamos também considerar casos de
abuso.
Agenda
• Continua mesmo?
• Problemas, problemas, problemas ...
• O que fazer para mudar?
• Conclusões
Na verdade já começou
• Writing Secure Code - Michael Howard e David Leblanc
(2001);
• Building Secure Software - Gary McGraw e JohnViega
(2001);
• Bill Gates'sTrustworthy Computing memo (2002).
Na verdade já começou
Segurança como parte integral
• O que aprendemos: Não há solução mágica, a segurança
precisa ser adicionada integralmente a todo o ciclo de
desenvolvimento de SW.
• Pentest não resolve tudo!!!
Segurança como parte integral
Bugs vs Falhas (flaws)
50% 50%
Segurança como parte integral,
como fazê-la:
ISO/IEC 27034
Segurança como parte integral,
como fazê-la:
Figura extraída de [6].
Segurança como parte integral,
como fazê-la:
Figura adaptada de [6].
Requisitos de Segurança
• Envolva o cliente com os aspectos de segurança.
• Isso o ajudará a compreender os possíveis riscos;
• Permitirá a elicitação de requisitos especiais de proteção ao
software;
• Realize a classificação dos dados.
• Considere novos requisitos que podem surgir dos casos
de abuso (abuse cases).
Segurança como parte integral,
como fazê-la:
Figura adaptada de [6].
Figura extraída de [7].
Segurança como parte integral,
como fazê-la:
Figura adaptada de [6].
Modelo de ameaças
Figura extraída de [8].
Segurança como parte integral,
como fazê-la:
Figura adaptada de [6].
Segurança como parte integral,
como fazê-la:
Figura adaptada de [6].
Revisão de código
• Detecção de código vulnerável:
SELECT * FROM usuarios WHERE login = '" + user.getLogin() + "'
Segurança como parte integral,
como fazê-la:
Figura adaptada de [6].
Segurança como parte integral,
como fazê-la:
Figura adaptada de [6].
Operações de segurança
• Instalação segura (permissões);
• Um Software nunca deve reduzir a segurança de um ambiente.
• Registre e gerencie Logs do sistema.
• Tenha um plano de resposta aos incidentes.
Deve ser um processo recursivo
Agenda
• Continua mesmo?
• Problemas, problemas, problemas ...
• O que fazer para mudar?
• Conclusões.
Conclusões
The Rugged Manifesto
The Rugged Manifesto
Eu sou robusto e, mais importante, o meu código é robusto.
Eu reconheço que o software se tornou uma fundação de nosso mundo moderno.
Eu reconheço a enorme responsabilidade que vem com este papel fundamental.
Eu reconheço que meu código será usado de maneiras que eu não posso prever, de
forma que não foi concebido, e por mais tempo do que jamais foi destinado. Eu
reconheço que meu código será atacado por adversários talentosos e persistentes
que ameaçam a nossa segurança física, econômica e nacional.
Eu reconheço essas coisas - e eu escolhi ser robusto.
Eu sou robusto porque me recuso a ser uma fonte de vulnerabilidades ou
fraqueza. Eu sou robusto porque eu garanto que meu código irá suportar sua
missão.
Eu sou robusto porque o meu código pode enfrentar esses desafios e persistir
apesar deles.
Eu sou robusto, não porque é fácil, mas porque é necessário e estou pronto para o
desafio.
Referências
[1] NationalVulnerability Database - Statistics. Disponível em:
<https://web.nvd.nist.gov/view/vuln/statistics>. Acesso em: 08 de outubro de 2015
[2] Lemos, R. Market ForVulnerability Information Grows. Information Security
Magazine. 2012.
[3]The NSA hacks other countries by buying millions of dollars’ worth of computer
vulnerabilities. Disponível em: <http://www.washingtonpost.com/blogs/the-
switch/wp/2013/08/31/the-nsa-hacks-other-countries-by-buying-millions-of-dollars-
worth-of-computer-vulnerabilities/>. Acesso em: 29 de janeiro de 2015.
[4] Frei, S.The Known Unknowns - Empirical Analysis Of Publicly Unknown Security
Vulnerabilities. NSS Labs. 2013.
Referências
[5] Brooks, F.P., Jr., "No Silver Bullet Essence and Accidents of Software Engineering,"
in Computer , vol.20, no.4, pp.10-19, April 1987. doi: 10.1109/MC.1987.1663532.
[6] McGraw, G. Software Security: Building Security. 1 ed.Addison-Wesley. ISBN-13:
978-0321356703. 2006.
[7] OWASP. ApplicationThreat Modeling. Disponível em:
<https://www.owasp.org/index.php/Application_Threat_Modeling>. Acesso em: 08 de
outubro de 2015.
[8] Microsoft - SolutionAccelerators. IT InfrastructureThreat Modeling Guide. 2009.
@viniciusofer
Vinicius Oliveira Ferreira

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Por quê o software continua inseguro?

  • 1. Por quê o software continua inseguro? ViníciusOliveira Ferreira viniciusoliveira@acmesecurity.org
  • 2. Sobre o autor • Vinícius Oliveira Ferreira. • Pesquisador e analista no LaboratórioACME! • Mestrando em Ciência da Computação pela UNESP – Universidade Estadual Paulista. • Bolsista CAPES.
  • 3. Agenda • Continua mesmo? • Problemas, problemas, problemas ... • O que fazer para mudar? • Conclusões
  • 4. Agenda • Continua mesmo? • Problemas, problemas, problemas ... • O que fazer para mudar? • Conclusões
  • 11. Falhas o suficiente para se construir armas
  • 12. Crescimento do mercado de vulnerabilidades • O mercado de vulnerabilidades zero-day encontra-se em franca expansão; • Motivado pelo surgimento de um novo mercado - “The Gray Market” [2].
  • 13. Crescimento do mercado de vulnerabilidades • White Market: Programas Bug Bounty (Google, Facebook, VCP, ZDI e etc). • Recompensas variam de $500 a $5,000, mais reconhecimento pela comunidade. • Black Market:Vulnerabilidades vendidas para organizações criminosas. • Ética impedia que muitos dos pesquisadores migrassem para este mercado.
  • 14. Crescimento do mercado de vulnerabilidades We value the researcher ecosystem, and show that in a variety of ways, but we don’t think paying a per-vuln bounty is the best way. Especially when across the researcher community the motivations aren’t always financial. It is well-known that we acknowledge researcher’s contributions in our bulletins when a researcher has coordinated the release of vulnerability details with the release of a security update. Jerry Bryant – Microsoft.
  • 15. Crescimento do mercado de vulnerabilidades We value the researcher ecosystem, and show that in a variety of ways, but we don’t think paying a per-vuln bounty is the best way. Especially when across the researcher community the motivations aren’t always financial. It is well-known that we acknowledge researcher’s contributions in our bulletins when a researcher has coordinated the release of vulnerability details with the release of a security update. Jerry Bryant – Microsoft.
  • 16. Gray Market:Vulnerabilidades vendidas a compradores legítimos: governos, empresas de espionagem e monitoramento e etc. Gray Market
  • 18. • Os preços geralmente começam em $20.000, podendo chegar a $200.000 [2]. • Empresas atuantes:VUPEN (França), ReVuln (Malta), Netragard, Endgame Systems e Exodus Intelligence (US). • Grandes incentivos para os pesquisadores. Gray Market
  • 19. Gray Market • Alguns Dados: • Em 2013 a NSA gastou $25,000,000 com vulnerabilidades 0-day [3]. • Com o preço médio de $20,000 a $200,000 pode se estimar um valor de 125 a 1250 vulnerabilidades adquiridas; • Algumas empresas vendem planos de assinaturas. • Endgame Systems oferece 25 exploits por ano a uma assinatura de 2.5 milhões [4].
  • 21.
  • 22. Problemas na ascensão do Gray Market •Money talks: • Dados vazados no ataque a HackingTeam indicaram negociações com países como: Rússia, Etiópia, Barém, Egito, Cazaquistão, Marrocos, Sudão, Arzeibajão e outros.
  • 23. Problemas na ascensão do Gray Market • Com maiores incentivos mais pesquisadores se envolverão na pesquisa por vulnerabilidades • Problema: No Gray Market as vulnerabilidades não são corrigidas.
  • 24. Agenda • Continua mesmo? • Problemas, problemas, problemas ... • O que fazer para mudar? • Conclusões
  • 25. No Silver Bullet para o desenvolvimento de SW • O SW é inerentemente complexo [5] • Problemas acidentais e essenciais: 1. Acidentais (menos significantes): Limitações tecnológicas ... 2. Essenciais: 1. Complexidade: Há poucos elementos repetitivos e idênticos; 2. Conformidade: O SW precisa ser adaptado a todo tipo de instituição e sistema já existente; 3. Alterabilidade: O SW Por poder ser alterado muito facilmente, sofrend0 pressão por constantes alterações; 4. Invisibilidade:O software não é espacialmente representável; não existe um diagrama ou esquema lógico que o descreva.
  • 26. No Silver Bullet para o desenvolvimento de SW • O SW é inerentemente complexo [5] • Algumas propostas para os problemas essenciais: 1. Comprar componentes prontos; 2. Refinamento de requisitos e prototipagem rápida; 3. Desenvolvimento Incremental; 4.Usar bons projetistas/programadores. • Tais soluções ajudam, mas não são mágicas, não há uma bala de prata, e assim também é com segurança. Não existe pentest salvador.
  • 27. Falta de capacitação em desenvolvimento seguro • A maioria dos cursos deTI não abordam segurança em suas ementas, se abordam é de uma forma bastante superficial. • Não advogamos a criação de cursos de segurança, acreditamos que a segurança deve estar presente em cada aspecto da tecnologia da informação. • A segurança não é priorizada como deveria pela engenharia de SW. • Há muito esforço para projetar, desenvolver e implantar, mas pouco é feito para que haja segurança nestas etapas. • Os grandes autores (Pressman e Sommerville) quase sempre dedicaram pouco espaço à segurança em seus livros. • Com exceção da última edição do livro Software Engineering - Ian Sommerville.
  • 28. Polarização do conhecimento • A falta de interdisciplinaridade entre segurança e outros assuntos fundamentais (e.g. desenvolvimento de SW) da computação se refletem nos profissionais gerados. • O que se vê hoje é uma grande polarização entre profissionais de segurança e de desenvolvimento de SW.
  • 32. Indisposição para investir • Segurança custa, para tê-la é preciso investir. • Sem investimento não se cria nenhuma iniciativa de segurança. Sem incentivos nada funciona. • Segurança é um investimento preventivo • Poucos se previnem, o urgente é sempre colocado acima do prioritário.
  • 33. Por fim, como as coisas tem sido feitas • Como é difícil lidar com o SW, vamos proteger seu entorno. A utilização de Antivírus, SO, firewalls e outras ferramentas de segurança se assemelha a utilização de barreiras para a proteção de um interior vulnerável. • O problema é que barreiras são sempre transpassadas!!!
  • 34. Corretude vs Segurança • Atributos de sistemas de Software: • Corretude: O que o sistema deve fazer; • Segurança: O que o sistema não deve fazer. • Grande parte dos desenvolvedores aplicam seus esforços para alcançar corretude e não segurança.
  • 35. Corretude vs Segurança •Sob a ótica da corretude. • Todos os softwares possuem bugs: • A correção de todos eles é infactível, prioriza-se então a correção dos bugs que surgirão em situação típicas e afetarão o maior número de usuários. • Os bugs restantes surgem de situações atípicas, frutos de raras interações com o sistema. Ainda quando surgem, os usuários procuram contornar o problema. • Quando um bug afeta muitos usuários ele então é corrigido.
  • 36. Corretude vs Segurança •Sob a ótica da segurança. Um atacante não é um usuário comum • Enquanto usuários comuns evitam os bugs, um atacante tenta reproduzi-los, entender sua causa e então manipula-los para criar uma situação de exploração. • Portanto, além de considerarmos típicos casos de uso, quando falamos em segurança, precisamos também considerar casos de abuso.
  • 37. Agenda • Continua mesmo? • Problemas, problemas, problemas ... • O que fazer para mudar? • Conclusões
  • 38. Na verdade já começou • Writing Secure Code - Michael Howard e David Leblanc (2001); • Building Secure Software - Gary McGraw e JohnViega (2001); • Bill Gates'sTrustworthy Computing memo (2002).
  • 39. Na verdade já começou
  • 40. Segurança como parte integral • O que aprendemos: Não há solução mágica, a segurança precisa ser adicionada integralmente a todo o ciclo de desenvolvimento de SW. • Pentest não resolve tudo!!!
  • 41. Segurança como parte integral Bugs vs Falhas (flaws) 50% 50%
  • 42. Segurança como parte integral, como fazê-la: ISO/IEC 27034
  • 43. Segurança como parte integral, como fazê-la: Figura extraída de [6].
  • 44. Segurança como parte integral, como fazê-la: Figura adaptada de [6].
  • 45. Requisitos de Segurança • Envolva o cliente com os aspectos de segurança. • Isso o ajudará a compreender os possíveis riscos; • Permitirá a elicitação de requisitos especiais de proteção ao software; • Realize a classificação dos dados. • Considere novos requisitos que podem surgir dos casos de abuso (abuse cases).
  • 46. Segurança como parte integral, como fazê-la: Figura adaptada de [6].
  • 48. Segurança como parte integral, como fazê-la: Figura adaptada de [6].
  • 49. Modelo de ameaças Figura extraída de [8].
  • 50. Segurança como parte integral, como fazê-la: Figura adaptada de [6].
  • 51. Segurança como parte integral, como fazê-la: Figura adaptada de [6].
  • 52. Revisão de código • Detecção de código vulnerável: SELECT * FROM usuarios WHERE login = '" + user.getLogin() + "'
  • 53. Segurança como parte integral, como fazê-la: Figura adaptada de [6].
  • 54. Segurança como parte integral, como fazê-la: Figura adaptada de [6].
  • 55. Operações de segurança • Instalação segura (permissões); • Um Software nunca deve reduzir a segurança de um ambiente. • Registre e gerencie Logs do sistema. • Tenha um plano de resposta aos incidentes.
  • 56. Deve ser um processo recursivo
  • 57. Agenda • Continua mesmo? • Problemas, problemas, problemas ... • O que fazer para mudar? • Conclusões.
  • 59. The Rugged Manifesto Eu sou robusto e, mais importante, o meu código é robusto. Eu reconheço que o software se tornou uma fundação de nosso mundo moderno. Eu reconheço a enorme responsabilidade que vem com este papel fundamental. Eu reconheço que meu código será usado de maneiras que eu não posso prever, de forma que não foi concebido, e por mais tempo do que jamais foi destinado. Eu reconheço que meu código será atacado por adversários talentosos e persistentes que ameaçam a nossa segurança física, econômica e nacional. Eu reconheço essas coisas - e eu escolhi ser robusto. Eu sou robusto porque me recuso a ser uma fonte de vulnerabilidades ou fraqueza. Eu sou robusto porque eu garanto que meu código irá suportar sua missão. Eu sou robusto porque o meu código pode enfrentar esses desafios e persistir apesar deles. Eu sou robusto, não porque é fácil, mas porque é necessário e estou pronto para o desafio.
  • 60. Referências [1] NationalVulnerability Database - Statistics. Disponível em: <https://web.nvd.nist.gov/view/vuln/statistics>. Acesso em: 08 de outubro de 2015 [2] Lemos, R. Market ForVulnerability Information Grows. Information Security Magazine. 2012. [3]The NSA hacks other countries by buying millions of dollars’ worth of computer vulnerabilities. Disponível em: <http://www.washingtonpost.com/blogs/the- switch/wp/2013/08/31/the-nsa-hacks-other-countries-by-buying-millions-of-dollars- worth-of-computer-vulnerabilities/>. Acesso em: 29 de janeiro de 2015. [4] Frei, S.The Known Unknowns - Empirical Analysis Of Publicly Unknown Security Vulnerabilities. NSS Labs. 2013.
  • 61. Referências [5] Brooks, F.P., Jr., "No Silver Bullet Essence and Accidents of Software Engineering," in Computer , vol.20, no.4, pp.10-19, April 1987. doi: 10.1109/MC.1987.1663532. [6] McGraw, G. Software Security: Building Security. 1 ed.Addison-Wesley. ISBN-13: 978-0321356703. 2006. [7] OWASP. ApplicationThreat Modeling. Disponível em: <https://www.owasp.org/index.php/Application_Threat_Modeling>. Acesso em: 08 de outubro de 2015. [8] Microsoft - SolutionAccelerators. IT InfrastructureThreat Modeling Guide. 2009.