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PAFD – MÓDULO FUTEBOL
Professor
Vítor Henriques
INVARIANTES ESTRUTURAIS DO JOGO
 O Jogo de Futebol é constituído por uma
estrutura que possui um conjunto de
invariantes. Estas invariantes apresentam uma
relação interna e externa, ou seja, quando uma
é modificada altera todas as outras e
consequentemente altera a estrutura do jogo.
 As Invariantes estruturais do Jogo são :
 O Número
 O Espaço
 O Tempo
O NÚMERO
 Para lá dos sistemas de jogo, existe uma invariante dinâmica
que orienta a evolução táctica dos desportos colectivos, é a lei
do número;
 Representa estar em superioridade numérica;
 Factor numérico como elemento indispensável para a vitória;
 Torna-se importante assegurar supremacia numérica nas
situações decisivas do jogo;
O NÚMERO
 Que se consegue através de uma judiciosa e sistemática
utilização dos jogadores;
 Esta superioridade numérica terá que ser observada nas
zonas centrais do jogo (onde está a bola, ou para onde será
dirigida);
 Estabelecem os princípios gerais do jogo;
 Teodorescu (1984), diz que esta superioridade numérica, é
consubstanciada por combinações tácticas que procuram
criar condições mais favoráveis para finalização e para
manter a posse de bola;
O NÚMERO
 Este elemento é um entre outros na criação das condições mais
favoráveis à resolução das situações tácticas do jogo;
 O número consubstancia o aumento da iniciativa – surpresa do
ataque, ou a diminuição de parte desta iniciativa pela defesa;
 Possibilidade de haver sempre disponibilidade de um ou vários
elementos facilitarem a resposta táctica adaptada à situação;
 O futebol actual procura constantemente a superioridade
numérica, mas a sua importância depende também do contexto
de espaço e de tempo;
O ESPAÇO
 Qualquer prova desportiva evolui no interior de um campo
fechado;
 As combinações espaciais implicam um número infinito de
possibilidades;
 Teissie (1970) sublinha “zonas de terreno significativas e
interligadas” em função da utilização da dimensão
regulamentar do espaço de jogo que estabelece a forma, as
dimensões e igualmente as limitações do seu uso;
O ESPAÇO
 A distribuição do espaço por jogador, varia entre 300 a 340
metros quadrados. Isto determina a compreensão clara e
objectiva da importância dos comportamentos técnico-
tácticos a empreender nos diferentes espaços vitais do
jogo.
 Cada jogador encontra-se confrontado com espaços dinâmicos
que se modificam pelo deslocamento dos jogadores em função
do desenvolvimento do jogo, indo condicionar o seu
posicionamento e a sua situação para poder actuar. Podemos
distinguir numa primeira análise 4 sectores do terreno de jogo :
 espaços de grande segurança e de responsabilidade
individual e colectiva, procurando não criar situações
perigosas para a sua baliza;
O ESPAÇO
 espaços onde subsiste um certo equilíbrio entre a
segurança e o risco, onde se procura manter a
estabilidade e a organização da sua própria equipa, não se
descurando a possibilidade de desequilibrar a organização da
equipa adversária;
 espaços onde subsiste um certo equilíbrio entre o risco
e a segurança, onde se procura desequilibrar a
organização da equipa adversária, sem descurar a
estabilidade da sua organização;
 um espaço de risco onde se culminam as grandes
combinações tácticas visando a concretização eficaz da
acção ofensiva;
O ESPAÇO
 Kacani (1981) para além de sublinhar que a universalidade é
uma exigência do futebol actual, procura estabelecer uma
preparação técnico-táctica dos jogadores segundo a sua
posição no terreno de jogo;
 Refere então a necessidade de potencializar as
capacidades individuais, através do ponto referencial – o
espaço de jogo;
Posteriormente estabelece:
 várias zonas de jogo :
 zona defensiva (ZD)
 zona preparatória (ZP)
 zona ofensiva (ZO)
O ESPAÇO
 três corredores de jogo :
 corredor esquerdo (A)
 corredor central (B)
 corredor direito (C)
 evidencia espaços :
 para preparar ataque;
 para preparar defesa;
 o espaço perigoso para a própria baliza;
 o espaço favorável para rematar à baliza adversária; e
 os espaços favoráveis para centrar.
O ESPAÇO
 O cumprimento integral dos objectivos do ataque só poderão
ser objectivados pela criação e exploração dos espaços de
jogo. Poderão ser criados sobre a seguinte forma:
 individualmente com acções 1x1;
 colectivamente através da coordenação e coerência dos
movimentos da equipa;
 por erros defensivos.
 A eficiência das acções ofensivas e defensivas
(individuais e colectivas), depende largamente da
selecção e deslocamento dos jogadores para os espaços
de jogo correctos;
O ESPAÇO
 No futebol actual o problema do espaço é fundamental na
resposta à variabilidade das situações momentâneas de jogo
(em ataque e defesa);
 Com a posse de bola , a eficiência das acções para prosseguir o
objectivo ofensivo passa pela criação e exploração dos
espaços livres;
 Sem posse de bola, a eficiência das acções para prosseguir o
objectivo defensivo passa por restringir e vigiar os espaços
vitais de jogo.
O TEMPO
 Todas as situações de jogo (construídas através das acções
técnico-tácticas), desenvolvem-se numa estrutura temporal
que consubstanciam, um ritmo, um tempo, uma orientação,
que por si estabelece um sentido;
 A acção técnica está inteiramente imergida no tempo, dado que
estrategicamente utiliza variações de velocidade de
execução em função do contexto;
 A resolução eficaz tem a ver com dois parâmetros (Mahlo,
1966):
– a velocidade com que se encontra a solução do problema;
– a adequação dessa solução a essa mesma situação;
O TEMPO
 A rapidez e a adequação interagem em sentidos
diversos, assim a solução é tanto mais adequada, quanto mais
tempo se poder reflectir sobre ela;
 Considerando o tempo que o jogador tem para resolver, logo se
conclui não poder a solução ser correcta em absoluto;
 É o grau de adequação de cada uma das acções que
caracteriza o nível táctico da equipa e do jogador;
 Quanto mais tempo tem o jogador para percepcionar,
analisar e executar a acção, mais será adequada e adaptada
a solução;
O TEMPO
 Noutra dimensão verificamos que o tempo e o espaço são
interdependentes. Quanto mais temos de um, mais temos do
outro;
 Ficar livre para jogar é uma tarefa organizada de todos os
jogadores e não uma tarefa puramente individual;
 A situação mais favorável para o ataque é aquela em
que a bola e o jogador chegam simultaneamente a um
espaço livre, para se poder tirar vantagem da criação e
exploração do espaço de jogo;
O TEMPO
 Queiroz (1983) refere que o rendimento do jogador está
directamente relacionado pelo factor tempo e pelo espaço,
ou seja a sua eficácia técnica depende de um complexo de
variáveis técnico-tácticas desenvolvidas em jogo que possam ou
não perturbar o jogador quando se o pressiona de tempo e
se o priva de espaço;
 Surge a noção de ritmo, que consiste no maior ou menor
número de acções individuais e colectivas, na velocidade
de execução destas, e nas zonas do terreno de jogo em que
estas se desenvolvem na unidade de tempo;
NÚMERO / ESPAÇO / TEMPO
 Em qualquer situação de jogo observa-se a conjugação
constante do número, do espaço e do tempo, que
reflectem intrinsecamente uma certa complexidade;
 Esta complexidade da situação de jogo representa
assim, as condições de execução técnico-táctica com e
sem bola (no ataque e na defesa);
 As condições de execução encerram um conjunto de
condicionantes que irão fundamentar as razões da
opção (mais adaptada à situação);
NÚMERO / ESPAÇO / TEMPO
 Embora estabelecendo, pragmatizando e distribuindo as
tarefas tácticas entre os vários jogadores, uma equipa
de futebol deverá exprimir a existência de um
compromisso implícito e explícito entre os jogadores de
forma a pré-estabelecer e a concretizar um mesmo
objectivo.

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  • 1. PAFD – MÓDULO FUTEBOL Professor Vítor Henriques
  • 2. INVARIANTES ESTRUTURAIS DO JOGO  O Jogo de Futebol é constituído por uma estrutura que possui um conjunto de invariantes. Estas invariantes apresentam uma relação interna e externa, ou seja, quando uma é modificada altera todas as outras e consequentemente altera a estrutura do jogo.  As Invariantes estruturais do Jogo são :  O Número  O Espaço  O Tempo
  • 3. O NÚMERO  Para lá dos sistemas de jogo, existe uma invariante dinâmica que orienta a evolução táctica dos desportos colectivos, é a lei do número;  Representa estar em superioridade numérica;  Factor numérico como elemento indispensável para a vitória;  Torna-se importante assegurar supremacia numérica nas situações decisivas do jogo;
  • 4. O NÚMERO  Que se consegue através de uma judiciosa e sistemática utilização dos jogadores;  Esta superioridade numérica terá que ser observada nas zonas centrais do jogo (onde está a bola, ou para onde será dirigida);  Estabelecem os princípios gerais do jogo;  Teodorescu (1984), diz que esta superioridade numérica, é consubstanciada por combinações tácticas que procuram criar condições mais favoráveis para finalização e para manter a posse de bola;
  • 5. O NÚMERO  Este elemento é um entre outros na criação das condições mais favoráveis à resolução das situações tácticas do jogo;  O número consubstancia o aumento da iniciativa – surpresa do ataque, ou a diminuição de parte desta iniciativa pela defesa;  Possibilidade de haver sempre disponibilidade de um ou vários elementos facilitarem a resposta táctica adaptada à situação;  O futebol actual procura constantemente a superioridade numérica, mas a sua importância depende também do contexto de espaço e de tempo;
  • 6. O ESPAÇO  Qualquer prova desportiva evolui no interior de um campo fechado;  As combinações espaciais implicam um número infinito de possibilidades;  Teissie (1970) sublinha “zonas de terreno significativas e interligadas” em função da utilização da dimensão regulamentar do espaço de jogo que estabelece a forma, as dimensões e igualmente as limitações do seu uso;
  • 7. O ESPAÇO  A distribuição do espaço por jogador, varia entre 300 a 340 metros quadrados. Isto determina a compreensão clara e objectiva da importância dos comportamentos técnico- tácticos a empreender nos diferentes espaços vitais do jogo.  Cada jogador encontra-se confrontado com espaços dinâmicos que se modificam pelo deslocamento dos jogadores em função do desenvolvimento do jogo, indo condicionar o seu posicionamento e a sua situação para poder actuar. Podemos distinguir numa primeira análise 4 sectores do terreno de jogo :  espaços de grande segurança e de responsabilidade individual e colectiva, procurando não criar situações perigosas para a sua baliza;
  • 8. O ESPAÇO  espaços onde subsiste um certo equilíbrio entre a segurança e o risco, onde se procura manter a estabilidade e a organização da sua própria equipa, não se descurando a possibilidade de desequilibrar a organização da equipa adversária;  espaços onde subsiste um certo equilíbrio entre o risco e a segurança, onde se procura desequilibrar a organização da equipa adversária, sem descurar a estabilidade da sua organização;  um espaço de risco onde se culminam as grandes combinações tácticas visando a concretização eficaz da acção ofensiva;
  • 9. O ESPAÇO  Kacani (1981) para além de sublinhar que a universalidade é uma exigência do futebol actual, procura estabelecer uma preparação técnico-táctica dos jogadores segundo a sua posição no terreno de jogo;  Refere então a necessidade de potencializar as capacidades individuais, através do ponto referencial – o espaço de jogo; Posteriormente estabelece:  várias zonas de jogo :  zona defensiva (ZD)  zona preparatória (ZP)  zona ofensiva (ZO)
  • 10. O ESPAÇO  três corredores de jogo :  corredor esquerdo (A)  corredor central (B)  corredor direito (C)  evidencia espaços :  para preparar ataque;  para preparar defesa;  o espaço perigoso para a própria baliza;  o espaço favorável para rematar à baliza adversária; e  os espaços favoráveis para centrar.
  • 11. O ESPAÇO  O cumprimento integral dos objectivos do ataque só poderão ser objectivados pela criação e exploração dos espaços de jogo. Poderão ser criados sobre a seguinte forma:  individualmente com acções 1x1;  colectivamente através da coordenação e coerência dos movimentos da equipa;  por erros defensivos.  A eficiência das acções ofensivas e defensivas (individuais e colectivas), depende largamente da selecção e deslocamento dos jogadores para os espaços de jogo correctos;
  • 12. O ESPAÇO  No futebol actual o problema do espaço é fundamental na resposta à variabilidade das situações momentâneas de jogo (em ataque e defesa);  Com a posse de bola , a eficiência das acções para prosseguir o objectivo ofensivo passa pela criação e exploração dos espaços livres;  Sem posse de bola, a eficiência das acções para prosseguir o objectivo defensivo passa por restringir e vigiar os espaços vitais de jogo.
  • 13. O TEMPO  Todas as situações de jogo (construídas através das acções técnico-tácticas), desenvolvem-se numa estrutura temporal que consubstanciam, um ritmo, um tempo, uma orientação, que por si estabelece um sentido;  A acção técnica está inteiramente imergida no tempo, dado que estrategicamente utiliza variações de velocidade de execução em função do contexto;  A resolução eficaz tem a ver com dois parâmetros (Mahlo, 1966): – a velocidade com que se encontra a solução do problema; – a adequação dessa solução a essa mesma situação;
  • 14. O TEMPO  A rapidez e a adequação interagem em sentidos diversos, assim a solução é tanto mais adequada, quanto mais tempo se poder reflectir sobre ela;  Considerando o tempo que o jogador tem para resolver, logo se conclui não poder a solução ser correcta em absoluto;  É o grau de adequação de cada uma das acções que caracteriza o nível táctico da equipa e do jogador;  Quanto mais tempo tem o jogador para percepcionar, analisar e executar a acção, mais será adequada e adaptada a solução;
  • 15. O TEMPO  Noutra dimensão verificamos que o tempo e o espaço são interdependentes. Quanto mais temos de um, mais temos do outro;  Ficar livre para jogar é uma tarefa organizada de todos os jogadores e não uma tarefa puramente individual;  A situação mais favorável para o ataque é aquela em que a bola e o jogador chegam simultaneamente a um espaço livre, para se poder tirar vantagem da criação e exploração do espaço de jogo;
  • 16. O TEMPO  Queiroz (1983) refere que o rendimento do jogador está directamente relacionado pelo factor tempo e pelo espaço, ou seja a sua eficácia técnica depende de um complexo de variáveis técnico-tácticas desenvolvidas em jogo que possam ou não perturbar o jogador quando se o pressiona de tempo e se o priva de espaço;  Surge a noção de ritmo, que consiste no maior ou menor número de acções individuais e colectivas, na velocidade de execução destas, e nas zonas do terreno de jogo em que estas se desenvolvem na unidade de tempo;
  • 17. NÚMERO / ESPAÇO / TEMPO  Em qualquer situação de jogo observa-se a conjugação constante do número, do espaço e do tempo, que reflectem intrinsecamente uma certa complexidade;  Esta complexidade da situação de jogo representa assim, as condições de execução técnico-táctica com e sem bola (no ataque e na defesa);  As condições de execução encerram um conjunto de condicionantes que irão fundamentar as razões da opção (mais adaptada à situação);
  • 18. NÚMERO / ESPAÇO / TEMPO  Embora estabelecendo, pragmatizando e distribuindo as tarefas tácticas entre os vários jogadores, uma equipa de futebol deverá exprimir a existência de um compromisso implícito e explícito entre os jogadores de forma a pré-estabelecer e a concretizar um mesmo objectivo.