Este documento descreve a cultura do mosteiro durante a Idade Média. O mosteiro era um centro religioso, econômico, cultural e educacional. Abrigava monges que viviam segundo regras religiosas e se dedicavam à oração, trabalho manual e copiagem de manuscritos. O mosteiro desempenhou um papel civilizador importante ao difundir conhecimento e técnicas agrícolas.
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Cultura do mosteiro_1_alunos
1. A cultura do Mosteiro
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2. A Annonciation de Angelin Preljocaj (1995)
Parte 1
Parte 2
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Módulo 3
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3. Os espaços do cristianismo
Da reorganização cristã da Europa ao crescimento e afirmação
urbanas (séculos IX-XII) (O tempo e o local)
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4. Fim do Império Romano (476). Invasões bárbaras.
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6. Idade Média é o fruto da queda do Império Romano (Ocidente);
Nasce da fusão do mundo romano e do mundo bárbarogermânico;
Idade Média: período da História entre o século V e XV;
Subdivide-se em Alta Idade Média (V-IX) e Baixa Idade Média (XXV).
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7. Principais alterações:
Desorganização e enfraquecimento da economia mercantil
(comércio), quase desapareceu a moeda;
Declínio e redução dos centros urbanos;
Desorganização da administração pública;
Regressão demográfica.
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9. Séculos VII, VIII, IX e X
Novas invasões: Muçulmanas (VII); Normandas (IX); Magiares
(húngaros) (IX).
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10. Consequências:
Ruralização da vida económica e cultural e autossuficiência;
Subsistência difícil;
Instabilidade e insegurança.
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11. Séculos X-XI, surge o feudalismo.
Sociedade fortemente hierarquizada e trinitária: clero (rezar);
cavaleiros, nobres (combater); povo (Trabalhar).
Desenvolve-se a dependência de homem para homem, baseada
na posse da terra.
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12. Esquema de um senhorio rural
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14. Neste mundo feudal, violento, arcaico e rural o Cristianismo foi o
elemento aglutinador
A religião cristã, tinha-se tornado no século IV (381), na religião
única e oficial do Império Romano
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15. Os bispos durante a Alta Idade Média, converteram os bárbaros
e foram praticamente as únicas autoridades presentes junto ao
povo .
A Igreja ainda exerceu um importante papel civilizacional
(técnicas agrícolas, desenvolvimento das artes e letras)
O mosteiro foi um centro religioso, mas também económico,
cultural, social e até político.
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16. Toda a cultura medieval teve um carácter religioso e doutrinal
A Igreja criou o conceito de Cristandade* (comunidade de povos
e nações que criaram entre si vínculos religiosos, políticos,
culturais e sociais opondo-se aos infiéis)
*Termo utilizado pela 1ª vez pelo papa João VIII (finais do IX)
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17. Ano Mil
Conjunto de circunstâncias favoráveis que permitem a inversão
lenta do quadro depressivo;
Fim das invasões;
Abrandamento das guerras privadas (feudais);
instituição da Paz e Tréguas de Deus (Igreja).
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18. Clima de maior paz e segurança
Desenvolvimento das técnicas e utensílios agrícolas
Aumento da produção e da produtividade agrícolas
Reativação do comércio;
Crescimento demográfico;
Desenvolvimento das cidades: mercados, feiras. Surgem
as Universidades
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19. Consequências: as cidades crescem e prosperam
Cidade de Tournai
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20. Reanimação da vida urbana:
Século XII as cidades (burgos) são o símbolo do renascimento
medieval
Feiras e mercados
Universidades
Surgem as peregrinações (Terra Santa e Santiago de Compostela)
Cruzadas (reconquista da Terra Santa)
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21. Neste ambiente de renovação cultural e económica surge o
primeiro movimento artístico da Idade Média, o Românico
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22. Durante a Alta Idade Média (V a IX) a igreja foi um importante
foco civilizacional;
As igrejas e, sobretudo, os mosteiros eram os guardiães da
cultura;
A cultura medieval tem um profundo carácter religioso;
A Igreja manda construir igrejas, incentiva peregrinações
(Terra Santa e Santiago de Compostela; organiza as cruzadas
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23. O fervor religioso desta época levou à expansão de um
movimento religioso,
O monaquismo.
Monaquismo: movimento que levou muitos cristãos a
abandonarem a vida laica e dedicarem-se à oração e ao
serviço de Deus.
Formaram congregações (ordens religiosas) que viviam
segundo uma regra. Estes mosteiros localizavam-se, na sua
maior parte, fora das cidades.
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24. Mapa dos mosteiros da Ordem de Cister
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25. O mosteiro:
uma vida própria com domínio do tempo e do espaço (o local)
Abadia Cisterciense de Fontefroide, 1097
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26. O monaquismo nasceu no século IV no Oriente (Egipto, Síria e
Ásia Menor)
É o desejo de evasão do mundo profano (fuga mundi),
entrega mais direta a Deus, através da meditação e da
contemplação (ascetismo).
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27. Nos mosteiros viviam os monges;
Obedecem a uma regra: Cister, Cluny, Beneditinos, etc.
Existem ordens militares, monges cavaleiros, as mais
importantes são os Templários e os Hospitalários.
S. Bento de Núrsia escreveu em 529, os regulamentos (regra)
para os monges (Beneditinos).
Esta regra serviu de modelo para muitas outras que surgiram, e
durante a Idade Média cobriram a Europa de mosteiros.
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29. Mosteiro era “uma escola ao serviço do Senhor”;
Abade era o pai e mestre dos irmãos (monges);
Princípios básicos: obediência, silêncio e humildade;
A regra definia os cargos e as tarefas de cada um dentro da
comunidade;
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30. A regra determinava as obrigações dos monges:
Ofício divino (culto religioso)
Outros trabalhos: nas oficinas, nos campos, no scriptorum
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31. Os mosteiros localizavam-se (quase todos) em lugares isolados
(fuga mundi;
Eram mundos autónomos e autossuficientes, fechados ao exterior;
O acesso a estranhos ao mosteiro era reservado e regulamentado;
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32. O mosteiro era formado por um conjunto de construções
necessárias à oração e à vida comunitária:
Igreja, sacristia, scriptorum, dormitórios, biblioteca, sala
capitular (sala de leitura), oficinas, refeitório, etc.;
Distribuíam-se em torno de um espaço quadrangular aberto,
rodeado por um corredor colunado – claustro.
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33. S. Bento pensou a própria arquitetura do mosteiro, Abadia de
Saint-Gall, na Suíça.
Este modelo será reproduzido em centenas de mosteiros.
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34. igreja
Escola, escritório, biblioteca, celas
claustro
este
átrio
sul
norte
Hospital,
dormitório
visitantes
oeste
Cozinha, dispensa, adegas, oficinas, estábulos
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35. O claustro era um espaço importante do mosteiro – passeios,
rezas, etc.
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36. Pretendia ser a materialização do Paraíso na Terra.
Foram mais do que centros religiosos
Canalizaram riquezas: dízimos, doações, rendas fundiárias,
corveias*
*Corveias – dias de trabalho (3/4 por semana) prestado pelos
servos e camponeses
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37. Centros dinamizadores da economia e de difusão de técnicas e
instrumentos agrícolas;
Centros de produção cultural: escolas, letras, teologia, ciências;
Exerceram um importante papel civilizacional.
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38. O poder da escrita
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39. O Mundo Clássico (Grécia, Roma) tinha sido um mundo
alfabetizado. Existiam escolas e bibliotecas pública nas cidades
mais importantes;
Os saberes e as ideias circulavam facilmente.
Biblioteca romana
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40. As invasões bárbaras alteraram este cenário, no século V d.c.,
iniciou-se uma rápida decadência cultural
Cidades foram devastadas Escolas e Bibliotecas destruídas;
Desaparecimento do poder central encerramento de muitos
organismos públicos.
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41. Fuga para o campo ruralizou a vida
Crianças deixam de frequentar a escola. Perdem-se hábitos de
leitura e estudo
Depressão cultural geral (analfabetismo), atinge as classes
dominantes (guerreiros)
Desenvolve-se uma cultura popular, não escolarizada e não
escrita de tradição oral
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42. Sobrevivem poucos focos culturais;
Regiões mediterrânicas (Itália, Península Ibérica), sobretudo
onde a romanização tinha sido mais forte;
A partir do século VI, nas Ilhas britânicas (Grã-Bretanha e
Irlanda),misturaram-se as tradições clássicas com as céltica e
saxónica.
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43. Estes centros culturais são constituídos por uma ínfima minoria
da população;
Os letrados pertencem (quase todos) à classe eclesiástica;
Igreja mantém o latim como língua oficial;
Disparidade cultural;
Letrados (cultura latina);
Cultura de massas (medíocre, bárbara, oral).
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44. • As heranças greco-latinas e muçulmanas; cristianizar as
heranças
Europa no
século IX
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45. No século IX surge o Renascimento Carolíngio;
Necessidade de governar um império, levou Carlos Magno a
fomentar as artes e letras;
Criou uma biblioteca e escola (Aula Palatina) na corte;
Fomentou o interesse pelos clássicos (gregos e romanos);
Atraiu sábios e intelectuais – Alcuíno (c. 730-804).
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46. A partir deste núcleo inicial, criou-se uma rede de centros
culturais (mosteiros);
Alguns eclesiásticos dão importância à preparação intelectual
dos monges;
Bento de Aniana impôs a existência de escolas e scriptoria
(escritórios) nos mosteiros.
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47. • Escolas monásticas ensinavam o Trivium* e o Quadrivium**
• *Trivium – Gramática, Retórica, Dialectica
• **Quadrivium – Aritmética, Geometria, Música, Astronomia
• Analisavam as obras dos clássicos à luz da interpretação cristã,
como Santo Agostinho
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48. A produção escrita só existe (quase) nos mosteiros;
Scriptoria – monges especializados (escribas e copistas);
copiavam à mão os livros religiosos e os grandes clássicos
Estes livros (manuscritos) eram muitas vezes ilustrados com
iluminuras e miniaturas.
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49. Dificuldades de comunicação desenvolveram caligrafias e
alfabetos diferentes;
A arte de escrever estava restrita a uma minoria. Dominam o
saber.
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50. Até ao advento da burguesia (séc. XII-XIII) detém o monopólio
dos cargos públicos e das chancelarias régias*
Chancelarias régias* - secretaria onde eram elaborados,
autenticados e expedidos os diplomas régios
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52. Canto Gregoriano é um tipo de canto litúrgico, surgiu por volta
do século IV;
O nome surgiu no século VI;
Devido à reforma do Papa Gregório Magno que unificou os
vários cantos que acompanhavam os rituais;
Eram chamados “cantos romanos” ou “romana cantilena”.
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53. Exprimia a oração de forma suave;
Favorecia o carácter comunitário;
Conferia solenidade ao ritual da missa;
É uma musica monódica (uma só melodia);
Destinava-se a acompanhar textos, em latim, da Bíblia, os
Salmos.
No século XV, com o advento da polifonia, o canto gregoriano
começou a desaparecer;
Do Canto Gregoriano derivou toda a música erudita cristã;
Foi a base da tradição musical até ao Barroco.
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54. Missa:
Primeira peça é uma Antífona
a que se segue o Gradual
O Kyrie é um canto coletivo
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55. São Bernardo de Claraval (c. 1090-1135)
Biografia
Abade de Claraval;
Figura que marcou a história religiosa, cultural e artística da
Idade Média;
Defendia o voto de pobreza e uma vida de penitências e
sacrifícios para alcançar Deus;
Foi essencialmente um místico e não um pensador apesar de ter
publicado inúmeras obras escritas.
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56. Temas das suas obras:
O itinerário que todo o crente deve ter em direção a Deus
Define-o como o caminho da humildade ao êxtase, que passa
por várias fases:
1º - Encontro com Deus;
2º - Conversão para Deus;
3º - Restauração da ordem e da caridade
Para percorrer estas etapas devia-se meditar, contemplar (Cristo) e
desprender-se de si mesmo
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57. São Bernardo de Claraval foi um pensador místico que marcou o
pensamento cristão medieval;
Lutou pelo regresso à pobreza e humildade da Igreja;
.
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58. Coroação de Carlos Magno
25 de Dezembro de 800 (Acontecimento)
O Império
Carolíngio
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59. Subiu ao trono em 768 do reino Franco, grande conquistador;
Com Carlos Magno, no século VIII, a Europa vai conhecer uma
época de estabilidade e ordem;
Vai surgir um curto renascimento cultural que se designou de
Renascimento Carolíngio.
Dividiu o território em condados,
governados pelos condes, vigiados pelos
missi dominici (fiscais do rei;
Aliança com a Igreja, converteu e batizou
os povos conquistados.
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60. Papa (Leão III) concedeu-lhe a coroa de Imperador do Ocidente,
herdeiro dos imperadores romanos , Imperador de todo o
mundo cristão;
Unificou o Ocidente:
Sob o mesmo poder político (do imperador);
Sob o mesmo poder espiritual – Cristianismo – Papas (Roma).
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