O documento discute a urbanização sob o capitalismo, desde as primeiras cidades mercantis na Idade Média até a Revolução Industrial. As cidades cresceram com o comércio e a industrialização, mas isso também causou problemas como superlotação, insalubridade e desigualdade social. A cidade industrial do século XIX carecia de planejamento urbano.
2. A Urbanização Sob o Capitalismo Expressividade do fatourbanopré-capitalista RenascimentoUrbano As primeiras cidades mercantis resultaram da transformação do caráter destas aglomerações medievais Desde a metade do séc. X, os mercadores buscavam os burgos localizados ao longo dos caminhos e dos rios.
3. O reatamento com o comércio do oriente Reforço do fluxo comercial e a procura de proteção por parte dos mercadores tornou-se tão freqüente que romperam os muros, gerando uma ocupação extra-muros.
4. mudanças políticas (no interior das classes e na política do Estado) Intensificação da divisão social do trabalho. Com o fortalecimento da burguesia comercial proporcional ao crescimento de sua riqueza, muitas cidades passaram a ser o destino dos servos que fugiam dos feudos incentivados pela burguesia.
5. Atividade comercial, lucro e acumulação através do comércio. Mudança no caráter da troca (M-M), (M-D-M) para (D-M) = (M-D’), (D-M-D).
6. A base da circulação foi transformada, as mercadorias que antes tinham valor de uso passaram a ter também valor de troca. Os burgueses capitalistas - beneficiavam do dinheiro que circulava desta maneira tornando-se capital. Nesta primeira fase do novo modo de produção ocorreu a acumulação primitiva do capital.
7. Ocapitalismo surge na cidade, no centro dinâmico de uma economia urbana, que lentamente se reconstitui na Europa, a partir do séc. XIII. Vão ocorrendo transformações no nível econômico e social, assim como, as idéiasvão também se modernizando – começa a se organizar o ideário que marcará a idade moderna. A usura passa a ser largamente praticada – existência dos banqueiros.
8. Contradições emergentes no desenvolvimento deste novo modo de produção ocorrerá com a organização das corporativa dos artesãos e o monopólio sobre o excedente pela aristocracia.
9. Aliança estabelecida entre o capital comercial e a realeza – formação dos ESTADOS ABSOLUTISTAS. – Reforço do processo de urbanização – permitiu o adensamento populacional, o aparecimento da burocracia e a formação de um exército permanente. Impulsionamento das grandes navegações marítimas. Ampliação do capitalismo e extensão do fato urbano a novas áreas – A urbanização moderna.
10. Séc. XV extensão do processo de urbanizaçãopara o mundo colonial. Aindaque as cidadescoloniaisnãotenhamsido, mais do queportosparaescoar a produção.
11. A revolução industrial ocorrida no nasegundametade do séc. XVIII. Simbolizadapeladescoberta da máquina a vapor (1769), dos tearesmecânicos de fiação , da locomotiva e da estrada de ferro. Decorrente do processo de transformaçãopelosquaisestavapassando o próprioprocesso de produção industrial desde o séc. XVI.
12. A cidade mercantil era também o espaço de dominação e gestão do modo de produção, de exercício do poder, e fornecedora de serviços tanto quanto a cidade antiga. No entanto, diferenciava-se delas por seu caráter produtivo, ou seja, por passar a ser, de forma mais marcante, o lugar de produção de mercadorias.
14. Depois da metade do século XVIII, a revolução industrial muda o curso dos acontecimentos na Inglaterra e mais tarde no resto do mundo O contexto da revolução industrial
15. Aumento da população, devido à diminuição do índice de mortalidade que pela primeira vez se distancia decididamente do de natalidade. ( 7 por mil de natalidade mantém se constante e a mortalidade cai de 35 por mil para 20 por mil de meados do século XVIII até metade do séc. XIX) Incremento de 7 milhões em 1760 para 14 milhões em 1830. Modifica-se a estrutura da população.
16. Aumento dos bens e dos serviços produzidos pela agricultura, pela indústria e pelas atividades terciárias, por efeito do progresso tecnológico e do desenvolvimento econômico. (círculo ascendente)
17. Redistribuição dos habitantes no território por conseqüência do aumento demográfico e das transformações da produção – os camponeses cultivadores se tornam assalariados – e vão morar perto das indústrias. (crescimento vegetativo e migratório)
18. Ocorre o desenvolvimento dos meios de comunicação: as estradas de pedágio, os canais navegáveis etc. permitindo maior mobilidade de pessoas, mercadorias, idéias.
19. A rapidez das transformações (no arco de experiência de uma vida humana), bem como, a intensificação da mudança.
20. ...Victor Hugo comentou a visão da paisagem rural vista pela janela do trem em movimento: “As flores ao longo da ferrovia, não são mais flores, mas manchas, ou melhor fachos vermelhos ou branco; não há mais pontos, tudo se converte em traços. Os campos de trigo são grandes cabeleiras loiras desgrenhadas...As cidades, as torres das igrejas e as árvores desempenham uma dança louca e que se fundem no horizonte”
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22. Pelas distorções registradas na percepção de vislumbrar com perfeita clareza o percurso pelo qual as artes visuais mudaram suas linguagens sob o impacto das novas tecnologias, sua descrição dos efeitos desfigurativos produzidos pela aceleração da locomotiva e o conseqüente deslocamento do olhar evocam as paisagens dissolvidas [...]
23. [...] formas confundidas do campo e das cidades multiplica as perspectivas e aponta para as experiências radicais do cubismo. (SEVCENKO, 1998, p.516)
26. As tendências do pensamento político, isto é, a desvalorização das formas tradicionais de controle público do ambiente construído (os planos urbanísticos, os regulamentos etc. são visto como sobrevivências do antigo regime) os economistas ensinam a limitar a intervenção pública em todos os setores da vida social.
27. Na ordem física do ambiente o resultado da política liberal, em favor dos interesses privados, é: o congestionamento do tráfego, a insalubridade, a feiúra.
28. Grupos opostos os “iluminados” das classes dominantes como representantes das classes subalternas (radicais e socialistas) propõe novas formas de intervenção pública do ponto de vista das reformas setoriais e propostas eminentemente teóricas.
29. A cidade industrial Crescimento acelerado gera transformações no núcleo anterior – que se torna o novo centro – e a formação ao redor deste núcleo: uma faixa construída que recebe o nome de periferia.
30. Este núcleo central tem uma estrutura já formada, na idade Média ou na idade Moderna: contém os principais monumentos – igrejas, palácios – que muitas vezes dominam ainda o panorama da cidade.
31. O núcleo central tinha ruas estreitas para conter o trânsito em aumento, as casas são demasiado diminutas e compactas para hospedar sem inconvenientes uma população mais densa.
32. Na Europa as classes mais abastadas abandonam gradualmente o centro e se estabelecem na periferia: as velhas casas se tornam casebres onde se amontoam os pobres e os recém imigrados.
33. Residência individual com jardim apenas para os burgueses O ambiente desordenado é inabitável As classes pobres sofrem mais diretamente os inconvenientes da cidade industrial - epidemias - problemas higiênicos -incompatibilidade com o princípio de liberdade proclamado na teoria e defendido na prática na primeira metade do século.
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35. A cidade liberal é o resultado da superposição de muitas iniciativas públicas e particulares, não reguladas e não-coordenadas.
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38. Os efeitos dessas transformações se tornam mais graves por volta de meados do séc. XIX.
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40. A periferia não é um trecho de cidade já formado como as ampliações medievais ou barrocas, mas um território livre onde se somam um grande número de iniciativas independentes: bairros de luxo, bairros pobres, indústrias, depósitos, instalações técnicas.
41. Num determinado momento estas iniciativas se fundem num tecido compacto, que não foi previsto por ninguém.
42. Na periferia industrial perde-se a homogeneidade social e arquitetônica da cidade antiga – os indivíduos e as classes não desejam integrar-se na cidade como num ambiente comum, mas as várias classes sociais tendem a se estabelecer em bairros diversos – ricos, médios, pobres – e famílias tendem a viver, o mais possível, isoladas.
43. A moradia dos mais pobres pode piorar até ao limite suportável pelos trabalhadores mal pagos.
44. “ Um lugar chocante, um diabólico emaranhado de cortiços que abrigam coisas humanas arrepiantes, onde homens e mulheres imundos vivem de dois tostões de aguardente, onde colarinhos e camisas limpas são decências desconhecidas, o todo cidadão carrega no próprio corpo as marcas da violência e onde jamais alguém penteia seus cabelos” (BRESCIANI, Stella, 1990, p.26).