O documento fornece 4 práticas para recuperar a paixão pelo ministério: 1) lembrar-se regularmente da conversão, 2) estar certo sobre o próprio chamado, 3) amar o que se faz, e 4) amar as pessoas com quem se serve. A paixão pelo ministério pode desaparecer com o tempo se não for alimentada continuamente através destas práticas.
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4 práticas para recuperar a paixão pelo ministério
Giovanni Guimarães*
Pense em sua primeira oportunidade ministerial. Você arrumou as malas e despediu-se
entusiasmado, pronto para enfrentar o mundo. A maioria de nós começa assim no
ministério ou de maneira similar. Afinal, você disse sim a Deus e sim a uma Igreja que o
convidou para fazer parte de sua equipe. Mesmo que tenha ficado um pouco nervoso ou
inseguro, você começou.
Ainda que tenha sido um grande começo, é surpreendentemente fácil que sua paixão pelo
ministério desapareça. A vocação pode se tornar uma rotina maçante. Não é incomum que
um líder se mova para uma zona de conforto e não perceba isso. Isto leva muitas vezes a
manutenção do status quo e a complacência. Com o tempo, distorce sua perspectiva, e,
eventualmente, o seu coração não está mais no foco que é servir.
“É surpreendentemente fácil que sua paixão pelo ministério
desapareça. A vocação pode tornar-se uma rotina maçante.
Há muito tempo eu costumo orar assim: “Aviva a chama da minha vocação, Senhor”. Essas
parecem ser palavras antiquadas para muitos, mas seu significado ainda é substancial, pelo
menos para mim. Se você não alimentar o fogo, ele vai se apagar. Isso é apenas um aspecto
da liderança e da vida ministerial. Assim como uma fogueira rapidamente chega às brasas
vivas, depois se desvanece e se apaga, sua paixão vai diminuir sem novo combustível.
Eis aqui quatro práticas para manter em alta o fogo da sua paixão pelo ministério.
1. Lembre-se de sua conversão.
Você não foi salvo pelas obras, mas para fazer boas obras.
“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de
obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas
obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef. 2:8-10).
Seu chamado para servir e liderar nunca pode estar separado de sua conversão. Sua salvação
através de Cristo é o fundamento do seu chamado para o ministério. Se sua fé é instável ou se
torna “caduca”, sua vocação pode colocar você numa rotina maçante. Ela pode se tornar um
trabalho mecânico, no qual você simplesmente “mata” o tempo. Isto pode colocá-lo em situação
perigosa, a de confiar no seu próprio talento, em vez do poder do Espírito Santo.
Regularmente reflita sobre a sua experiência de conversão. Dê graças a Deus. Mergulhe nesta
verdade e recorde o maravilhoso amor de Cristo. Apenas dois minutos é tudo o que você precisa.
O que ele fez por você fornece combustível para compartilhar esta graça com outros.
2. Esteja certo sobre o seu chamado.
É importante saber se o seu chamado para servir no ministério é parte da sua vida cristã como um
líder voluntário, ou se é para o serviço de tempo integral. Você pode exercer quase exatamente a
mesma função sendo, por exemplo, um professor, mas o contexto é muito diferente. Se no
trabalho é onde você vive a sua fé, e você é voluntário em sua igreja, isso é um tipo de vocação. Se
você é pago para servir em tempo integral numa igreja local, é uma vocação bem diferente.
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Ambas estão muito ligadas, e existe até uma sobreposição, mas eu conheço muitos homens
e mulheres que lutam contra o que Deus tem em mente. Há alguns que lutam contra a
vocação e resistem à ideia de servirem em tempo integral enquanto outros querem forçar
um chamado, quando Deus os quer noutra atividade.
Até que isso esteja claramente resolvido, você não terá a paz interior e descanso que sua
alma necessita para manter sua paixão acesa para o ministério.
3. Ame o que você faz.
Quando você ama o que faz, três coisas são adicionadas a você e seu ministério que
contribuem para a paixão.
• Energia. Você sempre terá energia para o que ama. Se você ama seu trabalho, vai se
preocupar com ele, e, quando você se preocupa, isso gera energia pessoal.
Chamamos isso de motivação interna. É um fogo que arde por dentro!
• Alegria. Quando você ama o seu trabalho e sua energia é forte, um sentimento de
alegria é experimentado! Obviamente não significa que todos os dias serão fáceis,
mas sim que mesmo nos dias difíceis, vale a pena! Isso faz com que a maior parte do
seu trabalho seja agradável, e você realmente vai apreciá-lo. Deste modo, reacende
continuamente a sua paixão.
• Aperfeiçoamento. É absolutamente vital continuar crescendo enquanto você segue
no ministério. O objetivo é ficar cada vez melhor no que faz. Como você está se
aperfeiçoando? O aperfeiçoamento aumenta a paixão!
4. Ame as pessoas que servem com você.
Nem sempre será fácil amar as pessoas que servem conosco, mas seu ministério será
infinitamente mais fácil se você escolher amá-las!
Se você está no ministério, aqui estão três diretrizes práticas para um relacionamento
prazeroso com sua liderança:
• Esteja perto de alguns. Você não foi escolhido para ser amigo íntimo de todos na sua
equipe. A química humana não funciona dessa forma. Entretanto deve haver uma ou
duas pessoas (ou talvez até mesmo três ou quatro), com quem você compartilha um
vínculo especial ou uma estreita relação.
• Conecte-se com todos. Se você faz parte de uma grande equipe de líderes, é
saudável ter uma comunicação fácil e confortável com todos. É importante que haja
um senso de trabalho em equipe, que cooperemos uns com os outros, mesmo que as
interações sejam breves. Todos sentem que fazem parte do grupo.
• Não tenha conflito não resolvido com ninguém. Ainda que hajam conflitos até
mesmo nas mais saudáveis e mais bem-sucedidas equipes, a questão aqui é: conflito
não resolvido. Se houver um problema entre você e outro irmão da liderança, tome
logo a iniciativa de resolver isso. Não deixe que o conflito se estabeleça e apodreça a
relação, tornando-se um veneno na química da equipe. Resolva o quanto antes.
Estas orientações, adquiridas pela experiência ao longo dos anos de serviço à Igreja, tem me
ajudado a uma maior paixão pelo ministério. Faça bom uso!
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Giovanni Guimarães é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil na cidade de Mossoró, Rio Grande do Norte, há
17 anos no ministério em tempo integral. Casado com a pedagoga Abilene há 20 anos, pai de Giulia e Arthur.