2. Nomenclatura Botânica
É a parte da Botânica (Sistemática) que se dedica
a dar nomes às plantas e grupos de plantas
(táxon).
Nomenclatura botânica é o emprego correto dos
nomes das plantas, envolvendo um conjunto de
princípios, regras e recomendações aprovados em
Congressos Internacionais de Botânica e
publicados num texto oficial.
3. Os primeiros nomes das plantas foram
vernáculos ou nomes comuns, mas estes têm
seus inconvenientes:
Não são universais e somente são aplicados a
uma língua.
Somente algumas plantas têm nome vernáculo.
Freqüentemente duas ou mais plantas não
relacionadas possuem o mesmo nome ou uma
mesma planta possui diferentes nomes comuns.
Se aplicam indistintamente a gêneros, espécies
ou variedades.
4. Início da nomenclatura
organizada
Séc. XVIII (época prélineana) as plantas eram
identificadas por uma longa fase descritiva em latim
(sistema polinomial), que crescia a medida que se
encontravam novas espécies semelhantes.
Por exemplo: Carlina acaulis L. era conhecida como:
Carlina acule iniflo ro flo rae bre vio re
Gaspar Bauhin sugeriu adotar somente dois nomes
(sistema binomial).
5. Com a publicação de Spe cie s Plantarum por Lineu, em 1753, o
sistema foi definitivamente estabelecido.
Lineu descreveu e nomeou por este sistema todo o mundo vivo
conhecido até aquela data.
O nome científico ou nome específico de um organismo vivo é uma
combinação de duas palavras em latim:
– O nome genérico ou gênero
– O epíteto específico
O nome científico sempre está acompanhado pelo nome abreviado
do autor que o descreveu pela primeira vez de forma efetiva ou
válida.
6. CINB - Código Internacional de
Nomenclatura Botânica
O sistema de nomenclatura botânica visa a padronização
e aceitação mundial.
O nome científico é o símbolo nominal da planta ou de
um grupo de plantas e é uma maneira de indicar sua
categoria taxonômica.
O CINB está dividido em três partes:
Princípios básicos do sistema de nomenclatura botânica;
Regras para por em ordem a nomenclatura antiga;
Recomendações para conseguir uniformidade e clareza
na nomenclatura atual.
7. Princípios do CINB:
I. A nomenclatura botânica é independente da
nomenclatura zoológica e bacteriológica;
II. A aplicação de nomes a grupos taxonômicos (táxons) de
categoria de família ou inferior é determinada por meio de
tipos nomenclaturais;
III. A nomenclatura de um táxon se fundamenta na
prioridade de publicação.
IV. Cada grupo taxonômico não pode ter mais de um nome
correto (o mais antigo segundo as regras);
V. Os nomes científicos dos grupos taxonômicos se
expressam em latim, qualquer que seja sua categoria e
origem;
VI. As regras de nomenclatura têm efeito retroativo, salvo
indicação contrária.
8. Regras do CINB
As regras são organizadas em artigos, os quais visam por
em ordem os nomes já existentes e orientar a criação de
novos nomes.
Seguem-se algumas regras importantes que aparecem no
Código:
1. Os nomes científicos dos táxons devem ser escritos em
latim, quando impressos, devem ser destacados, por
artifícios como o negrito ou itálico e quando manuscritos,
por grifos.
2. Os nomes científicos não devem ser abreviados, exceto
9. 3. As seguintes terminações dos nomes designam as categorias
taxonômicas:
ordem - o nome deriva do nome de uma das principais famílias
(família-tipo) com adição da terminação ales.
sub-ordem- a mesma raiz com terminação ineae.
família - nome derivado de um gênero vivo ou extinto com a
terminação aceae.
sub-família - a mesma raiz com a terminação oideae.
tribo - a mesma raiz com a terminação eae.
sub-tribo - a mesma raiz com a terminação inae.
10. gênero e infra-genéricas - o nome pode vir de qualquer
fonte, sendo escolhido arbitrariamente pelo autor. Deve
ser um substantivo ou adjetivo substantivado, latino ou
latinizado e escrito com a inicial maiúscula.
espécie - o nome da espécie é também de escolha
arbitrária, escolhido pelo autor. Deve ser um adjetivo ou
substantivo adjetivado, latino ou latinizado, sempre
formando uma combinação binária com o gênero e
sempre escrito com a inicial minúscula. Todo nome de
espécie deve ser acompanhado pelo nome do autor da
mesma.
11. categorias infra-específicas - os nomes são os
das espécies acrescidas do nome da categoria
infraespecífica em terceiro lugar. Ex. Brassica
o le race a var. capithata, Ipo m o e a batatas f. alba.
cultivar - nome reservado a variedade cultivada,
criada pelo homem em seus trabalhos de
melhoramento e se opõe à variedade botânica,
criada e selecionada pela natureza. Ex.: Ze a
m ays cv. Piranão, Phase o lus vulg aris cv.
Rosinha.
12. Exemplo geral das categorias taxonômicas:
Divisão: Mag no lio phyta
Classe: Mag no lio psida
Sub classe: Ro sidae
Ordem: Ro sale s
Sub-ordem: Ro sine ae
Família: Ro sace ae
Sub-família: Ro so ide ae
Tribo: Ro se ae
Sub-tribo: Ro sinae
Gênero: Ro sa
Espécie: Ro sa g allica L.
Variedade: Ro sa g allica var. ve rsico lo r Thory
13. 4. Quando uma espécie muda de gênero, o nome
do autor do basiônimo (primeiro nome dado a uma
espécie) deve ser citado entre parênteses,
seguido pelo nome do autor que fez a nova
combinação. Ex. Majo rana ho rte nsis (Linn.)
Moench.; basiônimo: O rig anum m ajo rana Linn.
14. Nomes dos táxons
O nome de um gênero pode ser o nome de uma
pessoa latinizado, seguindo as regras:
Terminação em vogal: se adiciona a, exceto
quando termina em a (ea). Ex.
Boutelou Bo ute lo na
Colla Co llae a
Terminação em consoante: se adiciona ia. Ex.
Klein Kle inia
Lobel Lo be lia
15. O epíteto específico pode ser um nome em
comemoração a uma pessoa.
Se implica em várias palavras, essas se
combinam em uma só ou se ligam por travessão.
Não se usa o epíteto específico de forma
isolada, somente em combinação com o gênero.
Um mesmo epíteto pode vir junto a diferentes
nomes genéricos. Ex. Anthe m is arve nsis;
Anag alis arve nsis.
16. Cada epíteto deve estar no mesmo gênero
gramatical (singular, plural ou neutro) do nome
genérico. As terminações mais frequentes são:
M: alb-us nig-er brev-is ac-er
F: alb-a nig-ra brev-is ac-ris
N: alb-um nig-rum brev-e ac-re
Ex. Lathyrus hirsutus, Lactuca hirsuta,
Vaccinium hirsutum
Outras terminações:
eleg-ans, rep-ens, bicol-or, simple-x
17. Tipos de epítetos específicos:
Epítetos comemorativos:
Terminação vogal (exceto a), se adiciona -i. Ex. Joseph Blake Aste r
blake i
Terminação em vogal -a, se adiciona -e. Ex. Mr. Balansa balansae
Terminação em consoante diferente de -er, se adiciona -ii. Se é uma
mulher, -iae. Ex. Tuttin tuttinii
Terminação em consoante -er, se adiciona -i. Ex. Boissier bo issie ri
Se o nome se usa como adjetivo, a terminação deve coincidir com o
gênero. Ex. Rubus cardianus (F. Wallace Card)
Che no po dium bo scianum (Augustin Bosc)
18. Epítetos descritivos:
Relacionados com a cor: albus, aure us, lute us, nig e r, vire ns, viridis
Relacionados com a orientação: australis, bo re alis, m e ridio nalis,
o rie ntalis
Relacionados com a geografia: africanus, alpinus, alpe stris,
hispanicus, ibe ricus, co rdube nsis
Relacionados com o hábito: arbo re sce ns, cae spito sus, pro cum be ns
Relacionados com o habitat: arve nsis, cam pe stris, lacustris
Relacionados com as estações: auto m nalis, ve rnalis
Relacionados com o tamanho: e xig uus, m ino r, m ajo r, ro bustus
19. Normas para redação de nomes
científicos
1. Todas as letras em latim devem vir em itálico (cursiva),
sublinhadas ou negrito;
2. A primeira letra do gênero ou categoria superior há de
vir em maiúscula;
3. O resto do nome vem em minúscula (exceto em alguns
casos em que se conserva a primeira letra de epíteto
específico)
4. Os nomes dos híbridos vem precedidos de x.
Ex. x Rhaphano brassica; Me ntha x pipe rita
20. Pronuncia de nomes
científicos
1. Os ditongos ae e oe se lêem como e. Ex. lae vis;
rho e as
2. A combinação ch se lê k; Ex. Che no po dium
3. A combinação ph se lê f; Ex.Phase o lus vulg aris