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FEBRE AMARELA
Estevão Xavier R2 pediatria
Hospital Regional da Asa
Sul/SES/DF
Residência Médica em Pediatria
Brasília, 26 de agosto de 2011
FEBRE AMARELA
 Conceito:
 Doença infecciosa febril aguda, transmitida ao
homem mediante picada de insetos hematófagos,
após um período de incubação extrínseco, para
que o vírus se reproduza em seus tecidos
 Possui 2 ciclos epidemiológicos distintos
(silvestre e urbano);
Etiologia
 Vírus de RNA:
• Gênero Flavivirus
• Família Flaviviridae
• Arbovirus do grupo B
Arthropod Borne Virus
ARBOVIROSE
(do latim: flavus = amarelo)
EPIDEMIOLOGIA
 Endêmica nas regiões tropicais e subtropicais
 Áreas florestais e rurais da América do Sul e
África:
 Bacias dos rios Amazonas, Paraná e Araguaia-
Tocantins
 Nilo e Congo
HISTÓRICO
Febre amarela no Brasil
 1685 - 1ª epidemia no Brasil, Recife/PE (África)
 1691 - 1ª Campanha Sanitária no Brasil
 1692 a 1848 – (~ 150 anos de Silêncio)
 1849 - Epidemia da Bahia (navio procedente / EUA)
 1849/61 - Propagação no país (16 Províncias)
 1932 – Demonstrado o ciclo silvestre da FA (ES)
 1937 – Vacina contra febre amarela (Brasil)
 1942 – Último caso urbano registrado no Brasil (AC)
 1999 – Início da vigilância de epizootias em primatas
Epizootia: Endemia de animais
EPIDEMIOLOGIA
 CICLO SILVESTRE
 Mosquitos de gênero Hemagogus e Sabethes
(antropofilicos, diurnos, umbrosos -> macacos
alouatta, callitrix ou cebidae (ou roedores e
marsupiais) ->dispersão em ondas/períodos ->
homem (acidental, invasor)
Alouatta sp
(guariba, bugio)
Foto: Rodrigo del Valle
Cebus sp
(macaco prego)
Callithrix sp
(mico, soim)
Hospedeiros Amplificadores Disseminadores
Vetores Reservatórios Disseminadores
EPIDEMIOLOGIA
 CICLO URBANO
 Homem->Aedes aegypti->homem
 Letalidade: 20-50% casos graves (ictéricos),
do 7º ao 10º dia
INCUBAÇÃO, PATOLOGIA e
PATOGENIA
 Incubação no homem:
 3 a 6 dias (até 10 dias).
 Viremia: dura algumas horas ou até 2 dias nas formas
leves e de 5 a 7dias nas formas graves (transmissor
para outro mosquito)coincide com o início da febre
e do período prodrômico da doença;
 Incubação no mosquito:
 7 a 11 dias (mosquito vive de 30 a 60 dias):
 Aedes:
 transmissão do vírus de forma transovariana diretamente
para a prole, dispensando o ser humano no ciclo.
 PATOLOGIA:
 PicadaCel dendríticavírus no
Linfonodo”desaparecem “por 24hsistema
linfático e sanguíneoviremia
 Principal alvo: Fígado
 Focos hemorrágicos subcapsulares e parenquimatosos
 Necrose médio-zonal dos hepatócitos (áreas centrais
entre o espaço porta e a veia centrolobular), são mais
atingidas pela necrose.
 Corpúsculo de Councilman (degeneração eosinofílica
dos hepatócitos)
 Corpúsculo de Torres (inclusões granulares
eosinofílicas)
INCUBAÇÃO, PATOLOGIA e
PATOGENIA
 Rins: oligúria por mudança do fluxo
sanguíneo intra-renal secundária à do
débito cardíaco.
 Diátese hemorrágica: Síntese do fatores de
coagulação dependentes de Vitamina K;
plaquetas; CIVD.
INCUBAÇÃO, PATOLOGIA e
PATOGENIA
 IMUNIDADE:
 Ativa natural: Permanente
 Ativa artificial: Vacina (reforço a cada 10 anos)
 Passiva Natural: até o 6º mês de vida
INCUBAÇÃO, PATOLOGIA e
PATOGENIA
QUADRO CLÍNICO
 Forma Leve
 Forma moderada
 Forma grave
 Forma maligna
QUADRO CLÍNICO
 Geralmente início súbito
 Indisposição geralfebreprostração
hiperemia conjuntival-vômitos-mialgia-
artralgias-dor epigástrica-calafrios. VIREMIA
(infectante ao mosquito)
 2º dia: temperatura elevada, Faget,
prostração
 3º. ao 4º. dias: melhora geral e febre cai:
alívio
 4º - 5º (+/- 2-5.dias): exacerbação e toxemia.
QUADRO CLÍNICO BIFÁSICO
 1ª Fase viremia – formas leves/ moderada
(90%):
 Início do súbito
 Febre Alta – Calafrios
 Mialgias
 Bradicardia relativa (Faget)
 Cefaléia intensa
 Náuseas e vômitos
 Melhora clínica no 3º ao 4º dia de doença
QUADRO CLÍNICO BIFÁSICO
 2ª Fase:
 Formas Graves:
 Exacerbação dos sintomas principalmente digestivos;
 Vômitos, epigastralgias, dor abdominal
 Manifestações hemorrágicas
 Sangramento gastrintestinal – hematêmese
 Epistaxe, púrpura, petéquias
 Insuficiência hepática( TAP; fatores de coagulação)
 Icterícia progressiva (predomínio de BD)
 Elevação de transaminases(acima de 1000)
 Encefalopatia hepática
QUADRO CLÍNICO
 Formas Graves
 Óbito:
 Ocorre em 20 - 50% dos casos graves,
 Em geral do 7°-10º dia de doença
 Precedido por piora da icterícia, hemorragias,
taquicardia, hipotensão, oligúria e azotemia.
 Prenunciam o êxito letal: hipotermia, agitação,
delírios, hipoglicemia, anúria, estupor, coma.
QUADRO CLÍNICO
 Convalescença:
 Breve nas formas leves
 Prolongado nas formas graves, cursando com
astenia importante por até duas semanas. As
transaminases podem permanecer aumentadas
por mais de dois meses.
3 a 4 dias 48 horas 7 a 10 dias
Tempo de duração da doença – 15 a 20 dias
Infecção Remissão Intoxicação
Períodosdadoença
1a. Fase
2a. Fase
3 a 4 dias
Tempo de duração da doença – 15 a 20 dias
Infecção
Períodosdadoença
Viremia – (pico 2o. ou 3o. dia)
Febre, calafrios
Cefaléia, mialgia
Dor lombar
Hepatomegalia
Dor abdominal
48 horas
Tempo de duração da doença – 15 a 20 dias
Remissão
Períodosdadoença
Período afebril
7 a 10 dias
Tempo de duração da doença – 15 a 20 dias
Intoxicação
Períodosdadoença
Surgem os anticorpos
Desaparece a viremia
Volta a febre
Icteríciase instala
Insuficiência renal aguda
Manifestações hemorrágicas
Coma, choque, óbito
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
 Inespecífico:
 Leucopenia, neutropenia, plaquetopenia e anemia
 Transaminases: Acima de 1000 (formas graves)
 Bilirrubinas aumentadas as custas de BD.
 Aumento de: colesterol, fosfatase alcalina, Gama-
GT, uréia e creatinina.
 Coagulograma: aumento do PTTa e do tempo de
protrombina
 Albuminúria, hematúria, cilindrúria
 VHS baixo.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
 Específico:
 Isolamento Viral: PCR ou Cultura entre o 4º e 7º
dia da doença;
 Sorológico: MAC-ELISA: anticorpos IgM a partir
do 6° dia de doença; repetido após 14 dias, se a
primeira amostra vier negativa.
 Imuno-histoquímico: Detecção do antígenos virais
ou complexo vírus-IgM em amostra de tecidos.
 Histopatológico: Análise de órgãos pós-morte
TRATAMENTO
 Não há tratamento específico;
 Medidas de suporte nas formas leves
 Suporte avançado em UTI nas formas graves
 Evitar salicilatos
PREVENÇÃO
 Evitar o vetor e áreas silvestres enzoóticas
 Proteção individual em áreas enzoóticas
 Monitoramento de mortalidade de macacos
 Controle do vetor urbano
 Vacinação
 Isolamento relativo de enfermos (1os dias)
 Notificação compulsória
 Investigação de óbitos>viscerotomia
Componentes da Vigilância da Febre Amarela
Vigilância de
casos humanos
Vigilância de epizootia
de primatas não
humanos
Vigilância
entomológica
Vigilância de
coberturas vacinais
Informação, Educação e Comunicação
VACINA
 Vírus vivo atenuado da cepa 17D em embrião de ave
(galinha - ovo);
 Dose 0,5 ml subcutânea, única;
 Imunidade a partir 10º dia
 Exigência internacional revacinação 10/10 anos;
 A partir 6 meses de idade: geral no Brasil ?
 2 a 5%: cefaléia, mialgia, febre (5º ao 10º dia)
 Alérgicos a ovo: hipersensibilidade imediata
(erupção, urticária, asma): 1:1 milhão
 < 6 meses: encefalite?
 Evitar gestantes e imunodeprimidos (inclusive em
uso corticóides, radiação,CD4<200);
 Outras vacinas vírus vivo: se possível intervalo 15
dias
Febre Amarela: Sintomas, Transmissão e Prevenção

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Febre Amarela: Sintomas, Transmissão e Prevenção

  • 1. FEBRE AMARELA Estevão Xavier R2 pediatria Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF Residência Médica em Pediatria Brasília, 26 de agosto de 2011
  • 2. FEBRE AMARELA  Conceito:  Doença infecciosa febril aguda, transmitida ao homem mediante picada de insetos hematófagos, após um período de incubação extrínseco, para que o vírus se reproduza em seus tecidos  Possui 2 ciclos epidemiológicos distintos (silvestre e urbano);
  • 3. Etiologia  Vírus de RNA: • Gênero Flavivirus • Família Flaviviridae • Arbovirus do grupo B Arthropod Borne Virus ARBOVIROSE (do latim: flavus = amarelo)
  • 4. EPIDEMIOLOGIA  Endêmica nas regiões tropicais e subtropicais  Áreas florestais e rurais da América do Sul e África:  Bacias dos rios Amazonas, Paraná e Araguaia- Tocantins  Nilo e Congo
  • 5. HISTÓRICO Febre amarela no Brasil  1685 - 1ª epidemia no Brasil, Recife/PE (África)  1691 - 1ª Campanha Sanitária no Brasil  1692 a 1848 – (~ 150 anos de Silêncio)  1849 - Epidemia da Bahia (navio procedente / EUA)  1849/61 - Propagação no país (16 Províncias)  1932 – Demonstrado o ciclo silvestre da FA (ES)  1937 – Vacina contra febre amarela (Brasil)  1942 – Último caso urbano registrado no Brasil (AC)  1999 – Início da vigilância de epizootias em primatas Epizootia: Endemia de animais
  • 6.
  • 7. EPIDEMIOLOGIA  CICLO SILVESTRE  Mosquitos de gênero Hemagogus e Sabethes (antropofilicos, diurnos, umbrosos -> macacos alouatta, callitrix ou cebidae (ou roedores e marsupiais) ->dispersão em ondas/períodos -> homem (acidental, invasor)
  • 8.
  • 9. Alouatta sp (guariba, bugio) Foto: Rodrigo del Valle Cebus sp (macaco prego) Callithrix sp (mico, soim) Hospedeiros Amplificadores Disseminadores
  • 11. EPIDEMIOLOGIA  CICLO URBANO  Homem->Aedes aegypti->homem  Letalidade: 20-50% casos graves (ictéricos), do 7º ao 10º dia
  • 12.
  • 13. INCUBAÇÃO, PATOLOGIA e PATOGENIA  Incubação no homem:  3 a 6 dias (até 10 dias).  Viremia: dura algumas horas ou até 2 dias nas formas leves e de 5 a 7dias nas formas graves (transmissor para outro mosquito)coincide com o início da febre e do período prodrômico da doença;  Incubação no mosquito:  7 a 11 dias (mosquito vive de 30 a 60 dias):  Aedes:  transmissão do vírus de forma transovariana diretamente para a prole, dispensando o ser humano no ciclo.
  • 14.  PATOLOGIA:  PicadaCel dendríticavírus no Linfonodo”desaparecem “por 24hsistema linfático e sanguíneoviremia  Principal alvo: Fígado  Focos hemorrágicos subcapsulares e parenquimatosos  Necrose médio-zonal dos hepatócitos (áreas centrais entre o espaço porta e a veia centrolobular), são mais atingidas pela necrose.  Corpúsculo de Councilman (degeneração eosinofílica dos hepatócitos)  Corpúsculo de Torres (inclusões granulares eosinofílicas) INCUBAÇÃO, PATOLOGIA e PATOGENIA
  • 15.  Rins: oligúria por mudança do fluxo sanguíneo intra-renal secundária à do débito cardíaco.  Diátese hemorrágica: Síntese do fatores de coagulação dependentes de Vitamina K; plaquetas; CIVD. INCUBAÇÃO, PATOLOGIA e PATOGENIA
  • 16.
  • 17.  IMUNIDADE:  Ativa natural: Permanente  Ativa artificial: Vacina (reforço a cada 10 anos)  Passiva Natural: até o 6º mês de vida INCUBAÇÃO, PATOLOGIA e PATOGENIA
  • 18. QUADRO CLÍNICO  Forma Leve  Forma moderada  Forma grave  Forma maligna
  • 19.
  • 20. QUADRO CLÍNICO  Geralmente início súbito  Indisposição geralfebreprostração hiperemia conjuntival-vômitos-mialgia- artralgias-dor epigástrica-calafrios. VIREMIA (infectante ao mosquito)  2º dia: temperatura elevada, Faget, prostração  3º. ao 4º. dias: melhora geral e febre cai: alívio  4º - 5º (+/- 2-5.dias): exacerbação e toxemia.
  • 21. QUADRO CLÍNICO BIFÁSICO  1ª Fase viremia – formas leves/ moderada (90%):  Início do súbito  Febre Alta – Calafrios  Mialgias  Bradicardia relativa (Faget)  Cefaléia intensa  Náuseas e vômitos  Melhora clínica no 3º ao 4º dia de doença
  • 22. QUADRO CLÍNICO BIFÁSICO  2ª Fase:  Formas Graves:  Exacerbação dos sintomas principalmente digestivos;  Vômitos, epigastralgias, dor abdominal  Manifestações hemorrágicas  Sangramento gastrintestinal – hematêmese  Epistaxe, púrpura, petéquias  Insuficiência hepática( TAP; fatores de coagulação)  Icterícia progressiva (predomínio de BD)  Elevação de transaminases(acima de 1000)  Encefalopatia hepática
  • 23. QUADRO CLÍNICO  Formas Graves  Óbito:  Ocorre em 20 - 50% dos casos graves,  Em geral do 7°-10º dia de doença  Precedido por piora da icterícia, hemorragias, taquicardia, hipotensão, oligúria e azotemia.  Prenunciam o êxito letal: hipotermia, agitação, delírios, hipoglicemia, anúria, estupor, coma.
  • 24. QUADRO CLÍNICO  Convalescença:  Breve nas formas leves  Prolongado nas formas graves, cursando com astenia importante por até duas semanas. As transaminases podem permanecer aumentadas por mais de dois meses.
  • 25. 3 a 4 dias 48 horas 7 a 10 dias Tempo de duração da doença – 15 a 20 dias Infecção Remissão Intoxicação Períodosdadoença 1a. Fase 2a. Fase
  • 26. 3 a 4 dias Tempo de duração da doença – 15 a 20 dias Infecção Períodosdadoença Viremia – (pico 2o. ou 3o. dia) Febre, calafrios Cefaléia, mialgia Dor lombar Hepatomegalia Dor abdominal
  • 27. 48 horas Tempo de duração da doença – 15 a 20 dias Remissão Períodosdadoença Período afebril
  • 28. 7 a 10 dias Tempo de duração da doença – 15 a 20 dias Intoxicação Períodosdadoença Surgem os anticorpos Desaparece a viremia Volta a febre Icteríciase instala Insuficiência renal aguda Manifestações hemorrágicas Coma, choque, óbito
  • 29.
  • 30. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL  Inespecífico:  Leucopenia, neutropenia, plaquetopenia e anemia  Transaminases: Acima de 1000 (formas graves)  Bilirrubinas aumentadas as custas de BD.  Aumento de: colesterol, fosfatase alcalina, Gama- GT, uréia e creatinina.  Coagulograma: aumento do PTTa e do tempo de protrombina  Albuminúria, hematúria, cilindrúria  VHS baixo.
  • 31. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL  Específico:  Isolamento Viral: PCR ou Cultura entre o 4º e 7º dia da doença;  Sorológico: MAC-ELISA: anticorpos IgM a partir do 6° dia de doença; repetido após 14 dias, se a primeira amostra vier negativa.  Imuno-histoquímico: Detecção do antígenos virais ou complexo vírus-IgM em amostra de tecidos.  Histopatológico: Análise de órgãos pós-morte
  • 32. TRATAMENTO  Não há tratamento específico;  Medidas de suporte nas formas leves  Suporte avançado em UTI nas formas graves  Evitar salicilatos
  • 33. PREVENÇÃO  Evitar o vetor e áreas silvestres enzoóticas  Proteção individual em áreas enzoóticas  Monitoramento de mortalidade de macacos  Controle do vetor urbano  Vacinação  Isolamento relativo de enfermos (1os dias)  Notificação compulsória  Investigação de óbitos>viscerotomia
  • 34. Componentes da Vigilância da Febre Amarela Vigilância de casos humanos Vigilância de epizootia de primatas não humanos Vigilância entomológica Vigilância de coberturas vacinais Informação, Educação e Comunicação
  • 35.
  • 36. VACINA  Vírus vivo atenuado da cepa 17D em embrião de ave (galinha - ovo);  Dose 0,5 ml subcutânea, única;  Imunidade a partir 10º dia  Exigência internacional revacinação 10/10 anos;  A partir 6 meses de idade: geral no Brasil ?  2 a 5%: cefaléia, mialgia, febre (5º ao 10º dia)  Alérgicos a ovo: hipersensibilidade imediata (erupção, urticária, asma): 1:1 milhão  < 6 meses: encefalite?  Evitar gestantes e imunodeprimidos (inclusive em uso corticóides, radiação,CD4<200);  Outras vacinas vírus vivo: se possível intervalo 15 dias