Noite na Taverna é um conto dividido em sete partes onde vários personagens contam suas histórias em uma taverna. As narrativas envolvem temas como violência, corrupção, incesto e assassinato motivados por paixão ou vingança, representando o estilo gótico e o romantismo negro de Álvares de Azevedo.
2. RESUMO DA OBRA
Noite na Taverna é uma narrativa (novela ou
conto) construída em sete partes.
Mais do que pelos elementos romanescos e
satânicos que a condimentam (violentação,
corrupção, incesto, adultério, necrofilia, traição,
antropofagia, assassinatos por vingança ou amor).
3. PERSONAGENS
Solfieri, A mulher, Bertram, Ângela, A mulher do
comandante, O comandante, Gennaro, Godofredo Walsh ,
Laura, Nauza, Claudius Hermann, A Duquesa Eleonora,
O Duque Maffio, Johann, Artur ou Arnold, Geórgia, O
Irmão.
4. NARRADOR
O livro inicialmente é narrado em terceira pessoa,
onde apresentam os personagens na taverna, depois
se torna em primeira pessoa com cada personagem
contando suas historias.
5. LUGAR
Uma Taverna. (Uma taberna (ou taverna) é, de
uma forma geral, um lugar de negócios ou um bar
onde pessoas vão para beber bebidas alcoólicas e
onde também pode ser servido algum tipo
de alimentação. A palavra deriva, pelo latim taberna,
do grego ταβέρνα, que significa "abrigo" ou
"oficina".)
6. TEMPO
O livro foi escrito tanto em tempo cronológico
como em tempo psicológico. O tempo que decorre
dentro da taverna é cronológico.
A partir do momento que os jovens começam a
contar suas histórias, eles mergulham nas
lembranças do passado e o tempo passa a ser
psicológico.
7. UMA NOITE DO SÉCULO
A primeira parte constitui uma espécie de
apresentação do ambiente da taverna, da roda de
bebedeira, de devassidão em que se encontram os
personagens, do clima notívago e vampiresco. O
tom declamatório anuncia a noitada e as história que
estão por vir.
8. SOLFIERI
Solfieri decide contar sua história, conforme
sugere Archibald, desejoso de histórias fantásticas,
cheias de sangue e paixão. Conta, então, que uma
noite, ao vagar por uma rua, em Roma, passa por
uma ponte, quando as luzes dos palácios se apagam.
Vê a sombra de uma mulher chorando, numa escura
e solitária janela, parecendo uma estátua pálida à lua.
9. BERTRAM
Bertram conta que, também, uma mulher, uma donzela de Cadiz, Angela, o
levou à bebida e a duelar com seus três melhores amigos e a enterrá-los.
Quando decide casar com ela e consegue lhe dar o primeiro beijo, recebe carta
do pai, pedindo seu retorno à Dinamarca. Encontra o velho já moribundo,
chora, mas por saudades de Angela. Dois anos depois, vende toda fortuna,
coloca o dinheiro num banco de Hamburgo e volta para a Espanha. Encontra
a moça casada e mãe de um filho. A paixão persiste e os amantes passam a se
encontrar às escondidas, vivendo verdadeiras loucuras noturnas até que o
marido, enciumado, descobre tudo.
10. GENNARO
Gennaro, aos 18 anos, é aprendiz de pintor e aluno de
Godofredo. Vive na casa do mestre como um filho, recebendo,
no corredor, antes de dormir, beijos de Laura. Um dia,
desperta e a encontra em sua cama, perdendo a cabeça diante
da estonteante beleza da virgem. A cena se repete ao longo de
3 meses, quando a menina lhe diz que deve pedi-la em
casamento, porque espera um filho. O moço nada responde,
ela desmaia e se afasta, tornando-se cada dia mais pálida.
11. CLAUDIUS HERMANN
Claudius Hermann, após preâmbulos em que
discursa com os amigos de orgia acerca de diversos
temas, expõe sua história, onde narra suas loucuras e
orgias e de como desperdiçou uma fortuna no turfe,
em Londres, onde vê uma bela amazonas, a duquesa
Eleonora, esposa do duque Maffio.
12. JOHANN
Está em um bilhar em Paris, jogando com Artur que, numa
jogada definitiva para Johann, se encosta à mesa, por descuido
ou de propósito. A mesa estremece e Johann é levado à
derrota. O perdedor, enlouquecido de raiva, desafia o parceiro
para um duelo. Antes porém, Artur pede ao adversário que,
caso morra, entregue a carta, que está em seu bolso, e o anel
no seu dedo, para uma mulher que dirá, mais tarde quem é.
13. O ÚLTIMO BEIJO DE AMOR
É noite alta na taverna, todos dormem. Entra uma mulher pálida,
vestida de negro, procurando alguém com uma lanterna na mão. Vê
Arnold, tenta beijá-lo, mas o deixa em paz, voltando-se para Johann,
tornando-se, subitamente, sombria. Traz, além da lanterna, um punhal,
que crava no pescoço deste último, enxugando as mãos ensangüentadas
no cabelo do ferido. Vai até Arnold e o desperta. Ele a reconhece; é a irmã
de Johann, agora transformada na prostituta Giorgia, a quem Arnold pede
que lhe chame de Artur, como outrora.
14. I N F O R M A Ç Õ E S S O B R E O AU T O R
Manuel Antônio Álvares de Azevedo nasceu em 12 de setembro de 1831 na
cidade de São Paulo, estudante de Direito, Bacharelou-se em Letras no Colégio
Pedro II em fins de 1847.
nas férias de 1851-2 adoeceu no Rio, onde as passava sempre e depois de
dolorosa operação para extrair um tumor na fossa ilíaca, morreu quando a
cursava o 5° ano, no dia 25 de abril de 1852.
Tinha vinte anos e sete meses.
É o principal representante no Brasil da influência byroniana ( ultra -
romântica ) dos ingleses e alemães como todo escritor da paulista capital teve
fim trágico bem a gosto burguês dos acadêmicos do Largo de São Francisco
do século XIX.
15. COMENTÁRIO DO
ROMANTISMO NA OBRA
Romance Urbano: Tem como principal
característica retratar e criticar os costumes da
sociedade.
Retratando os costumes, as manias, e as
mediocridades da sociedade carioca da época.
16. ESTILO DE ESCREVER
Álvares de Azevedo inscreve sua obra na tradição do romance gótico.
Pode-se avaliar como provenientes do romance gótico inglês, não apenas vários
dos temas de Azevedo, como incesto e assassinato entre familiares, como ainda
o gosto pelos incidentes sensacionais - raptos, fugas, aventuras em rápida
sucessão, etc.
A imaginação romântica de Álvares de Azevedo marca de forma
exuberante os contos do livro, narrados num estilo repleto de adjetivos e
reticências, apresentando características como egocentrismo, dualidade, auto
ironia, pessimismo e humor negro, ou seja, como um legítimo representante do
ultrarromantismo.
17. OPINIÃO CRÍTICA
A primeira impressão do livro é que seriam tediosos diálogos de bêbados,
onde tratariam de assuntos não muito interessantes. O que foi muito diferente,
pois se obteve uma fantástica dinâmica entre o ambiente real da taverna e o
psicológico narrado pelos jovens amigos, com historias envolventes de
suspenses e surpresas que prendem o leitor a um universo totalmente
diferente.
Apesar de terem histórias que prendem o leitor num suspense, elas acabam
passando uma visão de narradores sendo pessoas perigosas, assassinos sem
nenhum escrúpulo, pois todas são trágicas, impregnadas de vícios, de crimes
hediondos que vão de assassinatos a incestos o que chama a atenção é que
nenhum foi preso ou pego para pagar por seus atos horríveis.
18. Um ponto positivo e muito bonito da novela e a valorização
do amor onde se tem belas declarações e poemas de amor,
onde existe grande envolvimento dos personagens. Mas o lado
negativo mostra um amor acima de tudo, das regras, conceitos
sociais e religiosos, não importando as conseqüências que esse
amor trará, valorizando assim o momento do agora, do prazer.
Trazendo assim frustrações, decepções, crimes e amores
pervertidos. Com isso trazendo uma desvalorização da vida,
podendo assim matar e morrer, pois a vida não faria mais
sentido sem a mulher amada.
19. C A R AC T E R Í S T I C A D O RO M A N T I S M O
Álvares de Azevedo inscreve sua obra na tradição do romance
gótico. Pode-se avaliar como provenientes do romance gótico inglês,
não apenas vários dos temas de Azevedo, como incesto e assassinato
entre familiares, como ainda o gosto pelos incidentes sensacionais -
raptos, fugas, aventuras em rápida sucessão, etc.
apresentando características como egocentrismo, dualidade, auto
ironia, pessimismo e humor negro, ou seja, como um legítimo
representante do ultrarromantismo.