Economia – a equação da curva de phillips e a tese aceleracionista
Economia aula 4 - introdução à macroeconomia
1. AULA 4: INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA
Nas nossas três primeiras aulas, nós fizemos uma
introdução-revisão de alguns conceitos da Microeconomia
que certamente vão nos ajudar muito no entendimento da
Macroeconomia – que é, a partir desta Aula 4, o objeto
central de nosso curso. Nós, agora, vamos dar um salto, e
passar a estudar a economia do país como um todo,
analisando as variáveis que determinam o volume da
produção total de bens e serviços, o nível do emprego e o
nível geral de preços do sistema econômico.
Nesta nossa Aula de n° 4, nós vamos abordar os
grandes agregados da economia, como são chamados o
produto interno bruto, o investimento bruto, a renda
nacional, e outros conceitos relevantes.
Bem-vindo, então, ao maravilhoso mundo da
Macroeconomia!
4.1. O sistema econômico: agentes e fluxos
A teoria macroeconomia é a parte da teoria econômica que
estuda o funcionamento da economia como um todo. Cabe à
macroeconomia identificar e medir as variáveis que determinam o
volume da produção total de bens e serviços, o nível do emprego e
o nível geral de preços do sistema econômico, bem como os
agentes econômicos que atuam nesse sistema, realizando
transações de todos os tipos e naturezas.
Como foi dito em nossa Aula 1, uma descrição do sistema
econômico como um todo deve considerar, de um lado, os tipos de
agentes econômicos que nele atuam e, de outro, os fluxos por ele
gerados. Se considerarmos, por simplificação, uma economia
fechada, isto é, sem relações econômicas com outros países (sem
exportações e importações, por exemplo), podemos identificar os
seguintes agentes que atuam no sistema econômico:
2. 2
. As unidades familiares
. As empresas
. O governo
No sistema econômico, às unidades familiares cabe o papel
de fornecer os recursos produtivos às empresas (recursos
naturais, mão-de-obra, capital, capacidade empresarial, etc.),
recebendo, em troca, uma remuneração ou renda – (que pode ser:
salários, aluguéis, juros e lucros) - que, num momento seguinte,
será voltada para adquirir das empresas bens e serviços de que
necessitam.
As empresas, por seu turno, demandam das unidades
familiares os recursos produtivos de que precisam, remunerando-
as com uma renda (salários, aluguéis, juros e lucros), enquanto
ofertam para as mesmas os bens e serviços que produzem.
Ao governo cabe o papel principal de regulador da atividade
econômica e de provedor dos chamados “bens públicos”- dos quais
são exemplos, como já vimos, a segurança nacional, o serviço de
polícia, a administração da justiça - além de garantir o
fornecimento dos denominados “bens meritórios”, como educação
e saúde. Para o desempenho dessas atividades, o governo
arrecada impostos dos agentes econômicos como, por exemplo, o
imposto de renda (IR) e o imposto sobre produtos industrializados
(IPI).
Na contabilidade nacional, o governo é constituído pelos
órgãos da chamada Administração Direta – basicamente, os
Ministérios e as Secretarias - considerados os três níveis de
governo: federal, estadual e municipal. Como o governo, em
regra, não tem o objetivo de auferir lucro, as empresas públicas e
sociedades de economia mista, das quais o governo seja acionista,
são incluídas no item empresas (no setor privado).
Num modelo mais completo, teríamos de incluir um quarto
agente econômico, denominado comumente de resto do mundo
e que responde pelas importações e exportações de bens e
serviços do país.
4.2. Conceitos Básicos: a Mensuração do Produto e
da Renda e da Despesa
3. 3
A contabilidade nacional proporciona medidas agregadas do
valor de mercado dos bens e serviços finais produzidos na
Economia durante um certo período, geralmente um ano.
Dependendo dos itens computados nesta medição, obtêm-se
diferentes medidas deste produto.
Assim, por exemplo, temos o conceito Produto Interno Bruto
que pode ser definido assim:
Produto interno bruto (PIB) corresponde à
soma dos valores de todos os bens e serviços
finais produzidos em uma economia, durante um
certo período.3
Há três aspectos que devemos observar nessa definição:
primeiro, que estamos falando de bens e serviços finais – o que
quer dizer que, para evitar a dupla contagem, não podemos somar
o valor da produção do aço e/ou o valor da produção da borracha,
etc. – que são matérias-primas – com o valor do carro, pois no
valor deste – que é um bem final – já estão incluídos os valores
das matérias-primas utilizadas em sua produção.
Um outro aspecto a observar é que, na contabilidade nacional, a
produção é entendida como qualquer atividade que aumente a
quantidade e/ou valor do bem ou serviço. Assim, considera-se
produção não somente a transformação de uma matéria-prima
num produto novo, mas também as atividades de transporte, de
intermediação financeira, de comercialização, e de prestação de
serviços em geral.
Um terceiro ponto a ser observado é que não entram no cálculo
do valor do Produto as transações que envolvam troca de ativos
que não foram produzidos no ano ou período considerado, como,
por exemplo, a compra e venda de imóveis e de carros usados.
E de onde vem o valor do produto de um país?
O valor do PIB é o resultado do produto dos três setores
produtivos, a saber:
I - Setor Primário – constituído pela produção agropecuária,
tendo como principais componentes a produção agrícola
propriamente dita (arroz, milho, soja, etc.), a produção da
4. 4
pecuária (abate de gado, suínos, etc.) e a produção extrativa
vegetal (borracha, carvão vegetal, etc.);
II - Setor Secundário – constituído pela produção do setor
industrial e tendo como principais subsetores: indústria
extrativa mineral (petróleo, ouro, minério de ferro, etc.),
indústria da construção civil (prédios, estradas, barragens,
etc.), indústria de transformação (mecânica, eletrônica,
têxtil, etc.) e serviços industriais de utilidade pública (energia
elétrica, saneamento, etc.);
III - Setor Terciário – constituído pelo setor de serviços, tendo
como principais subsetores: transportes e comunicações,
intermediação financeira, setor governo (exceto empresas
estatais), comércio, saúde e educação (privadas), turismo e
lazer, etc.
4.3. Os diversos conceitos de produto – uma análise
mais detalhada
O produto interno bruto (PIB) de um país é dado pelo valor de
todos os bens e serviços que foram produzidos durante um certo
período de tempo, geralmente um ano. Seu valor é medido pelo
lado dos custos de produção, traduzidos estes nas despesas
realizadas pelas empresas com a remuneração dos fatores
utilizados na produção (salários, aluguéis, juros e lucros). A
contrapartida do valor do produto global ou do valor agregado
dessas despesas é dada pela renda interna que corresponde à
soma daquelas rendas recebidas pelos proprietários dos fatores de
produção. Se o produto for avaliado aos preços de mercado, deve-
se acrescentar a essas rendas a receita auferida pelo governo, ou
seja, os impostos indiretos, deduzidos os subsídios. Constata-se,
então, que o valor do produto e da renda são duas medidas
distintas do mesmo fluxo de bens e serviços gerados na atividade
econômica.
Muitas vezes o estudante se vê confuso diante de conceitos
como “produto interno”, “produto líquido”, “renda nacional”,
“renda pessoal”, e tantos outros. Mas, afinal, todos esses termos
se referem à mesma coisa ou são conceitos e medidas diferentes?
5. 5
Na realidade, todos estes conceitos referem-se a coisas
semelhantes, mas não iguais. O que distingue um conceito do
outro são alguns itens que entram no cálculo de um mas não
entram no outro. Por exemplo, a diferença entre qualquer produto
“líquido” e seu correspondente “bruto” consiste na “depreciação”
que entra no cálculo somente deste último.
O Quadro I, a seguir, mostra de que forma são calculados os
diversos conceitos de produto e de renda, possibilitando uma
comparação entre ambos.
QUADRO I
Ótica do produto Ótica da renda
(+)Salários pagos: 1.300 (+)Salários pagos: 1.300
(+)Aluguéis: 900 (+)Aluguéis: 900
(+)Juros: 700 (+)Juros: 700
(+)Lucros 1.100 (+)Lucros: 1.100
= Produto Interno Líquido
a custo de fatores(cf): 4.000 = Renda Interna Líquida: 4.000
(+) Depreciação: 300 (+) Depreciação: 300
=Prod. Interno Bruto(cf):4.300 =Renda Interna Bruta: 4.300
(-) Renda líquida enviada (-) Renda líquida enviada
ao exterior: -200 ao exterior: -200
=Prod. Nacional Bruto (cf):4.100 =Renda Nacional Bruta: 4.100
(+) Impostos indiretos(*): 600 (-) Depreciação: -300
(-) Subsídios: -100 =Renda Nacional líquida: 3.800
=Prod.Nacional Bruto(pm):4.600 (-) Lucros retidos: -500
(-) Contr.Previdendenciárias:-700
(+) Transferências Govern.: 600
(+) Transf. Empresariais: 100
= Renda Pessoal: 3.300
(-) Impostos diretos(**): 400
= Renda Pessoa Disponível: 2.900
(*) IPI/ICMS/ISS (**) IR/IPVA/IPTU
Pelo Quadro I, acima, pode-se concluir que:
6. 6
a) A diferença entre o produto a custo de fatores e o
produto a preços de mercado reside na inclusão, neste
último, dos impostos indiretos e na retirada dos subsídios.
b) A diferença entre o produto interno e o produto nacional
e entre a renda interna e a renda nacional reside na renda
líquida enviada ao exterior.
c) A diferença entre o produto líquido e o produto bruto
reside na depreciação;
De uma forma geral, nos Estados Unidos e outros países
desenvolvidos, utiliza-se mais comumente, para efeito de análise
da atividade econômica, o conceito de Produto Nacional Bruto
(PNB). Isso se explica porque o PNB desses países costuma ser
maior que o seu PIB – porque eles recebem mais renda do exterior
do que enviam para o exterior.
Já nos países subdesenvolvidos, o Brasil entre eles, usa-se
geralmente o conceito de Produto Interno Bruto (PIB) - que, no
caso desses países, costuma ser maior que o PNB, uma vez que a
renda que esses países recebem do exterior tende a ser menor
que a renda por eles enviada ao exterior.
A Ótica das Despesas
Como foi dito anteriormente, o valor do produto é igual ao valor
da renda gerada e, por sua vez, é igual à despesa agregada, isto
é, ao valor do fluxo de bens e serviços transacionados na
economia.
As despesas agregadas se compõem das seguintes categorias
de gastos:
a) Despesas pessoais de consumo (C) – incluindo aí os
gastos das famílias com bens de consumo (alimentos,
automóveis, etc.) e serviços (saúde, lazer, etc.).
b) Investimento privado bruto (I) – incluindo edificações,
fábricas, equipamentos, máquinas e variações de estoques.
Vale lembrar que só são computados os bens e serviços
“novos”, isto é, produzidos e vendidos (ou comprados) no ano
considerado. Assim, a compra de um edifício com 5 anos de
construção, ou de um carro usado não é computada no valor
7. 7
do PIB deste ano. Isto porque o valor deste edifício e deste
carro já foi apurado no PIB do ano em que foram produzidos.
c) Gastos do governo (G) – incluem os dispêndios do governo
com os seguintes itens:
i) despesas correntes - aí incluídas as compras de bens e
serviços para o funcionamento normal das agências
governamentais e o pagamento de funcionários civis e
militares.
ii) despesas de capital - compra de bens e serviços voltados
para investimentos (construção de escolas, hospitais,
estradas, etc.). Não entram nestes gastos do governo: as
transferências governamentais, nem os dispêndios das
empresas públicas (tipo Petrobrás, Vale do Rio Doce,
Eletrobrás, etc.). Estes últimos são contabilizados no setor
secundário, como setor privado.
d) Exportações líquidas (X - M) – aqui entendidas como o
valor total das exportações de bens e serviços menos o valor
das importações de bens e serviços.
Ou seja, pela ótica ou abordagem da despesa, o valor do
produto interno bruto, a preços de mercado, é dado pela equação
abaixo:
PIBpm= C + I + G + X - M
4.4. O Valor Adicionado
Para calcular o valor do PIB, todos os bens e serviços devem
ser contados só uma e única vez. Para tanto, deve-se computar
somente os valores dos bens finais já que estes incluem todos os
custos intermediários (matérias-primas) das diversas etapas do
processo produtivo.
Assim, por exemplo, as estatísticas oficiais contam o valor do
pão vendido ao consumidor, mas não somam a este valor o preço
da farinha de trigo, já que este está incluído no preço final do pão.
Da mesma forma, se se computa o preço do automóvel vendido ao
consumidor, não se deve adicionar a este o preço do aço e outros
8. 8
componentes do carro. Do contrário, haveria o problema da “dupla
contagem”.
Aparentemente, a maneira mais fácil de se medir o valor do PIB
é considerar os valores dos bens finais. Mas, alternativamente,
pode-se chegar ao mesmo resultado somando o “valor adicionado”
pela empresa em cada estágio do processo produtivo.
Valor adicionado é igual ao valor do produto vendido pela
empresa menos o custo dos produtos intermediários comprados
pela empresa e seus fornecedores.
Um exemplo de cálculo do valor adicionado:
Tabela 1
(PRODUÇÃO HIPOTÉTICA DE CIGARROS)
Pela Tabela 1, verifica-se que o valor do PIB é igual ao valor do
bem final (=100), vendido pela loja ou bar ao consumidor.
Alternativamente, se somarmos os valores adicionados ou
acrescidos por cada empresa em cada etapa ou estágio,
encontraremos o mesmo valor para o produto (24 + 27 + 18 + 12
+ 19 = 100).
9. 9
4.5. Produto nominal X produto real
O valor do produto varia de um ano para outro. Geralmente,
o valor do produto no ano t é nominalmente maior do que o valor
do produto registrado no ano t–1, isto é, no ano anterior. Esta
diferença de valor pode ser explicada por duas variáveis: por
variação dos preços (P) e/ou por variações nas quantidades
produzidas (Q).
A partir desta constatação, é possível distinguir dois
conceitos muito importantes da contabilidade nacional: o produto
nominal e o produto real.
O produto nominal – também chamado de produto a preços
correntes - corresponde ao valor do produto medido aos preços
vigentes no ano de referência. Matematicamente, é obtido pelo
somatório do valor da produção de todos os bens e serviços finais
de uma economia. Ou formalmente:
Produto nominal = ∑ Pi x Qi
onde i varia de 1 a n produtos.
Pela fórmula acima, verifica-se que o produto nominal pode
aumentar ou diminuir em função tanto dos preços quanto das
quantidades produzidas dos bens e serviços finais.
Já o produto real – também chamado de produto a preços
constantes - corresponde à quantidade física de bens e serviços
produzidos pela economia. Ou seja, o produto real somente varia
se houver uma variação na quantidade física efetivamente
produzida. E parece óbvio que quanto maiores as quantidades
produzidas de todos os bens ou serviços, maiores e melhores são
as condições médias de vida dos cidadãos, já que aumentos na
produção implicam aumentos no nível de renda e, por
conseqüência, do nível de consumo da população.
Assim, o que interessa saber não é se o produto nominal está
crescendo de um ano para o outro – já que este aumento pode ser
causado simplesmente por um aumento dos preços – e sim saber
se o produto real está também crescendo ou não.
10. 10
Como o valor do produto nominal de um determinado ano
embute variações no nível médio de preços e também eventuais
variações no quantum físico produzido, para que possamos saber o
valor do produto real daquele ano e podermos verificar se este
valor é ou não maior do que o do ano anterior, é necessário que
sejam anuladas ou isoladas as variações no produto provocadas
por variações nos preços. Se fizermos isso, qualquer variação para
mais ou para menos no valor do produto será explicada por
variações nas quantidade produzidas. Este processo não é muito
complicado. Ao contrário, é até muito simples, conforme
mostraremos a seguir.
Considere, primeiramente, os dados constantes da Tabela 2,
abaixo:
Tabela 2
(1) (2) (3) (4) (5)
Anos Produto Deflator Produto real Taxa de
nominal implícito do crescimento
(R$ mil) Produto (base: 2001) real (%)
1999 275.000 132,0 369.583 --
2000 343.750 158,4 384.982 4,2
2001 395.312 177,4 395.312 ?
2002 420.080 191,6 388.946 ?
2003 454.430 202,5 398.103 ?
A título de exercício, suponha que, para os anos
compreendidos entre 1999 e 2003, o produto nominal registrou os
valores que aparecem na Coluna 2. Como se pode ver, os valores
nominais do produto cresceram muito de um ano para o outro – o
que certamente pode ser explicado por aumentos de preços e
também por aumentos na quantidade física de bens e serviços
produzidos. Temos, então, de isolar ou eliminar as variações do
produto nominal causadas por aumentos de preços – o chamado
“efeito-preço”. Depois que fizermos isso, as eventuais diferenças
entre os valores do produto de um ano para o outro serão
11. 11
creditadas exclusivamente a variações no quantum físico
produzido – isto é, no produto real.
Para eliminarmos o efeito-preço, é preciso que adotemos um
índice de preços qualquer. No caso do produto interno ou nacional,
geralmente é utilizado o chamado deflator implícito do produto
(DIP) – que é calculado tomando por base as variações de preços
dos produtos agrícolas, dos produtos industriais e dos serviços
(setores que formam o PIB), ponderados pelo tamanho de cada
setor.
Por hipótese, imaginamos que o índice médio anual do DIP
que, num determinado ano-base, digamos 1995, era 100,0, com o
aumento dos preços registrou, de 1999 a 2003, os valores
constantes da Coluna 3, da Tabela 2. A diferença percentual do
índice de um ano para o outro seria, grosso modo, a taxa de
inflação do ano, medida por este DIP.
Vamos, então, calcular agora o valor do produto real para
cada ano daquela série. Para tanto, já temos duas variáveis
importantes: os valores do produto nominal e o índice de preços.
Para encontrarmos o valor do produto real usamos a seguinte
técnica:
1° - escolhemos um determinado ano da série para servir
como referência ou, como se diz em economia, como ano-base.
Esta escolha é aleatória, podendo ser qualquer ano. No exemplo
acima, tomamos como ano-base o ano de 2001;
2° - uma vez escolhido o ano-base, o próximo passo é
multiplicar o valor do produto nominal de cada ano pelo índice de
preço do ano-base (no caso presente, por 117,4) e dividir o
resultado encontrado pelo índice de preço do respectivo ano. Para
um melhor entendimento, vamos achar o valor do produto real do
ano 2000:
1° passo: multiplicamos o valor do produto nominal deste
ano – 343.750 – por 177,4, encontrando 60.981.250;
2º passo: dividimos o valor encontrado acima pelo índice de
preço do ano 2000, ou:
12. 12
60.981.250 : 158,4 = 384.982 >> que é o valor do produto
real do ano 2000, quando medido aos preços vigentes no ano
2001.
Procedendo assim para todos os demais anos da série,
encontramos os valores constantes da Coluna 4. Pelo que se pode
verificar, agora os valores dos produtos são mais próximos um do
outro, já não havendo as discrepâncias observadas nos valores do
produto nominal da Coluna 2 – discrepâncias estas decorrentes
das variações de preço de um ano para outro.
Como, agora, todos os produtos estão medidos aos preços
vigentes em 2001 (ano escolhido para ser o ano-base), qualquer
diferença entre eles é real. Para calcularmos a taxa de crescimento
real de um ano para o outro, basta dividir o valor do produto real
do ano t+1 pelo valor produto real do ano t; em seguida,
subtraímos uma unidade do quociente encontrado e multiplicamos
o resultado por 100.
Vamos calcular, por exemplo, a taxa de crescimento real em
2000:
384.982 : 369.583 = 1,0417
1,0417 – 1,0 = 0,0417
0,0417 x 100 = 4,17% ou 4,2%.
Deixamos para você o cálculo da taxa de crescimento real
para os demais anos1.
4.6. As Contas Nacionais do Brasil
As Contas Nacionais do Brasil sempre foram calculadas pela
Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-RJ), mas a partir
de 1986, esta tarefa passou a ser da responsabilidade do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O Sistema de Contas Nacionais no Brasil adotado pelo IBGE,
segue grosso modo o sistema criado por Richard Stone que é,
também, o sistema adotado e recomendado pelas Nações Unidas
1
Você acertou se encontrou os seguintes resultados: 2,7% para 2001; -1,6% para 2002 e 2,4% para 2003.
13. 13
para seus países-membros – sistema este que se baseia em
quatro contas, a saber:
i. Conta 1 – Produto Interno Bruto (ou Conta da
Produção);
ii. Conta 2 – Renda Nacional Disponível Bruta (ou Conta
da Apropriação);
iii. Conta 3 – Conta de Capital;
iv. Conta 4 – Conta Transações Correntes com o Resto do
Mundo.
Existe, ainda, uma Conta 5 – que corresponde à Conta do
Governo – mas que é apresentada à parte, denominada Conta
Corrente das Administrações Públicas – e cujos lançamentos
não têm contrapartida com as demais contas do Sistema de
Contas Nacionais.
Os lançamentos dos valores dessas contas seguem os
preceitos contábeis das partidas dobradas que obedecem a dois
princípios:
i) em cada conta, o total de débitos deve ser igual ao total
de créditos;
ii) a todo crédito lançado em um conta corresponde um
débito lançado em outra conta e vice-versa.
Com essas considerações, apresentamos, a seguir, um
modelo das Contas Nacionais utilizado no Brasil, tendo como
referência as quatro Contas mencionadas acima, além da Conta do
Governo, seguido de um comentário sucinto sobre cada Conta.
(Observação: Estas contas são mostradas aqui mais para você ter uma visão de
como são apresentadas as Contas Nacionais do Brasil, do que por qualquer outra razão.
Você não deve se preocupar muito em entender essas contas, exceto, talvez, no tocante à
Conta de Capital (formação bruta de capital fixo X poupança) que, recorrentemente tem
sido objeto de questões nas provas de concursos públicos de Macroceconomia).
14. 14
Conta 1 – Conta Produto Interno Bruto
Débito Crédito
1.1.Produto Interno Bruto, a custo de 1.4. Consumo Final das Famílias (2.1)
fatores (2.4) 1.5. Consumo Final das Administrações
1.1.1.Remuneração dos empregados Públicas (2.2)
(2.4.1) 1.6.Formação Bruta de Capital Fixo (3.1)
1.1.1. Excedente operacional bruto 1.7. Variação de estoques (3.2)
(2.4.2) 1.8. Exportações de Bens e Serviços
1.2. Tributos Indiretos (2.7) não-fatores (4.1)
1.3. (-) Subsídios (2.8) 1.9. (-) Importações de Bens e Serviços
não-fatores (4.5)
Produto Interno Bruto (PIB) Dispêndio Correspondente ao PIB
Comentários: Como se pode ver, a Conta do Produto Interno
Bruto apresenta, do lado do débito, o pagamento das empresas aos
fatores de produção, valendo observar que o excedente operacional
bruto corresponde a todas as rendas pagas na economia, excluídos os
salários e ordenados pagos aos empregados. Ainda do lado do débito
são somados os impostos indiretos (IPI/ICMS/ISS) e retirados os
subsídios. O resultado final corresponde, assim, ao produto interno
bruto a preços de mercado.
Do lado do crédito, o que as empresas receberam dos agentes que
adquiriram os bens e serviços finais que elas produziram, perfazendo o
chamado “dispêndio correspondente ao PIB” – que, em termos
econômicos, equivale à despesa interna bruta, a preços de mercado.
Conta 2 – Renda Nacional Disponível Bruta
Débito Crédito
2.1. Consumo final das famílias (1.4) 2.4. Produto Interno Bruto a custo de fa-
2.2. Consumo final das adm.públicas (1.5) tores (1.1)
2.3. Poupança bruta (3.3) 2.4.1.Remuneração dos empregados
(1.1.1)
2.4.2. Excedente operacional bruto
(1.1.2)
2.5. Remuneração de empregados, líquida,
recebida do Resto do Mundo(4.2-4.6)
2.6.Outros rendimentos, líquidos, recebi-
dos Resto do Mundo (4.3-4.7)
2.7. Tributos indiretos (1.2)
2.8. (-) Subsídios (1.3)
2.9. Transferências unilaterais, líquidas,
recebidas do Resto do Mundo(4.4-4.8)
Utilização da Renda Nacional Apropriação da Renda Nacional
Disponível Bruta Disponível Bruta
15. 15
Comentários: A conta acima descreve, do lado do débito, como as
famílias e o governo utilizam a renda recebida – destinando parte ao
consumo e parte à poupança; já do lado do crédito, aparecem as rendas
recebidas pelas famílias e pelo governo (impostos líquidos dos subsídios)
mais o resultado líquido dos recebimentos e transferências do e para o
exterior.
Conta 3 – Conta de Capital
Débito Crédito
3.1. Formação bruta de capital fixo (1.6) 3.3. Poupança bruta (2.3)
3.1.1 Construção 3.4. Menos: Saldo em transações corren-
3.1.1.1 Administrações públicas tes com o Resto do Mundo (4.9)
3.1.1.2 Empresas e famílias
3.1.2 Máquinas e equipamentos
3.1.2.1 Administrações Públicas
3.1.2.2 Empresas e famílias
3.1.3 Outros
3.2. Variação dos estoques (1.7)
Acumulação Bruta Interna Financiamento da Acumulação
Bruta Interna
Comentários: Na Conta de Capital, são lançados do lado do débito as
aplicações da economia na formação bruta de capital fixo (investimentos
brutos) e nas variações de estoques (contabilmente considerados como
investimentos para as empresas); já do lado do crédito, são lançadas as
fontes de financiamento daquelas aplicações, constituídas da poupança
bruta da economia (valendo notar que esta é composta pela poupança
bruta do setor privado - que é igual à poupança líquida do setor privado
mais a depreciação - mais a poupança do Governo em conta corrente),
mais a poupança externa – representada esta última pelo saldo em
conta corrente do balanço de pagamentos.
16. 16
Conta 4 – Transações Correntes com o Resto do Mundo
Débito Crédito
4.1. Exportações de bens e serviços (1.8) 4.5. Importações de bens e serviços (1.9)
4.2. Remuneração dos Empregados rece- 4.6. Remuneração dos empregados paga
bida do Resto do Mundo (2.5 + 4.6) ao Resto do Mundo (4.2 – 2.5)
4.3. Outros rendimentos recebidos do 4.7. Outros rendimentos pagos ao Resto
Resto do Mundo (2.6 + 4.7) do Mundo (4.3 – 2.6)
4.4. Transferências unilaterais recebidas 4.8. Transferências Unilaterais pagas ao
do Resto do Mundo (2.9 + 4.8) Resto do Mundo (4.4 – 2.9)
4.9. Saldo das transações correntes com o
Resto do Mundo (3.4)
Recebimentos Correntes Utilização dos recebimentos
correntes
Comentários: Nessa conta, são registrados, do lado do débito, os
gastos dos não-residentes (estrangeiros) com a aquisição dos bens e
serviços produzidos internamente (exportações de bens e serviços),
além dos rendimentos e transferências (rendas e donativos) recebidos
do Resto do Mundo. Do lado do crédito, são lançados os pagamentos
pelos bens e serviços importados pelo país, mais as rendas e
transferências (doações) enviadas para o Resto do Mundo, aparecendo,
ainda, deste lado, o saldo do balanço de pagamentos em conta corrente.
A conta corrente das Administrações Públicas
Comentário: A Conta Corrente das Administrações Públicas é
apresentada em separado, complementando as quatro contas
anteriores, e nela são mostradas as transações correntes do governo.
Do lado do débito, são lançados os itens de despesa do governo –
traduzidas no consumo final (que é composto dos gastos correntes com
pessoal e na compra de bens e serviços), além do subsídios concedidos
pelo governo ao setor produtivo e aos consumidores, mais as
transferências (sendo essas constituídas das pensões e aposentadorias
pagas pelo INSS) e o pagamento de juros da dívida interna pública que,
tecnicamente são também considerados como transferências do governo
ao setor privado. Note-se que nesta conta não aparecem as despesas de
capital do governo que, na realidade são incluídas no item “formação
bruta de capital fixo”, na Conta Produto Interno Bruto.
Do lado do crédito, aparecem as receitas correntes do governo, aí
incluídos os impostos indiretos e diretos e outras receitas correntes –
valendo lembrar que as contribuições previdenciárias estão incluídas
nessas últimas.
17. 17
Conta Corrente das Administrações Públicas
Débito Crédito
Consumo final das Administrações Públicas Tributos indiretos
.Salários e encargos Tributos diretos
.outras compras de bens e serviços Outras receitas correntes líquidas
Subsídios
Transferência de Assistência e Previdência
Juros da Dívida Pública Interna
Poupança em Conta Corrente
Total da utilização da receita corrente Total da receita corrente
4.7. O investimento bruto total e a poupança da
economia
Um tópico que, recorrentemente, tem aparecido nas provas
de Macroeconomia é a questão do investimento bruto2 versus a
formação da poupança necessária para ao seu financiamento.
O investimento total bruto da economia – que
corresponde aos gastos totais da economia com bens de capital
(máquinas, equipamentos, edificações, construções de
infraestrutura) assim se decompõe:
i) Investimento bruto – que é constituído pelos
investimentos do governo e do setor privado; e,
ii) Variação de estoques.
Investimento bruto X investimento líquido
O termo investimento bruto corresponde, em Economia, às
compras de bens de capital novos pelas empresas e pelo governo,
com o objetivo de ampliar ou melhorar a sua capacidade
produtiva.
2
Na Contabilidade nacional, o investimento bruto é chamado de “formação bruta de capital fixo”. Para
efeitos didáticos, continuaremos usando neste texto o termo “investimento bruto” – que é o mais comumente
usado nos textos de macroeconomia.
18. 18
Ocorre, no entanto, que uma parte dos bens de capital em
uso na economia sofre desgaste físico no processo produtivo – o
que representa uma perda ou decréscimo no valor do estoque de
capital. A esse fenômeno se dá o nome de depreciação.
Se retirarmos do investimento bruto o valor da depreciação,
encontraremos o chamado investimento líquido – que representa o
acréscimo líquido ocorrido no estoque de capital da economia no
período considerado.
Ou seja,
Investimento bruto menos depreciação = investimento líquido
Um exemplo: Suponha que a economia disponha de 20
máquinas no início do ano, sendo este, portanto, o seu estoque de
capital naquele momento. Se, ao longo do ano, são produzidas e
compradas cinco máquinas novas, mas duas das máquinas
existentes no início do ano, de tanto serem usadas, se tornam
imprestáveis para a produção e têm de ser substituídas por duas
das máquinas novas, teremos a seguinte situação:
O investimento bruto da economia foi de 5 máquinas novas,
mas o investimento líquido foi de apenas 3 novas máquinas – que
corresponde ao acréscimo de fato ocorrido no estoque de capital.
A variação de estoques X o investimento
Quando a produção não é totalmente vendida no ano,
ocorrem as chamadas variações positivas de estoques na
economia. Esses bens que não foram vendidos, estarão
certamente disponíveis para vendas no futuro mais ou menos
breve. Mas, até que isso aconteça, essas variações de estoques
constituem um aumento no patrimônio das empresas e, como tal,
são consideradas como investimento da economia.
Somando-se esta variação de estoques aos investimentos
brutos, tem-se o chamado investimento total.
19. 19
A poupança da economia
E de onde vêem os recursos para financiar o investimento da
economia? A resposta é muito simples: da poupança.
Numa economia aberta e com governo, a poupança da
economia vem de quatro fontes principais:
i) poupança líquida do setor privado – que se compõe
da poupança das famílias – que corresponde à parte da
sua renda que elas não gastam e que geralmente é
aplicada no mercado financeiro – e da poupança das
empresas – que resulta dos lucros não-distribuídos;
ii) depreciação3;
iii) poupança do governo em conta corrente (Sg);
iv) poupança externa (Se) – que corresponde à
diferença entre os recebimentos e os pagamentos
efetuados pelo Resto do Mundo relativos às transações
correntes4
A soma da poupança líquida do setor privado com a
depreciação é denominada de poupança bruta do setor privado
(Sp).
Por outro lado, a soma da poupança bruta do setor privado
com a poupança do governo em conta corrente é denominada de
poupança interna bruta ou simplesmente poupança interna.
A identidade entre a poupança e o investimento
As definições contidas no item anterior podem,
contabilmente, ser resumidas no seguinte quadro – que
poderíamos chamar de Conta Consolidada de Capital:
3
Lembre-se que as empresas registram a depreciação, em sua contabilidade, como uma despesa, mas na
verdade isso não representa nenhum desembolso monetário para a empresa – resultando, assim, em última
análise, como mais um recurso à disposição da empresa para o financiamento de seus investimentos.
4
Observe-se que uma “poupança externa positiva” equivale, na verdade, a um déficit no Balanço de
Pagamentos em Conta Corrente do país. Ou seja, o país estará, nesta hipótese, recebendo poupança exaterna
para financiar seus gastos a maiores.
20. 20
Gastos de investimento Poupança
Investimento bruto / setor privado(Ip) Poupança bruta do setor privado (Sp)1
Investimento do governo (Ig) Poupança do governo em c.corr. (Sg)
Variação de estoques (∆est) Poupança externa (Se)
Investimento total bruto Poupança total
1
Lembre-se que a poupança bruta do setor privado é igual à soma da poupança
líquida + a depreciação.
Logo,
Ip + Ig + ∆est. = Sp + Sg + Se (1)
Para simplificar, podemos incluir a variação de estoques no item
“investimento privado” (Ip), assim:
Ip + Ig = Sp + Sg + Se (2)
Déficit público
Uma observação importante que deve ser feita é que a
poupança do governo em conta corrente, registrada nas contas
nacionais, é o resultado apenas da receita corrente do governo
menos os seus gastos correntes (gastos de custeio, subsídios,
transferências e pagamento de juros), não se computando os
gastos com bens de capital, isto é, os gastos de investimento do
governo.
Para se apurar o déficit do governo – ou melhor, o déficit
público (DP) - é necessário acrescentar as despesas de
investimento do governo àqueles gastos correntes, deduzindo o
total encontrado da receita corrente do governo. Ou, dito de outra
forma:
DP = Ig – Sg (3)
E substituindo a equação (3) na equação (2) e mudando as
variáveis de lado, pode-se ter:
Ig – Sg = Sp + Se – Ip
Ou,
DP = (Sp – Ip) + Se (4).
21. 21
Pela equação (4), pode-se perceber que, pela ótica da
Contabilidade Nacional, o déficit público é financiado pelo excesso
da poupança bruta sobre o investimento privado e pela poupança
externa, isto é, pela poupança do Resto do Mundo – que, como já
foi dito, corresponde ao déficit do país no balanço de transações
correntes.
4.8. Carga Tributária
Um tema que tem sido objeto de discussões permanentes na
sociedade é a questão do alto nível de impostos cobrados pelo
governo, isto é, a carga tributária. Alguns afirmam que a carga
tributária no Brasil é por demais elevada; outros afirmam
exatamente o contrário.
Obviamente, quando se diz que a carga tributária é elevada ou
é baixa, deve-se ter em mente algum padrão de comparação. No
caso, a comparação é com outros países. Mas, para que esta
comparação seja feita, é necessário que todos os países usem o
mesmo critério de cálculo, do contrário estaremos comparando
laranjas com abacaxis. Assim, o que se tem feito é seguir os
modelos aceitos pelas Nações Unidas no tocante aos critérios de
medição das contas nacionais.
Com relação à carga tributária, há dois conceitos: o de carga
tributária bruta (CTB) e o de carga tributária líquida (CTL). Para o
cálculo desses dois conceitos, usam-se as seguintes fórmulas:
CTB = Total de impostos
PIBpm
CTL = Total de impostos – transferências – subsídios
PIBpm
Vale lembrar que no total dos impostos devem ser incluídos os
impostos diretos e indiretos bem como as contribuições
previdenciárias.
No Brasil, de acordo com as estatísticas oficiais, a carga
tributária (bruta e líquida) cresceu sistematicamente nas últimas
22. 22
três décadas, acentuando-se este crescimento mais ainda a partir
do governo Fernando Henrique. As estatísticas indicam que, ao
final de 2004, a carga tributária bruta atingiu algo como 38% do
PIB – a mais alta entre todos os países em desenvolvimento e uma
das maiores do mundo, equiparando-se à de países altamente
desenvolvidos, como a Suécia e Noruega – países onde o retorno
que a sociedade recebe do setor público – sob a forma de
educação, saúde, lazer, transporte coletivo – é reconhecidamente
elevado, nada comparado com o que ocorre em países como o
Brasil onde serviço prestado pelo Governo à população está longe
de ser satisfatório.
______________________
EXERCÍCIOS DE REVISÃO:
I) Exercícios resolvidos:
- Com base nos seguintes dados hipotéticos das contas nacionais, responda às questões de 1
a 10:
salários pagos pelas empresas privadas: 300
salários pagos pelo governo: 110
depreciação dos equipamentos 40
juros: 100
lucros totais: 400
aluguéis: 150
renda líquida enviada ao exterior: 50
impostos diretos: 90
impostos indiretos: 200
subsídios: 50
contribuições previdenciárias: 70
lucros retidos: 150
compras de bens e serviços pelo governo: 90
formação bruta de capital fixo (FBKF): 120
exportações: 180
importações: 130
gastos de consumo privado: 800
transferências governamentais: 110
transferências empresariais: 30
23. 23
1. Os gastos de consumo do governo e sua poupança são, respectivamente:
a) 90 e 10; b) 110 e 90; c) 200 e 10; d) 200 e 0; e) 10 e 5.
Solução: (A solução dos exercícios de 1 a 5 pode ser encontrada no Quadro I, do texto):
-Os gastos de consumo do governo são constituídos das despesas com pessoal mais as
compras de bens ou serviços, ou seja:
110 + 90 = 200
-Já a poupança do governo é obtida, deduzindo-se da arrecadação total (que é igual à
soma dos impostos diretos + indiretos + contribuições previdenciárias + outras
receitas correntes, se houver) menos as despesas correntes ( = gastos de consumo +
transferências + subsídios), ou seja:
Total de impostos: 90 + 200 + 70 = 360
Despesas correntes: 200 + 110 + 50 = 360
Logo, 360 – 360 = 0 >> ou seja, a poupança é zero.
A resposta, portanto, é a letra d.
2. O produto nacional bruto a preços de mercado é igual a:
a) 1.200; b) 1.300; c) 1.100; d) 1.400; e) 1.500.
Solução: No cálculo do PNBpm entram os impostos indiretos menos os subsídios
(porque é a preços de mercado), + depreciação (porque é produto bruto) e menos a
renda líquida enviada ao exterior (porque é nacional). Logo:
PNBpm = PILcf + depreciação + impostos indiretos – subsídios + renda recebida do
exterior – renda enviada ao exterior.
O PILcf = S + A + J + L = 410 + 150 + 400 + 100 = 1.060
PNBpm = 1060 + 40 + 200 – 50 – 50 = 1.200.
A resposta, portanto, é a letra a.
3. A renda nacional líquida:
a) 1.000; b) 1.010; c) 1.020; d) 1.030; e) 1.040.
Solução: A resposta correta é a letra b. Deixamos para você a solução desta questão.
Para tanto, consulte o Quadro I, do texto.
4. A renda pessoal disponível (RPD) é:
a) 810; b) 850; c) 910; d) 950; e) 840.
Solução: Pelo Quadro I, a RPD é assim encontrada:
Partindo da renda nacional líquida (encontrada na questão 3, anterior), devem ser
deduzidos: - os lucros retidos (LR);
- contribuições previdenciárias (CP);
- os impostos indiretos(imp.ind.);
e somadas: as transferências governamentais (TG) e as transferências empresariais
(TE), se houver. Assim:
RPD = RNL – LR – CP – Imp. Dir. + TG + TE
24. 24
RPD = 1.010 – 150 - 70 – 90 + 110 + 30
RPD = 840 e, portanto, a resposta correta é a letra e.
5. A despesa nacional, exclusive variação de estoques, é:
a) 940; b) 860; c) 1.100; d) 1.040; e) 1.250.
Solução: A resposta correta é a letra c. Deixamos para você a solução desta questão,
lembrando que se trata de despesa nacional, e, portanto, você deve incluir no cálculo a
renda líquida enviada ao exterior.
Observação: as respostas das questões de 6 a 11 encontram-se ao final desta série. Antes
de resolver estas questões, releia a parte do texto sobre Produto Nominal e Produto Real.
6. O conceito de PIB real per capita consiste:
a) no volume total de mercadorias e serviços finais por habitante, avaliado a partir do
produto a preços constantes;
b) na medida do desenvolvimento econômico e social de uma sociedade;
c) no indicador da evolução de preços da economia;
d) os itens b e c estão corretos;
e) nenhuma das alternativas anteriores.
7. Assinale a única afirmativa incorreta.
a) Os preços se alteram e, por isso, as alterações no valor do PIB não indicam de modo
preciso as modificações da produção física ou do produto real.
b) Produto real é o produto medido com os preços mantidos constantes, como se estes
não tivessem se alterado de um ano para outro.
c) As alterações do produto real dão uma boa indicação da variação da produção física
entre dois períodos.
d) As variações do produto real são o resultado da variação física e dos preços do
produto.
e) O produto nominal incorpora as variações físicas e de preços do produto.
8. No ano-base que tipo de relacionamento existe entre o PIB a preços correntes e o PIB a
preços constantes:
a) o PIB a preços constantes > o PIB a preços correntes;
b) o PIB a preços constantes = o PIB a preços correntes;
c) o PIB a preços constantes < o PIB a preços correntes;
d) os dois PIBs não são relacionados;
e) os dois PIBs sempre terão valores distintos.
9. A diferença entre o PIB e o PNB é expressa:
a) pela diferença entre as exportações e importações de mercadorias;
b) pela renda líquida enviada (ou recebida) do exterior;
c) pela diferença entre as exportações e importações de mercadorias e serviços;
d) pelo valor da depreciação;
25. 25
e) pela diferença entre impostos indiretos e subsídios.
10. Assinale a opção correta.
a) As transferências líquidas de renda ao exterior equivalem à diferença entre rendas
de fatores produtivos pagos ao exterior e rendas de fatores recebidas do exterior.
b) Em uma economia aberta, as exportações representam uma proporção constante do
PIB.
c) Em geral, nas economias desenvolvidas, o PNB é menor que o PIB.
d) A renda líquida enviada ou recebida do exterior corresponde, em valor, à diferença
entre o total das exportações e o total das importações.
e) Todas as afirmativas estão erradas.
11. Se uma empresa compra uma mercadoria por CR$ 2.000,00 e apenas a revende, sem
qualquer transformação física, por CR$ 2.500,00, então o valor agregado ou adicionado
pela empresa é igual a:
a) zero; b) 2.500; c) 500; d) 4.500; e) 2.000.
Gabarito das questões de 6 a 11:
6. a; 7. d; 8. b; 9. b; 10. b; 11. a
Até a semana que vem, com a nossa 5ª aula – que
versará sobre o Balanço de Pagamentos e Taxa de
Câmbio. Um abraço para você, e até lá!