O documento descreve a contribuição do Renascimento para o desenvolvimento da ciência moderna. O Renascimento valorizou a razão humana e sua capacidade de entender o mundo, enfraquecendo os vínculos entre filosofia natural e teologia. Pensadores como Copérnico e Nicolau de Cusa questionaram visões aristotélicas, abrindo caminho para novas ideias científicas. A alquimia, astrologia e outras práticas místicas também influenciaram o pensamento renascentista.
2. A CONTRIBUIÇÃO
RENASCENTISTA
• O RENASCIMENTO:
• Momento marcante da história do pensamento
ocidental;
• Caracteriza-se pela importância que o homem passa a
atribuir a si mesmo dentro do contexto da natureza;
• Valoriza a condição humana e a capacidade de
conhecer e intervir no todo;
• A produção intelectual desse período se torna
audaciosa e crítica em relação à visão tradicional;
• É a razão, fortalecida, que constrói seus próprios
caminhos em busca do entendimento das coisas.
3. A CONTRIBUIÇÃO
RENASCENTISTA
• Os vínculos entre filosofia natural e teologia
também ficaram mais tênues, embora as
principais conquistas científicas desse período
tenham sido realizadas por clérigos, mesmo que
não da alta hierarquia, como Nicolau de Cusa e
Copérnico.
• Podemos dizer que o surgimento de uma atitude
científica está intimamente ligado ao universo
renascentista e ao novo olhar que nesse período
se desenvolveu.
4. A CONTRIBUIÇÃO
RENASCENTISTA
• O que o homem europeu sentiu quando percebeu
que a Terra não era do jeito que ele imaginava?
• Euforia, incerteza, dúvida, confusão, ceticismo,
desespero?
• Segundo Laura de Melo (historiadora brasileira):
“a descoberta América talvez tenha sido o feito
mais espantoso da história dos homens”.
• O olhar para os céus também se modifica com a
formulação do primeiro tratado de teoria
astronômica heliocêntrica pelo astrônomo e
matemático polonês Nicolau Copérnico.
5. A CONTRIBUIÇÃO
RENASCENTISTA
• A comoção causada pela teoria heliocêntrica no
seio eclesiástico e sobre os fiéis foi grande, pois
jamais uma autoridade espiritual contestara que a
Terra era o centro do Universo.
• O heliocentrismo contradizia a própria Bíblia, que
afirma que Deus criou a Terra imóvel e firme.
• Embora muitos pensadores tenham tentado
resolver essa contribuição afirmando que as
verdades teológicas são diferentes das verdades
filosóficas, houve uma crise de autoridade: a
filosofia escolástica reafirmava a cosmologia grega.
6. A CONTRIBUIÇÃO
RENASCENTISTA
• O cosmo concebido por Aristóteles, finito e
ordenado segundo uma hierarquia de valores e
perfeição, pode ser assim resumido:
• A Terra está fixa no centro.
• A sua volta os astros executam um movimento
circular e uniforme, determinado por 55 esferas
celestes que têm um centro em comum, a Terra.
• O Universo termina na esfera mais externa, a das
estrelas fixs.
• Um primeiro motor movimenta essa esfera externa,
que, por sua vez, move todas as outras, em contato
entre si.
7. A CONTRIBUIÇÃO
RENASCENTISTA
• No interior do mundo sublunar (abaixo da Lua) tudo
estaria sujeito à mudança e à deterioração.
• A Terra, pesada e opaca, situa-se no centro do
mundo sublunar.
• Todas as esferas e corpos externos ao mundo
sublunar são imutáveis, incorruptíveis e luminosos.
• Por volta do século II a.C. o astrônomo grego
Hiparco, procurando explicar o movimento
retrógrado dos planetas, estabelecera o modelo
geocêntrico clássico, que foi depois aperfeiçoado
por outro astrônomo e geógrafo grego, Ptolomeu.
12. A CONTRIBUIÇÃO
RENASCENTISTA
• No século XIII, com a redescoberta dos textos de
Aristóteles e do modelo de Ptolomeu, a física e a
metafísica aristotélica passaram a constituir o foco
principal de conhecimentos admitidos como
verdadeiros pela Igreja, e o modelo ptolomaico,
adaptado à filosofia escolástica, foi feito como a
representação verdadeira do Universo.
• O Renascimento foi o momento propício para que
o acúmulo de observações e de cálculos
matemáticos confirmasse que o modelo
geocêntrico já não servia para explicar todos os
fenômenos.
13. A CONTRIBUIÇÃO
RENASCENTISTA
• Após considerar as diversas órbitas celestes,
Nicolau de Cusa concluiu que não havia nenhum
centro fixo ou imóvel: “Onde quer que se situe o
observador, ele acreditará estar no centro de
tudo”.
• Concebeu então um Universo nem finito, nem
infinito, mas indefinido, sem centro nem
circunferência.
• Nicolau de Cusa não propôs, portanto, que a Terra
girava em torno do Sol, mas contribuiu para abalar
as certezas a esse respeito.
14. CIÊNCIA, MISTICISMO E MAGIA
• O retorno à Antinguidade realizado pelos
pensadores renascentistas fez ressurgir
diversas filosofias esquecidas durante a época
medieval, como o pensamento pré-socrático,
o pitagorismo, o estoicismo, o materialismo e
neoplatonismo.
• Todas essas correntes continham elementos
considerados heréticos pelas autoridades
eclesiásticas.
15. CIÊNCIA, MISTICISMO E MAGIA
• Os pensadores do Renascimento fundiam
elementos de diversas origens, um
sincretismo do qual fizeram parte tanto
concepções da Antiguidade e do início da era
moderna como do período medieval.
• Essas ideias se desenvolveram em vários
campos do conhecimento: astronomia e
astrologia, química e alquimia, medicina e
magia, matemática e numerologia.
16. CIÊNCIA, MISTICISMO E MAGIA
• Vários historiadores contemporâneos da
ciência costumam relacionar a nova visão do
homem com os estudos e práticas realizados
pelas correntes místicas e mágicas que se
proliferaram no Renascimento.
• É preciso superar a ignorância em relação a
essas crenças místicas e o preconceito que
delas decorre, para admitir que serviram
como uma espécie de “alavanca emocional”
para diversas formulações científicas.
17. CIÊNCIA, MISTICISMO E MAGIA
• O NEOPLATONISMO
• Foi um sistema filosófico surgido em Alexandria no
século III que pretendeu renovar o sistema
platônico acrescentando-lhe elementos místicos
por meio da ênfase do pitagorismo presente em
algumas obras de Platão.
• Trabalhava com o significado e o poder dos
números.
• Teria contribuído para elevar a matemática ao
lugar de destaque que ela ocuparia na fundação da
ciência moderna.
18. CIÊNCIA, MISTICISMO E MAGIA
• Nicolau de Cusa escreveu que “os
elementos foram [...] constituídos por Deus
segundo uma ordem admirável; ele criou
todas as coisas com número, peso e
medida”.
• Nicolau Copérnico afirmava que o Universo
é inteiramente composto de números e
que seu tratado heliocêntrico poderia ser
compreendido apenas pelos matemáticos.
19. CIÊNCIA, MISTICISMO E MAGIA
• HERMETISMOS
• Doutrina baseada no Corpus hermeticum,
texto egípcio, sobre magia que teria sido
escrito por Hermes Trismegisto, muitos anos
antes.
• Redescoberto pelos renascentistas, Hermes
foi traduzido pelo italiano Marsilio Ficino,
tradutor de Platão, clérigo e médico, função
esta que exercia aliada à magia, com
encantamentos musicais, uso de talismã e
simpatias.
20. CIÊNCIA, MISTICISMO E MAGIA
• Oskar Adler diz que o termo “ciência oculta”
relaciona-se ao fato de que a fonte
cognoscitiva de que provém tal saber se
encontra no mistério da “interioridade” do
próprio ser humano.
• A inquisição acendeu muitas fogueiras
contra os pensadores magos renascentistas,
mas o intenso debate entre o pensamento
mágico e o cristão lançou bases importantes
para a ciência nascente.
21. CIÊNCIA, MISTICISMO E MAGIA
• A possibilidade de operar sobre a
natureza implica entendê-la,
reproduzi-la e controla-la.
22. GIORDANO BRUNO
Não se requer do
filósofo natural
que busque todas
as causas e
princípios, mas só
as físicas, e
destas as
principais e
próprias.
23. GIORDANO BRUNO
• Nasceu em Nola, na Itália, em 1548.
• Ordenou-se padre pela ordem dos dominicanos,
mas foi acusado de heresia por suas ideias
rebeldes.
• Viajou por vários países europeus durante muitos
anos, fugindo de seus perseguidores, e voltou para
a Itália em 1591.
• No ano seguinte, foi denunciado à Inquisição por
um aluno seu.
• Permaneceu encarcerado durante sete anos, ao
fim dos quais recebeu a sentença de morte.
24. GIORDANO BRUNO
• No dia 17 de fevereiro de 1600, foi
queimado vivo, condenado pelo Santo
Ofício, tornando-se para muitos o principal
mártir da ciência moderna por sua defesa
ferrenha de Copérnico e do heliocentrismo.
• Sua filosofia caracterizou-se
fundamentalmente por seu
antiaristotelismo e sua cosmologia animista
e panteísta.
25. GIORDANO BRUNO
• Para ele o mundo não poderia ser como
Aristóteles afirmava, finito, hierarquizado,
estático, tendo como única fonte de movimento
o primeiro motor, um Deus transcendente.
• De acordo com a cosmologia de Bruno, o mundo
seria infinito e ilimitado, a Terra não ficaria no
centro do Universo e não apenas existiriam
vários mundos como também eles seriam
habitados.
• Ele concebia o Universo de maneira semelhante
a Heráclito de Éfeso: em constante movimento.
26. GIORDANO BRUNO
• Nada seria imóvel.
• Esse movimento não seria decorrente do
entrechoque dos corpos, e sim da própria
natureza das coisas.
• Para Bruno, cada coisa no Universo conteria
em si mesma um princípio anímico (do latim
anima, “sopro vital”), como o dos seres
vivos, que faria com que ela se movesse, se
transformasse.
27. GIORDANO BRUNO
• Não haveria divisão entre alma e matéria,
nem duas substâncias, a material e a
espiritual: tudo teria uma única essência
material provida de animação espiritual.
• A esse animismo da filosofia bruniana aliase um panteísmo (do grego pan, “tudo”, e
théos, “deus”): não havia apenas um
princípio anímico, mas a própria divindade
estaria presente em tudo.
28. GIORDANO BRUNO
• Ele defendeu um Deus
imanente.
• Deus não teria criado o mundo
separado de si; Ele faria parte,
na verdade, do próprio mundo.
29. FRANCIS BACON
• Nasceu em Londres.
• Pertencia a uma família de nobres.
• Desde menino, foi educado para
ingressar na carreira política e projetarse nos cargos públicos.
• É considerado um dos fundadores do
método indutivo de investigação
científica.
• Atribui-se a ele a criação do lema “saber
é poder”.
30. Teoria dos ídolos
• A ciência deveria valorizar a
pesquisa experimental, tendo em
vista proporcionar resultados
objetivos para o homem.
• Mas era necessário que os cientistas
se libertassem daquilo que
denominava ÍDOLOS, i. é.,falsas
noções, preconceitos e maus
hábitos mentais.
31. O método experimental contra
os ídolos
• Em sua obra Novum Organum,
destaca 4 gêneros de ídolos que
bloqueiam a mente humana e
prejudicam a ciência:
• Ídolos da Tribo
• Ídolos da Caverna
• Ídolos do Mercado ou do Foro
• Ídolos do Teatro.
32. O método experimental contra
os ídolos
• Ídolos da Tribo
• As falsas noções provenientes
das próprias limitações da
natureza da espécie humana.
• Ídolos da Caverna
• As falsas noções do ser humano
como indivíduo.
33. O método experimental contra
os ídolos
• Ídolos do Mercado ou do Foro
• As falsas noções provenientes da
linguagem e da comunicação.
• Ídolos do Teatro
• As falsas noções provenientes das
concepções filosóficas, científicas
e culturais vigentes.
34. Método indutivo de
investigação
Para combater os erros provocados pelos
ídolos, propôs o método indutivo de
investigação, baseado na observação
rigorosa dos fenômenos naturais, que
cumpriria as seguintes etapas:
•Observação;
•Organização racional;
•Explicações gerais (hipóteses);
•Experimentações.
35. Método indutivo de
investigação
A teoria da indução de Bacon,
ao propor uma ampliação do
conhecimento, é um marco na
história da filosofia e da
ciência, tendo orientado
muitos pensadores e cientistas
dos séculos seguintes.
36. REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
• COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia: história e
grandes temas. 16 ed. reform. e ampl. São Paulo:
Saraiva, 2006.
• CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. 4. ed. São Paulo:
Ática, 2011.