Contenu connexe Similaire à Labirinto (20) Labirinto2. Em princípio...
Labirinto
Vidas Atravessadas
Uma Outra Transa
Olhos Na Cidade
Do Meu Querer
O Homem Escondido
Colorido Ofuscado
Desejo Natural
3. Paulo Maia © 1998 Todos os Direitos Reservados
Em princípio...
Por vezes o que torna a vida incansável é a espera
na angústia e na vontade pelo excepcional
4. Labirinto
Senti saudades lá de fora
queria ir, levar-me embora
aqui não há mais tempo e hora
eu tenho a solidão agora
Paulo Maia © 1998 Todos os Direitos Reservados
Neste labirinto de corredores tortos
Circular em falso e errado
ganhar espaço rindo à toa
Não finjo estar apaixonado
Escolho o tempo e não me encaixo
Neste labirinto de altos muros fortes
Então havia só o silêncio
um alento no calor e dor
um nevoeiro muito denso
eu cego sigo navegador
Neste labirinto fechado na saída
Neste labirinto à sombra de um telhado
5. Vidas Atravessadas
Sorriso que me vem entre o sol e a lua
no mesmo caminho pela mesma rua
sempre a chuva a me refrescar
Paulo Maia © 1998 Todos os Direitos Reservados
Beijo solitário num momento escondido
vidas atravessadas num trevo perdido
quase sem o tempo a se entregar
Como vem, e é só
tamanha a vontade de brincar com você
Não tem, e é só
um mundo esperando pela nossa espera
Suspiros ofegantes em abraços roubados
pernas em cambaleio num tremor sufocado
o que se sente vem arrebatar
Como vem, e é assim
a sedução em jogo com o acaso
Vem, e é assim
teu sorriso sempre aceso para mim
6. Uma Outra Transa
Sente-se um pouco aqui, verá não tem mal nenhum
Prazer que se encontra assim, esconde-se todo nú
Não repare, há sempre bagunça à solta
Paulo Maia © 1998 Todos os Direitos Reservados
à vontade, respire com a alma pronta
Responda a tudo sempre, bem forte e lentamente
não deixe fugir e aguente, é o corpo que grita e sente
É natural, a beleza de ser normal
Experimente, a dor que está sempre ausente
Recobrar todos os sentidos, sentir tesão novamente
olhar com desejo livre, rolar o corpo suavemente
Afinal, estamos sem final
Sem motivos, prá pensarmos em destino
Vamos gozar a vida como vivemos
Mergulhar no mundo onde nos veremos
7. Olhos Na Cidade
Com olhos na cidade, no asfalto acendo as luzes
em carros automóveis, em trevos ou viadutos
Abusos em perigo, calçadas e degetos
Paulo Maia © 1998 Todos os Direitos Reservados
entre becos e botecos, estamos sem saída
Acordando um pouco mal, sem notícias do real
Acordo assustado, em faixa de pedestre
faróis quadriculados, é signo que se obedece
Um igual bem ao meu lado, emite a sua agonia
sem ar-condicionado, repete o dia a dia
Um estrondo, um temporal, uma tragédia semanal
Olhos na cidade
Com os olhos na cidade
8. Do Meu Querer
E assim ela fez mistérios
e negou seu coração
com mais um sopro de lamento
me aproximei da solidão
Paulo Maia © 1998 Todos os Direitos Reservados
Do meu querer só tenho o sonho
de apostar melhor em mim
de acreditar que há lá fora
um mundo que não tem fim
E assim ela fez encantos
tornou-se minha oração
como uma forte expressão de amor
fez surgir uma canção
Do meu querer só a memória
vive em meu mundo perdido
de acreditar que não há na história
desejos proibidos
9. O Homem Escondido
Água nos olhos
os dedos dormentes
na boca palavras
mastigam os dentes
Paulo Maia © 1998 Todos os Direitos Reservados
Cabelos compridos
o rosto escondido
a pedra cintilante
bem perto do ouvido
O peito descoberto
abaixo um umbigo
as pernas apresentam
joelhos tremidos
O colo que esquenta
um tatoo descolorido
e o corpo apresenta
o homem escondido
O homem escondido
10. Colorido Ofuscado
Fizemos tudo certo e nada funcionou
estávamos bem perto. Em pó desmoronou
O mundo descoberto. Um sonho acordou
Paulo Maia © 1998 Todos os Direitos Reservados
Uma estrada no deserto. A janela para o céu
O fogo do inferno aquece o meu
A história vem sem pressa e atraí poderes naturais
O mundo que nos desperta, acrescenta-nos plurais
Um colorido ofuscado vem às vezes merecer
Um retoque rebuscado, asas para poder voar
O frio do inverno congela o meu
11. Desejo Natural
Estou com muita pressa
de te ver um pouco mais
A história que começa
promete bons finais
Paulo Maia © 1998 Todos os Direitos Reservados
Teus olhos coloridos
envia-me sinais
Mas esse precipício
machuca-nos demais
Somente quero ter
toda a sua cor
poder lhe aquecer
com todo o meu amor
Trazer você comigo
neste vendaval
não ser só seu amigo
mas teu desejo natural
12. Labirinto
Todas as letras são de autoria de Paulo Maia.
São Paulo, setembro e outubro 1998.
Paulo Maia © 1998 Todos os Direitos Reservados