SlideShare une entreprise Scribd logo
1  sur  17
Freud e o
Desenvolvimento
Psicossexual
Módulo 2 -Psicologia
Sexualidade e Desenvolvimento
Para Freud, o desenvolvimento humano e a constituição do aparelho
psíquico são explicados pela evolução da psicossexualidade.
A sexualidade está integrada no nosso desenvolvimento desde o nascimento,
evoluindo através de estádios, com predomínio de uma zona erógena, isto é, de
uma região do corpo (epiderme ou mucosa) que, quando estimulada, dá prazer.

Cada estádio é marcado pelo confronto entre as pulsões sexuais
(Libido, que em Latim significa desejo, sexualidade) e as forças
que se lhe opõem.
A Psicanálise foi a primeira
corrente de psicologia a
atribuir aos primeiros anos
de vida uma importância
fulcral na estruturação da
personalidade. Dizer que a
criança é o pai do Homem
ilustra a importância da
infância.

Um dos conceitos mais
importantes
da
teoria
psicanalítica é a existência da
Sexualidade Infantil.
Esta sexualidade envolve todo
o corpo, é pré-genital e não
apenas genital e é, nos
primeiros anos, autoerótica,
isto é, a criança satisfaz-se
com o seu próprio corpo.
Estádios de Desenvolvimento

Freud apresenta uma teoria de desenvolvimento da personalidade que segundo
ele se processa numa sequência de estádios psicossexuais que decorrem desde
o nascimento até à adolescência.

 Estádio Oral – do nascimento aos 12/18 meses
 Estádio Anal – dos 12/18 meses aos 2/3 anos
 Estádio Fálico – dos 2/3 anos aos 5/6 anos
 Estádio de Latência – dos 5/6 anos até à puberdade
 Estádio Genital – a partir da puberdade
ESTÁDIO ORAL - zona erógena: cavidade bucal e
lábios
(0 – 12/18 meses)

 Este
estádio
decorre
do
nascimento até cerca dos 12/18
meses.
 A zona erógena é a boca e
lábios: o bebé obtém prazer ao
mamar, ao levar objetos à boca,
bem
como
através
de
estimulações corporais.
 A alimentação é fonte de grande
satisfação, assumindo grande
impor­tância a relação com a
mãe.

 O desmame corresponde a
um dos primeiros conflitos
e frustrações vividos pela
criança que a vai situar em
relação à realidade do
mundo.
 É neste estádio que o ego
se forma
Enquanto o id é orientado pelo princípio do prazer, ego
rege-se pelo princípio da realidade, que corresponde às
normas e às exigências da vida em sociedade.
ESTÁDIO ANAL
(12/18 MESES - 2/3 ANOS)
 Este estádio decorre dos
12/18 meses aos 2/3 anos e
a zona erógena é a regai
anal.
 A criança obtém prazer
pela estimulação do ânus
ao reter e expulsar as
fezes.
 O controlo da defecação
gera,
simultaneamente,
sentimentos de prazer e de
dor.

É nesta fase que se faz a
educação para a higiene,
relativamente à qual criança ou
cede
ou
se
opõe
ao
cumprimento das regras. A
ambivalência assim, presente
nas interações que estabelece
com a mãe ou outros
cuidadores
Ambivalência - vivência de desejos ou emoções opostos.

A ambivalência está também presente na forma como a
criança hesita entre ceder ou opor-se às regras de higiene
que a mãe exige. As relações interpessoais – com a mãe e
com as outras pessoas – vão estabelecer-se neste contexto,
daí a importância dada à forma como se educa a criança a
ser asseada.
ESTÁDIO FÁLICO
(2/3 ANOS – 5/6 ANOS)
 Este estádio decorre dos 2/3 aos
5/6 anos.
 A zona erógena é a região
genital: órgãos sexuais são
estimulados pela criança, que
assim obtém prazer.
A
curiosidade
sobre
as
diferenças sexuais é grande
nesta fase.

• As crianças estão interessadas em
questões do género: Como
nascem os bebés;
• Estão atentas às diferenças
anatómicas entre os sexos, às
relações entre os pais e às
relações
entre
homens
e
mulheres;
• têm brincadeiras onde explorar
estes interesses, como brincar aos
médicos e aos pais e ás
mães( alguns comportamentos
exibicionistas e “voyeuristas”
[espreitar] podem surgir nesta
idade.)
Freud deu particular importância a este estádio por ser
durante este período que as crianças vão vivenciar o
Complexo de Édipo
(Édipo, na mitologia grega, sem ter consciência, mata o pai,
Laios, e casa com a mãe, Jocasta),
e por ser no fim desta etapa que a estrutura da personalidade
está formada com a existência do superego.
O complexo de Édipo

Corresponde à atração que
o rapaz tem pela mãe, a
quem ele esteve sempre
ligado desde que nasceu, e
que agora é diferentemente
sentida.
A sexualidade, que era até
esta idade exclusivamente
autoerótica, vai agora ser
investida nos pais.

Ele pode assim falar do
desejo de casar com a mãe,
mas, ao descobrir o tipo de
relação que liga os seus
progenitores, sente rivalidade
(por vezes com expressões
de agressividade) com o pai,
que considera um intruso.
O complexo de Édipo, na rapariga, é uma triangulação
relacional idêntica.
Complexo de Electra
( na mitologia grega , Electra, filha de Agamémnon, instigou o
irmão a matar a mãe para se vingar por esta ter morto o pai)

Uma importante diferença é que a rapariga esteve desde sempre
muito ligada à mãe e, nesta idade , vai investir e seduzir o pai. É
mais difícil rivalizar com a mãe porque receia perder o seu amor.
O complexo edipiano da
rapariga e do rapaz é
atravessado por vivências tais
como:
receios,
angústias,
o
medo
fantasiado
da
castração,
agressividade e culpabilidade.

Alguns destes complexos passamse de forma invertida, isto é, a
criança investe sensualmente no
progenitor do mesmo sexo.
O complexo de Édipo é
ultrapassado pela renúncia aos
desejos sexuais pelos pais e por um
processo de identificação com o
progenitor do mesmo sexo.
Freud considera que a forma
como se resolve o complexo
edipiano influenciará a vida
afetiva futura.
A terceira instância do
aparelho psíquico, o superego,
vai agora ser constituída.
O superego é uma instância
com funções morais.

Estes não são os pais
reais, mas os
imaginários, isto é, os
idealizados na infância.
ESTÁDIO DE LATÊNCIA
(5/6 ANOS – PUBERDADE)
 Este período é caracterizado
por uma atenuação da
atividade sexual.
 Seria neste estádio que
ocorre a amnésia infantil: a
criança
reprime
no
inconsciente experiências e
sensações
vivida
nos
primeiros anos, sobretudo
no estádio fálico.

 A criança investe a sua energia
nas
atividades
escolares,
ganhando especial importância
as relações que estabelece com
os colegas e com os professores.
 Uma das grandes aprendizagens
é a compreensão dos papéis
sexuais, isto é, o que é ser
mulher e ser homem, na
sociedade em que vive.
ESTÁDIO GENITAL (depois da puberdade)


Para a psicanálise, a
adolescência vai reativar uma
sexualidade que esteve como
que adormecida durante o
período da latência.
 Assim, retomam-se algumas
problemáticas do estádio
fálico, como o complexo de
Édipo.

 A puberdade traz novas
pulsões sexuais genitais.
 Também
o
mundo
relacional do adolescente é
alargado
a
pessoas
exteriores à família.
O adolescente vai reviver o complexo de Édipo, e a sua
liquidação está ligada a um processo de autonomização dos
adolescentes em relação à família.
O adolescente poderá, assim, fazer escolhas sexuais fora do mundo
familiar, bem como adaptar-se a um conjunto de exigências
socioculturais.

Contenu connexe

Tendances

Erikson e o desenvolvimento psicossocial
Erikson e o desenvolvimento psicossocialErikson e o desenvolvimento psicossocial
Erikson e o desenvolvimento psicossocial
psicologiaazambuja
 
Freud - O desenvolvimento sexual infantil
Freud - O desenvolvimento sexual infantilFreud - O desenvolvimento sexual infantil
Freud - O desenvolvimento sexual infantil
Anaí Peña
 
Freud e o Desenvolvimento Psicossexual
Freud e o Desenvolvimento PsicossexualFreud e o Desenvolvimento Psicossexual
Freud e o Desenvolvimento Psicossexual
Jorge Barbosa
 
Desenvolvimento psicossexual segundo freud
Desenvolvimento psicossexual segundo freudDesenvolvimento psicossexual segundo freud
Desenvolvimento psicossexual segundo freud
UNESC
 
Freud e a Psicanálise
Freud e a PsicanáliseFreud e a Psicanálise
Freud e a Psicanálise
Paulo Gomes
 
HENRI WALLON
HENRI WALLONHENRI WALLON
HENRI WALLON
LIMA, Alan Lucas de
 
Emoções, Sentimentos e Afectos
Emoções, Sentimentos e AfectosEmoções, Sentimentos e Afectos
Emoções, Sentimentos e Afectos
guested634f
 

Tendances (20)

Erikson e o desenvolvimento psicossocial
Erikson e o desenvolvimento psicossocialErikson e o desenvolvimento psicossocial
Erikson e o desenvolvimento psicossocial
 
Freud - O desenvolvimento sexual infantil
Freud - O desenvolvimento sexual infantilFreud - O desenvolvimento sexual infantil
Freud - O desenvolvimento sexual infantil
 
Personalidade
PersonalidadePersonalidade
Personalidade
 
Psicanálise - Estudo da Teoria de Sigmund Freud
Psicanálise - Estudo da Teoria de Sigmund FreudPsicanálise - Estudo da Teoria de Sigmund Freud
Psicanálise - Estudo da Teoria de Sigmund Freud
 
Freud e o Desenvolvimento Psicossexual
Freud e o Desenvolvimento PsicossexualFreud e o Desenvolvimento Psicossexual
Freud e o Desenvolvimento Psicossexual
 
Psicologia do desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimentoPsicologia do desenvolvimento
Psicologia do desenvolvimento
 
Desenvolvimento psicossexual segundo freud
Desenvolvimento psicossexual segundo freudDesenvolvimento psicossexual segundo freud
Desenvolvimento psicossexual segundo freud
 
Freud e a Psicanálise
Freud e a PsicanáliseFreud e a Psicanálise
Freud e a Psicanálise
 
PERSONALIDADE
PERSONALIDADEPERSONALIDADE
PERSONALIDADE
 
Freud apresentação
Freud apresentaçãoFreud apresentação
Freud apresentação
 
Teoria PsicanalíTica
Teoria PsicanalíTicaTeoria PsicanalíTica
Teoria PsicanalíTica
 
FREUD E O DESENVOLVIMENTO DA PSICANÁLISE
FREUD E O DESENVOLVIMENTO DA PSICANÁLISEFREUD E O DESENVOLVIMENTO DA PSICANÁLISE
FREUD E O DESENVOLVIMENTO DA PSICANÁLISE
 
Desenvolvimento adolescência
Desenvolvimento adolescênciaDesenvolvimento adolescência
Desenvolvimento adolescência
 
HENRI WALLON
HENRI WALLONHENRI WALLON
HENRI WALLON
 
Psicanálise
PsicanálisePsicanálise
Psicanálise
 
Emoções, Sentimentos e Afectos
Emoções, Sentimentos e AfectosEmoções, Sentimentos e Afectos
Emoções, Sentimentos e Afectos
 
Psicologia social
Psicologia socialPsicologia social
Psicologia social
 
Freud
FreudFreud
Freud
 
História da psicologia
História da psicologiaHistória da psicologia
História da psicologia
 
Sensação e Percepção
Sensação e PercepçãoSensação e Percepção
Sensação e Percepção
 

En vedette

Definições de jogo
Definições de jogoDefinições de jogo
Definições de jogo
nutedOA
 
Cópia de 30 dinâmicas para grupos de jovens cristão
Cópia de 30 dinâmicas para grupos de jovens cristãoCópia de 30 dinâmicas para grupos de jovens cristão
Cópia de 30 dinâmicas para grupos de jovens cristão
lubrand
 

En vedette (20)

Manual de jogos 2014
Manual de jogos 2014Manual de jogos 2014
Manual de jogos 2014
 
Coletânea de dinâmicas de grupos
Coletânea de dinâmicas de gruposColetânea de dinâmicas de grupos
Coletânea de dinâmicas de grupos
 
Ppt iefp ufcd 3536
Ppt iefp ufcd 3536Ppt iefp ufcd 3536
Ppt iefp ufcd 3536
 
Factores que afectam o desenvolvimento da criança
Factores que afectam o desenvolvimento da criançaFactores que afectam o desenvolvimento da criança
Factores que afectam o desenvolvimento da criança
 
Palestra Sexualidade
Palestra SexualidadePalestra Sexualidade
Palestra Sexualidade
 
Colecao de-dinamicas-de-grupos
Colecao de-dinamicas-de-gruposColecao de-dinamicas-de-grupos
Colecao de-dinamicas-de-grupos
 
1. a teoria psicanalítica de freud
1. a teoria psicanalítica de freud1. a teoria psicanalítica de freud
1. a teoria psicanalítica de freud
 
Dinâmicas de grupos.
Dinâmicas de grupos.Dinâmicas de grupos.
Dinâmicas de grupos.
 
Mochila da camila
Mochila da camilaMochila da camila
Mochila da camila
 
UMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEM
UMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEMUMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEM
UMA CONSCIÊNCIA SÓCIO-HISTÓRICA CONSTITUÍDA PELA LINGUAGEM
 
Sexualidade na adolescência
Sexualidade na adolescência Sexualidade na adolescência
Sexualidade na adolescência
 
Diagramadinamica
DiagramadinamicaDiagramadinamica
Diagramadinamica
 
Definições de jogo
Definições de jogoDefinições de jogo
Definições de jogo
 
TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORA
TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORA TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORA
TEORIA DE DESENVOLVIMENTO MORA
 
Oficina dinamica de grupo
Oficina dinamica de grupoOficina dinamica de grupo
Oficina dinamica de grupo
 
Desenvolvimento infantil piaget-vygtsky-maturama-wallon
Desenvolvimento infantil piaget-vygtsky-maturama-wallonDesenvolvimento infantil piaget-vygtsky-maturama-wallon
Desenvolvimento infantil piaget-vygtsky-maturama-wallon
 
Freud. psicanálise.parte.i ippt
Freud. psicanálise.parte.i ipptFreud. psicanálise.parte.i ippt
Freud. psicanálise.parte.i ippt
 
Cópia de 30 dinâmicas para grupos de jovens cristão
Cópia de 30 dinâmicas para grupos de jovens cristãoCópia de 30 dinâmicas para grupos de jovens cristão
Cópia de 30 dinâmicas para grupos de jovens cristão
 
Teoria e técnica de dinâmica de grupo
Teoria e técnica de dinâmica de grupoTeoria e técnica de dinâmica de grupo
Teoria e técnica de dinâmica de grupo
 
1. DinâMica De Grupo
1. DinâMica De Grupo1. DinâMica De Grupo
1. DinâMica De Grupo
 

Similaire à Freudeodesenvolvimento

1203276436 freud
1203276436 freud1203276436 freud
1203276436 freud
catia
 
Desenvolvimento psicosocial
Desenvolvimento psicosocialDesenvolvimento psicosocial
Desenvolvimento psicosocial
Lu1zFern4nando
 
Sexualidade na adolescência
Sexualidade na adolescênciaSexualidade na adolescência
Sexualidade na adolescência
Camila Oliveira
 
Aula03 contribuição da-psicanálise_à_educação-01-09-2014
Aula03 contribuição da-psicanálise_à_educação-01-09-2014Aula03 contribuição da-psicanálise_à_educação-01-09-2014
Aula03 contribuição da-psicanálise_à_educação-01-09-2014
Elisa Maria Gomide
 

Similaire à Freudeodesenvolvimento (20)

1203276436 freud
1203276436 freud1203276436 freud
1203276436 freud
 
Desenvolvimento psicosocial
Desenvolvimento psicosocialDesenvolvimento psicosocial
Desenvolvimento psicosocial
 
Sexualidade na adolescência
Sexualidade na adolescênciaSexualidade na adolescência
Sexualidade na adolescência
 
AULA+DESENVOLVIMENTO+PSICOSSEXUAL+FREUD.ppt
AULA+DESENVOLVIMENTO+PSICOSSEXUAL+FREUD.pptAULA+DESENVOLVIMENTO+PSICOSSEXUAL+FREUD.ppt
AULA+DESENVOLVIMENTO+PSICOSSEXUAL+FREUD.ppt
 
Desenvolvimento sexual
Desenvolvimento sexualDesenvolvimento sexual
Desenvolvimento sexual
 
AULA DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL FREUD.ppt
AULA DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL FREUD.pptAULA DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL FREUD.ppt
AULA DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL FREUD.ppt
 
Sexualidade
SexualidadeSexualidade
Sexualidade
 
Sexualidade na adolescência
Sexualidade na adolescênciaSexualidade na adolescência
Sexualidade na adolescência
 
Sexualidade powerpoint
Sexualidade  powerpointSexualidade  powerpoint
Sexualidade powerpoint
 
Diário de leitura a descoberta da sexualidade infantil 08.12.15
Diário de leitura a descoberta da sexualidade infantil 08.12.15Diário de leitura a descoberta da sexualidade infantil 08.12.15
Diário de leitura a descoberta da sexualidade infantil 08.12.15
 
Fases do desenvolvimento março 2013 urca
Fases do desenvolvimento março 2013 urcaFases do desenvolvimento março 2013 urca
Fases do desenvolvimento março 2013 urca
 
Fases do desenvolvimento de acordo com a Teoria de Freud
Fases do desenvolvimento  de acordo com a Teoria de FreudFases do desenvolvimento  de acordo com a Teoria de Freud
Fases do desenvolvimento de acordo com a Teoria de Freud
 
Educaçao sexual
Educaçao sexualEducaçao sexual
Educaçao sexual
 
Aula03 contribuição da-psicanálise_à_educação-01-09-2014
Aula03 contribuição da-psicanálise_à_educação-01-09-2014Aula03 contribuição da-psicanálise_à_educação-01-09-2014
Aula03 contribuição da-psicanálise_à_educação-01-09-2014
 
Psicologia Do Desenvolvimento
Psicologia Do DesenvolvimentoPsicologia Do Desenvolvimento
Psicologia Do Desenvolvimento
 
Relações precoces
Relações precocesRelações precoces
Relações precoces
 
Freud aprendizagem desenvolvimento e fases
Freud aprendizagem desenvolvimento e fasesFreud aprendizagem desenvolvimento e fases
Freud aprendizagem desenvolvimento e fases
 
A TEORIA PSICANÁLITICA DE SIGMUND FREUD
A TEORIA PSICANÁLITICA DE SIGMUND FREUDA TEORIA PSICANÁLITICA DE SIGMUND FREUD
A TEORIA PSICANÁLITICA DE SIGMUND FREUD
 
Aula de Sexualidade
Aula de Sexualidade Aula de Sexualidade
Aula de Sexualidade
 
Minha Apresentação psicanálise slide.ppt
Minha Apresentação psicanálise slide.pptMinha Apresentação psicanálise slide.ppt
Minha Apresentação psicanálise slide.ppt
 

Plus de António Moreira (20)

5_Dierenças_em_funcao_do_genero.ppt
5_Dierenças_em_funcao_do_genero.ppt5_Dierenças_em_funcao_do_genero.ppt
5_Dierenças_em_funcao_do_genero.ppt
 
1_ser_diferente.ppt
1_ser_diferente.ppt1_ser_diferente.ppt
1_ser_diferente.ppt
 
2_ a inevitabilidade das diferenças.ppt
2_ a inevitabilidade das diferenças.ppt2_ a inevitabilidade das diferenças.ppt
2_ a inevitabilidade das diferenças.ppt
 
1_ser_diferente.ppt
1_ser_diferente.ppt1_ser_diferente.ppt
1_ser_diferente.ppt
 
1_introducao_ao_estudo_da_psicologia _ descobrindo a psicologia.pptx
1_introducao_ao_estudo_da_psicologia _ descobrindo a psicologia.pptx1_introducao_ao_estudo_da_psicologia _ descobrindo a psicologia.pptx
1_introducao_ao_estudo_da_psicologia _ descobrindo a psicologia.pptx
 
Tf03991830 win32
Tf03991830 win32Tf03991830 win32
Tf03991830 win32
 
Inteligencias multiplas
Inteligencias multiplasInteligencias multiplas
Inteligencias multiplas
 
Inteligencia emocional
Inteligencia emocionalInteligencia emocional
Inteligencia emocional
 
Mente asemcoes
Mente asemcoesMente asemcoes
Mente asemcoes
 
Emocoes
EmocoesEmocoes
Emocoes
 
Escolamod3
Escolamod3Escolamod3
Escolamod3
 
Amotivao
AmotivaoAmotivao
Amotivao
 
Motivação
MotivaçãoMotivação
Motivação
 
Emocoes
EmocoesEmocoes
Emocoes
 
Ainstituiofamiliar
AinstituiofamiliarAinstituiofamiliar
Ainstituiofamiliar
 
A familia-sociologia-power-point
A familia-sociologia-power-pointA familia-sociologia-power-point
A familia-sociologia-power-point
 
Donaldsupereodesenvolvimentoprofissional
DonaldsupereodesenvolvimentoprofissionalDonaldsupereodesenvolvimentoprofissional
Donaldsupereodesenvolvimentoprofissional
 
Eriksoneodesenvolvimentopsicossocial
EriksoneodesenvolvimentopsicossocialEriksoneodesenvolvimentopsicossocial
Eriksoneodesenvolvimentopsicossocial
 
Life spanpiaget
Life spanpiagetLife spanpiaget
Life spanpiaget
 
Cultura
CulturaCultura
Cultura
 

Dernier

Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
rfmbrandao
 
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
azulassessoria9
 

Dernier (20)

Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)Quiz | Dia da Europa 2024  (comemoração)
Quiz | Dia da Europa 2024 (comemoração)
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
Falando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introdFalando de Física Quântica apresentação introd
Falando de Física Quântica apresentação introd
 
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
O desenvolvimento é um conceito mais amplo, pode ter um contexto biológico ou...
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptxEducação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
Educação Financeira - Cartão de crédito665933.pptx
 
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
 
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
Sopa de letras | Dia da Europa 2024 (nível 1)
 
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LP
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LPQuestões de Língua Portuguesa - gincana da LP
Questões de Língua Portuguesa - gincana da LP
 
Slides Lição 06, Central Gospel, O Anticristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 06, Central Gospel, O Anticristo, 1Tr24.pptxSlides Lição 06, Central Gospel, O Anticristo, 1Tr24.pptx
Slides Lição 06, Central Gospel, O Anticristo, 1Tr24.pptx
 
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturasSistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
 
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
ATIVIDADE 2 - DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM MOTORA - 52_2024
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
tensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptx
tensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptxtensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptx
tensoes-etnicas-na-europa-template-1.pptx
 
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
AULÃO de Língua Portuguesa para o Saepe 2022
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
Historia de Portugal - Quarto Ano - 2024
 

Freudeodesenvolvimento

  • 2. Sexualidade e Desenvolvimento Para Freud, o desenvolvimento humano e a constituição do aparelho psíquico são explicados pela evolução da psicossexualidade. A sexualidade está integrada no nosso desenvolvimento desde o nascimento, evoluindo através de estádios, com predomínio de uma zona erógena, isto é, de uma região do corpo (epiderme ou mucosa) que, quando estimulada, dá prazer. Cada estádio é marcado pelo confronto entre as pulsões sexuais (Libido, que em Latim significa desejo, sexualidade) e as forças que se lhe opõem.
  • 3. A Psicanálise foi a primeira corrente de psicologia a atribuir aos primeiros anos de vida uma importância fulcral na estruturação da personalidade. Dizer que a criança é o pai do Homem ilustra a importância da infância. Um dos conceitos mais importantes da teoria psicanalítica é a existência da Sexualidade Infantil. Esta sexualidade envolve todo o corpo, é pré-genital e não apenas genital e é, nos primeiros anos, autoerótica, isto é, a criança satisfaz-se com o seu próprio corpo.
  • 4. Estádios de Desenvolvimento Freud apresenta uma teoria de desenvolvimento da personalidade que segundo ele se processa numa sequência de estádios psicossexuais que decorrem desde o nascimento até à adolescência.  Estádio Oral – do nascimento aos 12/18 meses  Estádio Anal – dos 12/18 meses aos 2/3 anos  Estádio Fálico – dos 2/3 anos aos 5/6 anos  Estádio de Latência – dos 5/6 anos até à puberdade  Estádio Genital – a partir da puberdade
  • 5. ESTÁDIO ORAL - zona erógena: cavidade bucal e lábios (0 – 12/18 meses)  Este estádio decorre do nascimento até cerca dos 12/18 meses.  A zona erógena é a boca e lábios: o bebé obtém prazer ao mamar, ao levar objetos à boca, bem como através de estimulações corporais.  A alimentação é fonte de grande satisfação, assumindo grande impor­tância a relação com a mãe.  O desmame corresponde a um dos primeiros conflitos e frustrações vividos pela criança que a vai situar em relação à realidade do mundo.  É neste estádio que o ego se forma
  • 6. Enquanto o id é orientado pelo princípio do prazer, ego rege-se pelo princípio da realidade, que corresponde às normas e às exigências da vida em sociedade.
  • 7. ESTÁDIO ANAL (12/18 MESES - 2/3 ANOS)  Este estádio decorre dos 12/18 meses aos 2/3 anos e a zona erógena é a regai anal.  A criança obtém prazer pela estimulação do ânus ao reter e expulsar as fezes.  O controlo da defecação gera, simultaneamente, sentimentos de prazer e de dor. É nesta fase que se faz a educação para a higiene, relativamente à qual criança ou cede ou se opõe ao cumprimento das regras. A ambivalência assim, presente nas interações que estabelece com a mãe ou outros cuidadores
  • 8. Ambivalência - vivência de desejos ou emoções opostos. A ambivalência está também presente na forma como a criança hesita entre ceder ou opor-se às regras de higiene que a mãe exige. As relações interpessoais – com a mãe e com as outras pessoas – vão estabelecer-se neste contexto, daí a importância dada à forma como se educa a criança a ser asseada.
  • 9. ESTÁDIO FÁLICO (2/3 ANOS – 5/6 ANOS)  Este estádio decorre dos 2/3 aos 5/6 anos.  A zona erógena é a região genital: órgãos sexuais são estimulados pela criança, que assim obtém prazer. A curiosidade sobre as diferenças sexuais é grande nesta fase. • As crianças estão interessadas em questões do género: Como nascem os bebés; • Estão atentas às diferenças anatómicas entre os sexos, às relações entre os pais e às relações entre homens e mulheres; • têm brincadeiras onde explorar estes interesses, como brincar aos médicos e aos pais e ás mães( alguns comportamentos exibicionistas e “voyeuristas” [espreitar] podem surgir nesta idade.)
  • 10. Freud deu particular importância a este estádio por ser durante este período que as crianças vão vivenciar o Complexo de Édipo (Édipo, na mitologia grega, sem ter consciência, mata o pai, Laios, e casa com a mãe, Jocasta), e por ser no fim desta etapa que a estrutura da personalidade está formada com a existência do superego.
  • 11. O complexo de Édipo Corresponde à atração que o rapaz tem pela mãe, a quem ele esteve sempre ligado desde que nasceu, e que agora é diferentemente sentida. A sexualidade, que era até esta idade exclusivamente autoerótica, vai agora ser investida nos pais. Ele pode assim falar do desejo de casar com a mãe, mas, ao descobrir o tipo de relação que liga os seus progenitores, sente rivalidade (por vezes com expressões de agressividade) com o pai, que considera um intruso.
  • 12. O complexo de Édipo, na rapariga, é uma triangulação relacional idêntica. Complexo de Electra ( na mitologia grega , Electra, filha de Agamémnon, instigou o irmão a matar a mãe para se vingar por esta ter morto o pai) Uma importante diferença é que a rapariga esteve desde sempre muito ligada à mãe e, nesta idade , vai investir e seduzir o pai. É mais difícil rivalizar com a mãe porque receia perder o seu amor.
  • 13. O complexo edipiano da rapariga e do rapaz é atravessado por vivências tais como: receios, angústias, o medo fantasiado da castração, agressividade e culpabilidade. Alguns destes complexos passamse de forma invertida, isto é, a criança investe sensualmente no progenitor do mesmo sexo. O complexo de Édipo é ultrapassado pela renúncia aos desejos sexuais pelos pais e por um processo de identificação com o progenitor do mesmo sexo.
  • 14. Freud considera que a forma como se resolve o complexo edipiano influenciará a vida afetiva futura. A terceira instância do aparelho psíquico, o superego, vai agora ser constituída. O superego é uma instância com funções morais. Estes não são os pais reais, mas os imaginários, isto é, os idealizados na infância.
  • 15. ESTÁDIO DE LATÊNCIA (5/6 ANOS – PUBERDADE)  Este período é caracterizado por uma atenuação da atividade sexual.  Seria neste estádio que ocorre a amnésia infantil: a criança reprime no inconsciente experiências e sensações vivida nos primeiros anos, sobretudo no estádio fálico.  A criança investe a sua energia nas atividades escolares, ganhando especial importância as relações que estabelece com os colegas e com os professores.  Uma das grandes aprendizagens é a compreensão dos papéis sexuais, isto é, o que é ser mulher e ser homem, na sociedade em que vive.
  • 16. ESTÁDIO GENITAL (depois da puberdade)  Para a psicanálise, a adolescência vai reativar uma sexualidade que esteve como que adormecida durante o período da latência.  Assim, retomam-se algumas problemáticas do estádio fálico, como o complexo de Édipo.  A puberdade traz novas pulsões sexuais genitais.  Também o mundo relacional do adolescente é alargado a pessoas exteriores à família.
  • 17. O adolescente vai reviver o complexo de Édipo, e a sua liquidação está ligada a um processo de autonomização dos adolescentes em relação à família. O adolescente poderá, assim, fazer escolhas sexuais fora do mundo familiar, bem como adaptar-se a um conjunto de exigências socioculturais.