1. O documento discute as teorias da complexidade de Morin e da autopoiese de Maturana no contexto da aprendizagem em ambientes virtuais.
2. Propõe que tais ambientes considerem o aluno como um sistema autônomo e o processo de aprendizagem como complexo e baseado na comunicação.
3. Defende que as atividades didáticas sejam variadas, provocativas e interdisciplinares para ancorar visões menos mutiladoras e promover aprendizagens mais significativas.
1. MATURANA Árvore do conhecimento MORIN Teoria da complexidade A VIA DA COMPLEXIDADE
2.
3. - Mesmo no seio das teorias científicas há aspectos não científicos (sentido estrito): interesses, curiosidade, imaginação, subjetividade... - Crítica ao paradigma da simplificação : “ O paradigma da simplificação não permite pensar a unidade, a unitas multiplex , só permite ver unidades abstratas ou diversidades também abstratas, porque não coordenadas” ( ibid ., p. 31). - Anel epistemológico : “ O problema não está em que cada um perca a sua competência. Está em que a desenvolva o suficiente para a articular com outras competências que, ligadas em cadeia, formariam o anel completo e dinâmico, o anel do conhecimento do conhecimento” ( ibid ., p. 33) MORIN
4. MORIN Condições bioantropológicas do conhecimento: - O ser vivo é auto-eco-organizador , pois organiza-se por si mesmo, a partir da troca com o meio. - Ação como vínculo primeiro do conhecimento cerebral . - Conhecimento na complexidade : trabalha com redundâncias (repetições, regularidade, princípios de ordem) e ruídos (aleatoriedades, incertezas, princípios caóticos). - Teoria complexa da organização e as faces do conhecimento : “ Aqui é necessário compreender a noção de emergência em função de uma teoria complexa da organização: um todo emerge a partir de elementos constitutivos que interagem, e o todo organizador que se constitui retroage sobre as partes que o constituem. Esta retroação faz com que estas partes só possam funcionar graças ao todo” ( ibid ., p. 23).
5. MORIN As faces do conhecimento: PSÍQUICA (humanidade do conhecimento: atividades, idéias, linguagem e consciência) BIOLÓGICA (cérebro - órgão biológico) ORGANIZACIONAL (aparelho neurocerebral)
6. MORIN Como pensamos? Mediante... Atividades analíticas: disjunções, distinções e inferências (raciocínio indutivo: do particular para o geral). Atividades sintéticas: articulações, associações e deduções (raciocínio dedutivo: do geral para o particular). - Hipercomplexidade cerebral ( unitas multiplex ): * o cérebro lida com complementaridade e antagonismo entre o hemisfério esquerdo (abstração e análise) e direito (apreensão global e criatividade). * organização harmônica (predomínio de um sobre outros. Ex: imaginação, como predomínio da pulsão sobre a razão). * cérebro : reptilíneo (agressão), mamífero (afetividade) e neocórtex humano (inteligência lógica e conceptual).
17. MATURANA - Duplo papel da linguagem: * gerar regularidades próprias do acoplamento estrutural social (pólo da reprodução ), * construir a dinâmica recursiva do acoplamento socioestrutural (reflexividade, criatividade, pólo da reconstrução ). - Amor como elemento fundante do social : conhecemos o mundo com o outro. “ Biologicamente, sem amor, sem a aceitação do outro, não há fenômeno social” (1995, p. 264).
18. AÇÃO VIDA COGNIÇÃO MATURANA ASPECTOS COMPLEMENTARES DO FENÔMENO DA VIDA MENTE (matéria / estrutura) CÉREBRO (processo) CONHECIMETNO
19. MATURANA - Ontologia do observador : inexistência de um mundo objetivo, independente do observador (observador reconstrutivo). - Multiverso : há tantas realidades quantos forem os domínios explicativos - noções de responsabilidade e ética. “ ...nossas certezas não são provas de verdade [...] nosso ponto de vista é resultado de um acoplamento estrutural dentro de um domínio experiencial tão válido como o de nosso oponente, ainda que o dele nos pareça menos desejável” ( ibid ., p. 262).
20. TEORIA DA AUTOPOIESE - CONCEITOS-CHAVE: “ A palavra autopoiese surgiu à mente de MATURANA (1997), na tentativa de sintetizar, numa expressão, a dinâmica constitutiva da organização circular dos seres vivos e sua relação com o operar cognitivo” (OLIVEIRA, 2000, p. X). * sistema autopoiético : sofre mudanças estruturais contínuas, ao mesmo tempo em que conserva seu padrão de organização em teia. * organização : mantém-se graças às alterações das estruturas do ser. * estruturas : por serem cambiantes, na relação com o meio, garantem a manutenção da organização do ser. Mudam a partir das influências ambientais e como resultado da dinâmica interna do sistema. Tais mudanças são atos de cognição.
21. TEORIA DA AUTOPOIESE - CONCEITOS-CHAVE: * acoplamento estrutural : congruência entre organismo e meio, gerador das mudanças estruturais do ser. * determinismo estrutural : não é a realidade externa que se impõe ao sujeito. A realidade não é reproduzida, mas construída a partir de correlações internas ao ser. O que vem de fora pode desencadear a aprendizagem, mas não determiná-la. O ser é livre para aceitar ou não as perturbações do meio. O meio pode desencadear alterações no ser, mas tais alterações são disparadas a partir do determinismo estrutural do ser. * motivação endógena: do ser para com o conhecimento (conhecimento como componente biológico vital à evolução do ser).
26. A VIA DA COMPLEXIDADE Questão para discussão: 1. Que contribuições a via da Complexidade pode trazer à reflexão sobre sua atuação profissional, no tocante ao desenvolvimento de projetos de aprendizagem em ambientes virtuais?
27. Referências bibliográficas: GIUSTA, A. S. Concepções do processo ensino-aprendizagem. In: ______. & FRANCO, I. M. (org.). Educação a distância: uma articulação entre a teoria e a prática. Belo horizonte: PUC Minas Virtual, 2003. p. 45-74. MATURANA, H. e VARELA, F. A árvore do conhecimento . Campinas: Editorial Psy, 1995. MORIN, E. O problema Epistemológico da Complexidade . 2ª ed., Portugal: Publicações Europa-América, 1996. OLIVEIRA, C. et al . Ambientes informatizados de aprendizagem: produção e avaliaçãode software educativo. Campinas: Papirus, 2001. PESCE, L. M. Visão educacional ecossistêmica: uma contribuição a partir de Maturana e Varela. Revista da APG – PUC/SP , Ano IX, n.º 23, 2000. p. 141-154. Filmografia: MORIN, Edgar. Apresentação: Edgar de Assis Carvalho. São Paulo: Paulus, 2006. Atta Mídia. 1 fita de vídeo (50 min.), DVD, son., color. (Coleção Grandes Educadores).