O segredo do que criar, como criar e onde criar já foram revelados por diversas fontes no design. O segredo que se mantém guardado a sete chaves é: quem pode ser criativo? Para desconstruir o privilégio em torno do gênio criativo, são apresentados três conceitos: cria-corpo, cria-espaço e cria-atividade. Estes conceitos se entrelaçam para justificar porque qualquer pessoa pode estar criativa em um espaço compartilhado por várias pessoas diferentes e diversas.
4. Jony Ive, o designer por trás dos maiores sucessos da Apple.
5. Jony Ive pediu demissão para abrir sua própria empresa em 2019.
As ações da Apple caíram, mas depois voltaram a subir.
6. Em 5 anos as ações da Apple quase dobraram o valor.
Isso acontece, em partes, pelo investimento em design.
7. No design, a capacidade de criação
não é um talento ou um dom de
corpos privilegiados, algo que se
manifesta em momentos peculiares,
em lugares aleatórios.
8. A criação surge de corpos
ordinários, empenhados em uma
atividade constante, que se
desenrola sobre um espaço
compartilhado.
9.
10. A criação não cria só ideias e
coisas, mas também
cria quem se cria,
cria como se cria
e cria onde se cria.
11. Em outras palavras, na criação,
o corpo se torna cria-corpo, o
espaço se torna cria-espaço e a
atividade se torna cria-atividade.
12. Não é necessário ser um corpo
criativo para estar em um espaço
criativo, fazendo uma atividade
criativa. Basta começar a criar que
isso tudo se cria junto.
13. Cria-atividade individual
• Iniciativa individual, risco individual, benefício
individual
• Somente alguns poucos indivíduos irão arriscar e
não irão compartilhar com a organização suas
conquistas
15. Cria-atividade coletiva
• Iniciativa coletiva, risco coletivo, benefício coletivo
• Em grupo as pessoas arriscam menos, porém,
todos os riscos assumidos geram aprendizados para
a organização e não só para o indivíduo
• Todos fazem diferença
18. Designers aprendem a pensar como designers em ateliês
(Modelaria da UTFPR Curitiba).
19. O ateliê antropófago no Instituto Faber-Ludens (2007-2011).
Van Amstel, Frederick M.C.; Vassão, Caio A.; Ferraz, Gonçalo B. 2012. Design Livre: Cannibalistic Interaction Design. In: Innovation in Design
Education: Proceedings of the Third International Forum of Design as a Process, Turin, Italy. - Apr 9, 2012
20. O ateliê antropófago na PUCPR (2015-2018).
Van Amstel, Frederick M.C and Gonzatto, Rodrigo Freese. (2020) The Anthropophagic Studio: Towards a Critical Pedagogy for Interaction
Design. Digital Creativity, 31(4), p. 259-283.
21. O ateliê antropófago na UTFPR (2019).
Angelon, Rafaela and Van Amstel, Frederick M.C. (2021) Monster aesthetics as an expression of decolonizing the design body. Art, Design &
Communication in Higher Education, 20(1), pp. 83-102(20). - Jun 9, 2021
22. O ateliê pode ser analógico e digital ao mesmo tempo
(Produtoras Culturais Colaborativas e corais.org).
24. A rede Design & Opressão foi fundada em 2020 por educadores em diversas
universidades brasileiras.
Van Amstel, Frederick; Batista e Silva, Sâmia; Serpa, Bibiana Oliveira; Mazzarotto, Marco; Carvalho, Ricardo Artur; Gonzatto; Rodrigo Freese.
(in press). Insurgent design coalitions: the history of the Design & Oppression network. Proceedings of the II PIVOT 2021 Virtual Conference.
Design Research Society.
25. A primeira ação da rede foi abrir um grupo de leitura semanal em um servidor
Discord, que em 2021 já tem mais de 500 membros.
26. A rede organizou uma série de transmissões ao vivo que discutiram a
relevância de autores que teorizaram a opressão para Design.
27. O grupo de estudos realizou diversos experimentos com Teatro do Oprimido
remoto, por exemplo, Teatro-Imagem com Magic Poser.
28. O cria-corpo produzido pela Rede Design & Opressão é um
corpo que busca criar nas brechas deixadas pelos opressores.
29. O segredo da criatividade no
design não é ser criativo sozinho,
mas estar criativo com os outros,
formando corpos coletivos que
criam seu mundo e se recriam
junto com ele.