O título deste artigo traduz o que foi dito por todos que participaram no dia 11/08 das manifestações na Faculdade de Direito da USP- Universidade de São Paulo e em todo o Brasil em defesa do Estado Democrático de Direito. O local, sede da faculdade, abrigou o ato “Manifestação em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito Sempre”, com a participação de juristas, políticos, movimentos sociais, entidades e representantes da sociedade civil. Além da carta da USP da qual eu fui um dos signatários junto com mais de 1 milhão de brasileiros, o manifesto “Em Defesa da Democracia e da Justiça, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e que teve a adesão de 107 entidades, também foi lido no evento. Estas manifestações deixaram a mensagem de que quem atentar contra a democracia no Brasil terá a decidida oposição da grande maioria do povo brasileiro.
EM DEFESA DO USO RACIONAL DA ÁGUA, FONTE DE VIDA, NO DIA MUNDIAL DA ÁGUA.pdf
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DEMOCRACIA SEMPRE, DITADURA NUNCA MAIS NO BRASIL
Fernando Alcoforado*
O título deste artigo traduz o que foi dito por todos que participaram no dia 11/08 das
manifestações na Faculdade de Direito da USP- Universidade de São Paulo e em todo o
Brasil em defesa do Estado Democrático de Direito. O local, sede da faculdade, abrigou
o ato “Manifestação em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito
Sempre”, com a participação de juristas, políticos, movimentos sociais, entidades e
representantes da sociedade civil. Além da carta da USP da qual eu fui um dos
signatários junto com mais de 1 milhão de brasileiros, o manifesto “Em Defesa da
Democracia e da Justiça, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (FIESP) e que teve a adesão de 107 entidades, também foi lido no evento. Estas
manifestações deixaram a mensagem de que quem atentar contra a democracia no Brasil
terá a decidida oposição da grande maioria do povo brasileiro.
Foi dado o recado de que os golpistas não alcançarão seus objetivos de implantar uma
ditadura no Brasil porque haverá resistência por parte da grande maioria do povo
brasileiro. Estas manifestações ocorreram porque todos que dela participaram chegaram
à conclusão de que o propósito de Bolsonaro é o de que as eleições não se realizem
porque, de acordo com as pesquisas eleitorais, ele sabe que não renovará seu mandato e,
se as eleições ocorrerem, e sua derrota acontecer, tentará desencadear um golpe de estado
sob o falso argumento de que houve fraude nas eleições para implantar uma ditadura de
extrema direita no Brasil. Como é improvável sua vitória nas eleições presidenciais,
Bolsonaro procura conturbar a vida nacional com um ataque recheado de mentiras
repetidas contra a cúpula do Judiciário do Brasil.
Para alcançar seu objetivo Jair Bolsonaro tenta desmoralizar o sistema eleitoral do País
que é acusado por ele sem provas de fraudar eleições desde 2014 como fez no dia 18/07
ao fazer uma preleção para dezenas de embaixadores convidados se empenhando em
desmoralizar as eleições no Brasil. Um dia após o presidente Jair Bolsonaro repetir
mentiras sobre a confiança no sistema eleitoral brasileiro em encontro com embaixadores,
três associações de servidores da Polícia Federal emitiram em 19/07 uma nota conjunta
manifestando confiança nas urnas eletrônicas afirmando que nunca foi apresentada
qualquer evidência de fraude no sistema eleitoral. O documento é assinado pela
Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), a Associação Nacional
dos Peritos Criminais Federais (APCF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia
Federal (Fenadepol).
As manifestações do dia 11/08 são similares às da Diretas Já para a Presidência da
República que ocorreram entre março de 1983 e abril de 1984 quando a grande maioria
da população brasileira pressionou o Congresso Nacional para aprovar emenda
constitucional para o povo voltar a eleger seu presidente da República. Naquela época o
povo brasileiro lutava pela redemocratização do Brasil e, no momento atual, luta pela
manutenção da democracia. Apesar de as recentes manifestações poderem contribuir para
inibir futuras ações golpistas no País, tudo indica que Bolsonaro não vai aceitar o
resultado das eleições de 2022 porque, de acordo com as pesquisas eleitorais, perderá no
segundo turno para todos os demais candidatos à Presidência da República, sobretudo
para o ex-presidente Lula, e há rumores de que um eventual golpe de estado estaria sendo
por ele planejado e que teria o apoio de determinados setores das Forças Armadas, de
policiais militares, de milicianos e de seus apoiadores na sociedade civil.
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O golpe de estado seria a tentativa de Bolsonaro de implantar uma ditadura sob seu
comando para impor à sociedade brasileira seu pensamento retrógrado e, também, evitar
ser levado às barras de tribunais para responder pelos crimes que vem praticando desde
que assumiu a presidência da República. A barbárie do golpe de estado poderá ocorrer
antes ou depois das eleições. Diante desta perspectiva, as forças defensoras da civilização
e da democracia devem se preparar para este enfrentamento e não apenas para derrotar
Bolsonaro nas eleições de 2022. Nas eleições de 2022, o Brasil precisa da união da grande
maioria do povo brasileiro para fazer com que a civilização e a democracia se
sobreponham à pretendida barbárie e ditadura bolsonarista. O Brasil precisa resgatar os
ideais de busca da felicidade humana, da justiça e da igualdade social. Do confronto entre
as forças defensoras da civilização e da democracia com as defensoras da barbárie e da
ditadura bolsonarista, é preciso que dela resulte a manutenção da democracia
representativa no Brasil com a vitória de um dos candidatos democratas (Lula, Ciro
Gomes ou Simone Tebet, entre outros).
* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema
CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento
Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor
nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de
sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric
power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED-
Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário
do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor
a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o
Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese
de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003),
Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI
ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary
Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr.
Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe
Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável-
Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio
Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora
CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no
Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que
Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba,
2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-
autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019) e A humanidade
ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021).